terça-feira, 29 de abril de 2008

Inquérito: próxima iniciativa contra a "cultura da Vida" e a família

Em sua opinião, qual a próxima iniciativa contra a "cultura da Vida" e a família?

alargamento do prazo do aborto livre - 6 (13.6%)
legalização da eutanásia - 6 (13.6%)
legalização do casamento homossexual - 11 (25%)
possibilidade de adopção de crianças por casais homossexuais - 3 (6.8%)
limitação do ensino de "religião e moral" 10 (22.7%)
limitações às capelanias hospitalares - 8 (18.2%)

votos totais - 44


Entretanto, há outras frentes abertas pelo combate laicista:
liberalização do divórcio;
proposta de progressiva eliminação dos nomes de santos das escolas públicas;
ataque (indirecto?) aos centros de ATL da igreja católica
[...]

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Supreendentemente, a hierarquia da igreja (atingida nalgum ponto vital?) propõe-se (pela primeira vez?) "fumar os cachimbos da paz" com a maçonaria. É o que se depreende (numa primeira leitura) da posição publicamente veiculada pelo Sr. Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Carlos Azevedo. Noutra linha, aparentemente divergente, a intervenção lúcida de D. Manuel Clemente (2004) e D. António Marcelino (2007).

Inquérito sobre boicote aos jogos olímpicos de Pequim

Apoiaria um boicote aos jogos olímpicos de Pequim, como forma de pressão internacional pela liberdade no Tibete?

Resultados finais
SIM - 17 (65%)
NÃO - 9 (35%)

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Tem circulado na internet esta imagem sobre uma eventual "missão de agitação" de polícias/militares, fazendo-se passar por monges tibetanos. Não pudemos confirmar a veracidade desta foto - em todo o caso, e com a devida reserva, ela aqui fica a desafiar-nos o pensamento e, a ser verdadeira, naturalmente o nosso repúdio. Aguardamos mais informações enquanto acompanhamos o atribulado percurso da tocha olímpica por todos os países onde a liberdade de expressão tem permitido a tantos cidadãos manifestar a sua solidariedade com a causa do povo do Tibete. Oxalá a disponibilidade para conversações, já saudada pelo Dalai Lama na presunção da sua seriedade, dê frutos de PAZ e Justiça, reconhecendo a dignidade e direitos do povo do Tibete, congregado em torno do seu admirável líder espiritual.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Homenagem a Mons. Eduardo Melo Peixoto (@RCM)

Partiu no passado sábado do nosso convívio Mons. Eduardo Melo Peixoto, conhecido de todos como Cónego Melo, em virtude dos muitos anos de serviço à Sé de Braga, à Igreja, a tantos quantos o procuravam e... a Portugal. Quem conheceu este homem de diálogo – que certa preguiça mental entendeu classificar de “polémico” - percebeu, bem ao contrário, que se tratava de um pensador claro e um cidadão corajoso – um rochedo no mar da hesitação calculista. Uma referência, portanto, para a acção verdadeiramente libertadora – logo incómoda para certos projectos totalitários – logo... polémica.

ao Amigo

Eu próprio, sou testemunha da sua amizade nestes brevíssimos 3 anos transcorridos desde que em 2005 lhe pedi a assinatura para a candidatura independente à Presidência da República – e ma deu depois de lhe demonstrar a vontade de contribuir para a regeneração da política portuguesa a partir da sociedade civil e em nome de Valores.

Três anos em que pude conhecer a inteligência, a sentido de humor, o arreigado sentido de solidariedade humana e toda uma forma de ser ao mesmo tempo “do alto” e “da terra” que ficou sendo para mim e para muitos, figura típica e exemplar de “bracarense”. Braga fica um pouco mais triste, Portugal um pouco mais desamparado.



ao Homem

Fiquei impressionado com a quantidade de testemunhos na primeira pessoa que ouvi na primeira pessoa desde o passado sábado. Se é de louvar num homem a solidariedade e disponibilidade para o outro, torna-se verdadeiramente desconcertante e, diria, sublimemente cristão que isto aconteça sem que a minima publicidade seja dada a tantos gestos – deles adquirindo vago conhecimento mesmo os amigos próximos... muitos anos depois.

