quarta-feira, 30 de junho de 2010

Portugal - Espanha

Partilhamos a desolação dos portugueses com a eliminação da nossa selecção do mundial pela Espanha mas não podemos deixar de lembrar que outros desafios Portugal-Espanha - possivelmente mais importantes - se irão decidir nos próximos tempos...
... nomeadamente na Portugal Telecom.

Oxalá os dirigentes da PT mostrem pelo menos a mesma determinação de que deram provas na tentativa de controlo da TVI -em vésperas das eleições legislativas de 2009, e ainda por esclarecer- mas agora na defesa do superior interesse nacional .

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Veladas pela Vida - no dia 25 de cada mês

A pedido das «Veladas pela Vida», actualizamos a lista de locais da oração dos dias 25 pelas vítimas do aborto "legal" - que já ultrapassam as 53.000 vidas.

Temos de acordar as consciências adormecidas diante desta carnificina!


Velada
Local
Almada - Hospital Garcia de Orta
Aveiro - (a confirmar) Hospital Infante D. Pedro
Barreiro - (a confirmar) Hospital de N. Srª do Rosário
Beja - (a confirmar) Hospital Distrital
Braga - Capela de S. Bentinho, atrás do Hospital São Marcos
Bragança - Igreja de S. João Baptista da Sé
Caldas da Rainha - (a confirmar) Hospital das Caldas
Cascais - Capela de N.S. da Piedade – Estoril
Castelo Branco - (a confirmar) Hospital Amado Lusitano
Chaves - (a confirmar) Igreja de …
Coimbra - (a confirmar) Maternidade Bissaya Barreto
Covilhã - Centro Hospitalar da Cova da Beira
Évora - (a confirmar) Praça do Giraldo (o Hospital de Évora não faz abortos)
Famalicão - Hospital de Famalicão (CHMA)
Faro - (a confirmar) Igreja S. António do Alto
Fátima - (a confirmar) Cova da Iria
Figueira da Foz - (a confirmar) Hospital Distrital
Funchal (Madeira) - (a confirmar) Hospital Distrital
Guarda - Casa de Saúde Bento Menni
Guimarães - Hospital Nossa Senhora da Oliveira
Horta (Açores) - Hospital Distrital
Lamego - Igreja do Seminário Maior
Leiria - Hospital de Santo André
Lisboa - Clínica dos Arcos, R. da Mãe d'Água (à Praça da Alegria)
Odemira - (a confirmar) igreja matriz
Oliveira de Azeméis - (a confirmar) Hospital de São Miguel
Ovar - HABITOVAR, resid. Casal Alçada, Praça Fernão Mendes Pinto
Paris - Sanctuaire de Notre Dame de Fátima a Paris
Penafiel - Centro de Saúde de Penafiel
Portalegre - (a confirmar) Hospital Distrital
Portimão - (a confirmar) Hospital do Barlavento
Porto - (a confirmar) Hospital de Santo António
Póvoa de Varzim - Hospital de S. Pedro Pescador
Santa Maria da Feira - ( a confirmar )Hospital de São Sebastião
Santarém - (a confirmar) Hospital Distrital
Setúbal - Hospital de São Bernardo
Torres Novas - (a confirmar) Hospital Distrital
Torres Vedras - (a confirmar) Hospital Distrital
Viana do Castelo - (a confirmar) Centro de Saúde de Viana do Castelo
Vila