Quando vemos os nossos sindicatos da Função Pública reclamar contra o aumento da idade de aposentação... e a depressão de tantos no momento em que a atingem, aí fica o exemplo dos oitenta anos do Sr. Cónego Melo, trabalhando a plena carga, caído em serviço e, porventura, pelo serviço.


ao Padre

A homenagem de um leigo. Quando a Igreja dava os primeiros passos na busca do caminho pós-concílio Vaticano II, já Monsenhor Melo abraçara com entusiasmo o Movimento dos Cursos de Cristandade e lhe insuflava espírito vital e... mentalidade cristã. Mais de 50 anos de serviço...

«Felizes sereis quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo,

disserem todo o género de calúnias contra vós, porque grande

será a vossa recompensa no céu; ”(Cfr. MT. 5.1-1)


ao Português

Muita gente considera que o princípio do fim da Ditadura Comunista em Portugal terá sido, mais do que quaisquer outros, obra deste homem singular, amado e admirado pelo seu povo de Braga e por tantos portugueses de boa-Vontade, cuja capital importância histórica os seus inimigos, à sua maneira, reconhecem.



Quem assistiu à notícia do seu falecimento na RTP2 (noticiário da noite de sábado, 19 de Abril) notou a profusão de advérbios e PREC-iana adjectivação. A Rádio Televisão dita Portuguesa, quase deu a ideia de ter algum contrato de Outsourcing com o Avante para os noticiários da 2 ao fim de semana (redução de custos?).

A não ser assim, como justificar alguns dos termos utilizados? Começa por classificar de "anti-comunismo primário" e de “extrema-Direita” o grito de Ipiranga dado em Braga contra a instauração iminente de uma Ditadura Comunista em Portugal. Que se saiba, também Sá Carneiro e Mário Soares lutaram contra este projecto e corajosamente o denunciaram ao país. Porque não carregam então também eles os epítetos de “extrema-direita” ou de “primário”? A Mário Soares, ainda o PCP teve de engolir como sapo a dado passo, tapando a cara no boletim de voto. Ao Norte, que então o Cónego Melo congregou e de facto liderou, é que nunca será perdoada, afinal, a sua decisiva eficácia (tal como hoje acontece a Pinto da Costa). Em Lisboa, lá longe, Mário Soares* na Fonte Luminosa avisava que o PS podia paralisar o país... Em Braga, o Cónego Melo proclamava simplesmente que “não temos medo e somos mais” - mais ou menos o mesmo tom, portanto. O resto é sabido da sociologia e da dinâmica das multidões: o povo atende mais aos que lhe estão próximos e aos que verbalizam aquilo que ele mais profundamente sente!

De resto... é teoria do caos: “Uma borboleta bate as asas em Pequim e vem a acontecer um furacão em Nova Iorque”. Para os fanatizados de Nova Iorque (que se fartaram de emitir gases de efeito de estufa para o Katrina) o mais fácil é... responsabilizar a borboleta de Pequim... lá longe, apoiada nos “camponeses ignorantes do norte”!

E a RTP2 levou o delírio ao ponto de atribuir a uma "maquinação da Igreja" (da igreja de Braga?) o enxovalho do Sr. Arcebispo D. Francisco Maria da Silva pelo COPCON no aeroporto de Lisboa - como se os militares do COPCON obedecessem secretamente... ao Cónego Melo. Mas o jornal2 não tem direcção de redacção? Se tem, mesmo que não se revelem as fontes, bom seria que esta assumisse a responsabilidade de tão ousada tese e apresentasse documentos fidedignos para a sustentar diante da História.

Parece-nos que é finalmente chegado o momento de, mais do que erigir estátuas a pessoas, se construir um monumento à Verdade sobre este período recente e tão decisivo da historia portuguesa. Deixo por isso aqui um desafio: o de que me seja enviada toda a documentação relevante relativa a Braga, ao norte, ao país, sobre aquele período histórico entre 1974 e 1980 – panfletos, fotografias, comunicados, discursos, gravações (audio ou vídeo - original ou cópia). Podem contactar comigo através do email indicado no blogue cidadaniapt.blogspot.com ou enviar a documentação directamente para a Radio Clube do Minho ao meu cuidado - Rua Cónego Rafael Costa, 122 - Apartado 6, 4715-288 Braga. O nosso compromisso é o de compilar, organizar e estudar essa documentação, naturalmente com apoio de outros académicos interessados, para depois, justificando-se, publicarmos um estudo documentado que lance luz e documentada verdade – seja ela qual for – sobre um período que é do nosso superior interesse cívico conhecer “em Espírito e Verdade”.

Enfim, o grande pecado deste grande português – para os que gostariam talvez de lhe poder sujar o nome (porque não basta querer) – foi o de, sendo padre, se ter envolvido decididamente na política e tê-lo feito na praça, ao lado do povo... da cidadania anónima e sem outro partido que não seja o da Liberdade. Em 1975, vitorioso, contra a Ditadura comunista. Em 1998, vitorioso, contra a Ditadura abortista. Em 2007, provisoriamente vencido no referendo do aborto, mas logo entusiasmado em 2008 a animar o Portugal pro Vida, entretanto surgido, e em fase de recolha de assinaturas.

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* por lapso, em edição anterior atribuímos a Mário Soares o apelo à "Maioria Silenciosa" que, na verdade, pertenceu a Spínola em Setembro de 1974.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Mons. Eduardo Melo (1927-2008)

In memoriam

Monsenhor Eduardo Melo Peixoto

Combateu o bom combate,
... agiu com coragem


Amou a Verdade,
... seguiu a Cristo





(foto: notícias magazine)

E por dar pleno testemunho da Verdade, quando tantos em Portugal se calavam ou acobardavam, carregou até à hora da morte* o destino anunciado pelo Mestre, nas palavras eternas do Sermão da Montanha:

«Felizes sereis quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo,
disserem todo o género de calúnias contra vós, porque grande
será a vossa recompensa no céu; ”(Cfr. MT. 5.1-1)



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* cf. o lamentável texto da notícia do seu falecimento na RTP2 (noticiário da noite de sábado, 19 de Abril). Pleno de advérbios e PREC-iana adjectivação, mais parecia um panfleto revolucionário de 1975 do que um exercício de jornalismo sério, objectivo, neutro, isento e justo. Chegou ao cúmulo de agitar fantasmas do "anti-comunismo primário" e "extrema-direita" (toda a política exterior ao PCP, o democrático). E levou o delírio a pontos de atribuir a uma "maquinação da Igreja (de Braga?)" o enxovalho do COPCON ao Sr. Arcebispo D. Francisco Maria da Silva no aeroporto de Lisboa - como se os militares do COPCON obedecessem secretamente... ao Sr. Cónego Melo.

Não há aqui "jornalismo" engagé? Ou, pior, jornalistas a apostar na estupidez do público? Quem pode aceitar jornalismo sectário como este, em pleno séc. XXI num canal de serviço público, e por isso mesmo com especiais responsabilidades de isenção e, já agora, de decoro e respeito perante a morte de uma figura da importância histórica? E de onde vem a classificação de "extrema-direita"? A oposição à tentativa de instaurar em Portugal uma ditadura comunista não reuniu também o concurso de Sá Carneiro e Mário Soares, por exemplo? Alguém na redacção da RTP2 se atreveria a classificar de "extrema-direita" aqueles dois estadistas?

Ou será que o ódio da ortodoxia comunista e dos seus agentes então colocados em re(d)acções pagas por todos nós, nem perante a morte do homem se acalma? E nesse caso, uma outra ideia ganha corpo: a ideia de que talvez o princípio do fim da Ditadura Comunista em Portugal tenha sido, mais do que quaisquer outros, obra deste homem singular, amado e admirado pelo seu povo de Braga e por tantos portugueses de boa-Vontade, cuja capital importância histórica os seus inimigos, à sua maneira, reconhecem.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Rádio Clube do Minho - 92.9MHz - Clube de Análise, 17.04.08

DIAP - "Deserto" da Investigação e Acção Penal
Uma das situações mais graves que vai passando quase em silêncio no nosso país prende-se com a debandada de procuradores do Ministério Público do DIAP para tribunais administrativos comuns (e outros que vão abrindo vagas a concurso). Já estava claro que a luta contra a corrupção e o crime económico não tem especial interesse para a nossa classe política...

Mas agindo assim, até dá a ideia (seguramente infundada) de que o país político possa ser de algum modo o principal beneficiário da "vista grossa" fatalmente exercida por uma magistratura sem meios, sem pessoas e em que os mais experientes são "empurrados" para outras carreiras onde houve, da parte do legislador e do governo, o cuidado de prever a normal progressão...

Pode uma grande cidade dizer que tem um sistema de recolha de lixo, contratando dois ou três varredores para passar de seis em seis meses em cada rua? Dizer, pode. Mas não e sério!

Pode um Governo dizer que está a dar combate à corrupção, criando deliberadamente um contexto funcional como o que presentemente se encontra no DIAP?... Tomemos todos consciência de que os grandes prejudicados disto, não são aqueles magistrados que há poucos dias apresentaram esta situação nos telejornais. Somos nós, é a nossa Dignidade Cívica que sai irreparavelmente lesada.

Lei do Divórcio
Nesta reflexão tentarei, o mais que me for possível, falar como cidadão interessado no melhor para a sua comunidade nacional, e não como um católico interessado (por mera vaidade) em ver plasmada nas leis do seu país quaisquer contingentes ditames morais da sua igreja.

Admito que os crentes continuarão a ver o casamento como um acto solene, abençoado pelo próprio Deus em que acreditam e, portanto, irreversível. Os portugueses não-religiosos, porém, irão decerto acabar por se acomodar à nova Lei do Divórcio, adaptando gradualmente a sua visão do casamento civil à visão... do legislador. E qual é ela? Pelo que se percebe na proposta do PS e já na recentemente submetida pelo Bloco de Esquerda, trata-se da visão de um contrato denunciável unilateralmente e em qualquer momento: "por simples vontade de um dos cônjuges". Um contrato de onde, uma vez mais, se pretende banir a noção de responsabilidade e compromisso consequente. Divorcio-me porque sim. Aborto porque sim.

- Sim, casei contigo porque me davas segurança. Mas agora, depois do teu acidente de trabalho, estás com 50% de incapacidade... Mas agora estás desempregado(a) e por agora não podes contribuir para a casa... ao contrário de alguém que ontem conheci... Mas agora, olha, engordaste e já não me agradas assim tanto. Mas agora, já que quiseste ter filhos, cria-os tu que eu quero viver a minha vida sem preocupações.

Parece que o Estado nada aprendeu e pretende regressar ao tempo de antes do imperador Constantino... à acelerada decadência que aquele estadista, temporariamente tentou (e até certo ponto conseguiu) suster, oficializando a moral cristã, designadamente quanto ao casamento e ao reforço da estabilidade familiar, em claro benefício do elo mais fraco - os filhos menores!

E como fica o silêncio do Sr. Presidente no meio de tudo isto, depois de ter insistentemente lembrado o nosso problema de natalidade? Será que o novo regime proposto vai incentivar os portugueses a continuar ter filhos e ajudar a educá-los na família, depois de tornar tão simplex a sua dissolução? É preocupante tudo isto e, sobre tudo isto, a impotência do Sr. Presidente da República para exigir do governo políticas responsáveis e socialmente sustentáveis. Não pronunciou ele próprio estas palavras em Gouveia no final do ano passado?

“Eu não acredito que tenha desaparecido nos portugueses o entusiasmo por trazer novas vidas ao Mundo”, Cavaco Silva
“Por isso, é que eu tenho incentivado muito a actuações de natureza política e de toda a sociedade, para conseguir que pais e mães apostem mais na vida”, Cavaco Silva
“algo está errado num povo que não cuida da sua continuidade. Um país sem crianças é um país. sem futuro”, Cavaco Silva

Por vezes ficamos com a ideia de que o Homem moderno tem uma atracção (literalmente) fatal pela ideia do regresso ao estado selvagem (no pior sentido), deitando pela janela fora milénios de conquistas civilizacionais. Pela internet circula uma imagem tb vista em muitos Scott-Adams-ianos cubículos dos nossos “open spaces”: mostra a evolução da posição de trabalho a par da evolução do homem. Vê-se ali um australopiteco ou agachado junto duma fogueira; a seguir um homo erectus com uma lança; e por aí adiante passando pelo elegante homo sapiens-sapiens do séc. XIX, já com a sua bengala em vez da lança do primo; até à decadência de finais do séc. XX com o homem regressado à posição sentado com as costas encurvadas... passando os dias diante do seu computador pessoal, como o seu bisavô primata, aquecendo-se na caverna. Na série animada “era uma vez o homem”, a mesma ideia era ilustrada através da evolução(?) das danças... terminando com a evidência do regresso às bárbaras danças da alvorada do Homem... nas pistas das nossas discotecas. Só mudava o traje! E, por falar em traje, também se podia registar o regresso à barbárie com esse estranho gosto por casacos e outros apetrechos de peles naturais, sabendo-se que um ser foi violentamente privado da sua vida com aquele único e desnecessário fim, Desnecessário porque já não vivemos como as mulheres de Cro-Magnon, sem lojas onde adquirir peles sintéticas – mas que, em verdadeiro equilíbrio ecológico, caçavam para vestir mas também para comer.

Dá a ideia que o legislador português adere cada vez mais a este processo e procura traduzir em leis os impulsos mais básicos dos seus eleitores – só espero que esta não seja uma implicação necessária do regime democrático – e seguramente não é pelo que se vê noutras democracias. Em Portugal, infelizmente, as leis e o Estado cada vez mais parecem querer devolver o Homem e a Mulher à condição selvagem – sem responsabilidades ou obrigações morais perante terceiros, sem consciência do valor absoluto da Vida Humana e, a prazo, sem consciência de todo, sem necessidade de elevação intelectual acima do mero senso comum (degradação da qualidade/exigência do ensino/aprendizagem), sem vida espiritual e, desde ontem, sem uma proposta séria de vida monogâmica – em favor dos mais fracos da família: filhos menores, pais ou avós debilitados, pessoas com deficiência inata ou adquirida. Sem prejuízo de um ou outro aspecto de pormenor da nova Lei do Divórcio poder ser benéfico (como a responsabilidade conjunta dos pais – divorciados – pelas grandes escolhas dos filhos menores), no essencial – bebido nos pressupostos laicistas onde esta “reforma “ vai beber – ela representará um trágico retrocesso, como a experiência demonstrará a seu tempo.

O PS elimina a reunião de tentativa de reconciliação: porquê? Porque é espúrio tentar salvar um casamento? Mas... afinal como podia legislar de outro modo que, por exemplo, na lei do aborto também impôs que à mãe não fosse dada informação sobre alternativas ao aborto, mostrada uma ecografia do seu filho de 10 semanas, etc? Este legislador anti-família e anti-Vida sabe muito bem que quanta mais informação for dada às pessoas, quanto mais estas forem convidadas a pensar... menos inclinadas se mostrarão a seguir o caminho (sem alternativas) que lhe apontam estes iluminados, estes engenheiros da futura sociedade perfeita que se convenceram estar a idealizar.
A maioria silenciosa dos cidadãos deste país, perante os seus deputados, diria hoje com José Régio:
«Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!»

terça-feira, 8 de abril de 2008

Um desafio ao MEP

Ao «Movimento Esperança Portugal » que, por estes dias vem a Braga, desejamos as boas vindas e deixamos um desafio. Se os seus principais dirigentes se assumem como católicos praticantes e deveras subscrevem a Doutrina Social da Igreja, desafiamos o MEP a não ter medo de tomar como prioridade a defesa do Evangelho da Vida e a lutar connosco pela reversão da Lei de liberalização do aborto, e contra as propostas a apresentar proximamente tendentes à banalização do divórcio e da eutanásia.

Não o fazer, significará na prática um posicionamento de cumplicidade com os pressupostos laicistas e claramente hostis ao ideário pro-Vida do actual governo PS, contra a posição defendida pelo PPV e por importantes sectores do PSD.

Não o fazer e, adicionalmente, declarar um posicionamento “entre o PS e o PSD” poderá significar que nestas questões essenciais e fracturantes, o MEP será omisso, pelo menos enquanto o PSD, supostamente à sua direita, não se declarar claramente pro-Vida - o que, infelizmente, dificilmente sucederá nos tempos mais próximos apesar de alguns sinais positivos recentes.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Rádio Clube do Minho - 92.9MHz - Clube de Análise

A partir de hoje será aqui publicada a parte "proVida" de cada intervenção semanal na Rádio Clube do Minho - 92.9MHz - no âmbito da rubrica "clube de análise", no ar todas as 5ªs feiras por volta das 14h45.

Na primeira edição, fizemos uma "declaração de interesses" em sinal de transparência editorial e respeito pelo ouvinte, onde naturalmente constou a participação no Portugal pro Vida:

Declaração de interesses

  • projectos de sociedade civil: candidatura P.R.2006, FOCA – desenvolvimento sustentável, agenda XXI / metas do milénio; campanha «centros de saúde proVida», Portugal pro Vida, movimento político em formação que visa levar o Estado a adoptar políticas favoráveis à vida, nas várias vertentes (aborto, saúde, justiça, emprego, cultura); [...]

  • activamente envolvido no passado recente no movimento Minho com Vida – pelo “não” à liberalização do aborto e outros crimes de Estado contra a sociedade portuguesa;

  • cidadaniapt.blogspot.com, portugalprovida.blogspot.com, luisbotelhoribeiro@gmail.com

[...]

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Educação

Vamos, também nós, pôr o dedo nesta ferida, e nas nossas responsabilidades partilhadas pela presente situação e formular um convite ao envolvimento de todos na busca de soluções que terão de ser encontradas e construídas por todos nós, cada um no seu papel: professores, estudantes, pais, outros profissionais presentes na escola (ou no Ministério), políticos.

Na mensagem do Sr. Presidente da República de abertura do livro lançado recentemente pelos “Empresários para a Inclusão Social – EPIS”, que têm em curso um projecto de promoção do sucesso escolar no Vale do Sousa, pode ler-se:

«Exigir à escola e aos professores que sejam o que os pais não querem ou não conseguem ser, é um mau princípio. Educar é uma responsabilidade partilhada, expressa por um compromisso entre os pais, a escola e a comunidade, que não poderá ser quebrado. Quando tal acontece, as consequências dessa falha reflectir-se-ão, por muitos anos, sobre o futuro dessas crianças e desses jovens.

Hoje conhecemos melhor as consequências de uma menor valorização do papel da educação, em particular quando nos defrontamos com problemas sociais cuja existência é fortemente determinada pela fraca importância que durante décadas lhe atribuímos e pelos reduzidos níveis de escolarização de grande parte dos portugueses.»

Para terminar, aqui partilho com os pais que nos ouvem um pequeno TPC que nos pode ajudar a perceber o grau de compromisso com a escola onde os nossos filhos preparam o futuro de todos: deles e nosso! São 5 questões enunciadas em 16 de Fevereiro em Rebordosa por Diogo Simões Pereira, um dos responsáveis do projecto EPIS:

  • sabe o nome da escola do seu filho(a)?

  • Sabe o nome do director de turma e que disciplina ele dá?

  • Sabe de que disciplina o seu filho(a) mais gosta? E de qual gosta menos?

  • Sabe o nome do melhor amigo ou da melhor amiga do seu filho?

Se não sabe, então se calhar não é má ideia começar a interessar-se pela escola para ter uma voz activa informada e útil na crítica e revalorização da Educação – se se quiser – na revalorização de Portugal. Há um pequeno erro de interpretação do Hino Nacional muito difundido em que vale a pena atentar: não faz sentido pedir aos “Heróis do Mar, nobre povo, nação valente”, como quem pede a outrem “LEVANTAI HOJE DE NOVO (o esplendor de Portugal). Mais útil do que a polémica proposta de Alçada Baptista sobre o tom militarista (canhões, armas, marchar, etc... que podemos ler como metáforas), seria substituir aquele “levantai”, que descompromete o sujeito que fala ou canta, por um “levantemos”. Sim, levantemos hoje de novo o esplendor de Portugal, o esplendor do Minho, o esplendor de Braga, Guimarães, ou de outra terra qualquer. E, para começar, levantemos a Escola.

Até para a semana se Deus quiser!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

outro filme pro-Vida

Ainda não é suficiente para se dizer que na sétima arte "a Vida está na moda". Mas já é de saudar que depois da produtora independente Metanoia films (cujo Bella ainda se aguarda nas salas portuguesas), o gigante Fox tenha apostado neste bello JUNO, justamente contemplado com um óscar para o "melhor argumento original". Vimos, apreciámos e recomendamos... VIVAmente!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Quem responde?

GERAÇÃO ABORTADA

«Quase 40 por cento que tomaram pílula do dia seguinte não utilizavam contraceptivo»
Só 13 por cento das mulheres têm menos de 18 anos, 75 por cento têm o ensino secundário ou o ensino superior»

Mas o legislador aprovou a pílula abortiva, comprometendo-se a prover para que esta não se tornasse um método anti-concepcional de rotina...
Mas a campanha do "sim ao aborto" repetiu à exaustão que estas medidas visavam essencialmente adolescentes, sem instrução e com falta de (in)formação... Continue-se a mentir assim aos portugueses e em breve se verá se eles gostam.

In Público, 10.03.08 pág. 8

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GERAÇÃO ADIADA I

«Mais vale ser eternamente estudante!
De facto haverá por Portugal muitos jovens que gostariam de correr com o Sócrates e a sua comitiva de Governo a "xutos e pontapés". Recém-licenciados sem emprego, custo de vida cada vez maior, e agora... menos apoios ao arrendamento. A emancipação dos jovens-adultos ameaça ser cada vez mais difícil e há histórias verdadeiramente angustiantes. Mais vale ser-se eternamente estudante! E, ultimamente, essa parece ser uma boa alternativa: 'não há melhor do que os tempos de estudante', já reza o ditado popular, pelo menos vive-se à custa do pais (se eles deixarem) sem grandes preocupações. Melhor: quem estudar em Coimbra tem a mais valia das repúblicas, onde a renda continua baixíssima. É isso mesmo: para quê acabar o curso, procurar trabalho e casa onde morar? Endrominam-se os pais durante mais uns anos, chumba-se a uma cadeira aqui, outra ali, e 'tá-se bem'. Ou então acaba-se uma licenciatura e depois começa-se outra, como o membro mais antigo da República dos Fantasmas: tem 33 anso e vive lá há 14, ou seja, desde 1994! É só regalias: a renda mensal ronda os 60 euros, a comida é comprada à Acção Social da Universidade de Coimbra (fica tudo a metade do preço) e ainda têm uma empregada para cozinhar e limpar as áreas comuns. No final do mês, o total das despesas, já com luz, água, gás, telefone, internet e TV cabo, não ultrapassa os 250 euros. Um verdadeiro achado!
O Governo que se prepare: ser eternamente estudante, e não descontar para um sistema que não gosta dos jovens, é o que está a dar!»

In jornal MundoUniversitário, 10.03.2008, pág. 09
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GERAÇÃO ADIADA II

«Desistiu de um sonho e voltou para casa dos pais
Para já, a primeira condição para quem se candidatar, por exemplo na zona da grande Lisboa, é alugar um T0 ou T1 com a renda máxima de 340 euros. "Um valor que nada se enquadra com a realidade da capital", acusa João Clemente, porta-voz do movimento porta 65 fechada, um grupo de jovens que se uniu para contestar as novas medidas de arredamento jovem. [...] Foi por este motivo que Rui Coelho, de 28 anos, desistiu do sonho de construir um vida em Lisboa e regressou a casa dos pais, no Porto.»

In jornal MundoUniversitário, 10.03.2008, pág. 09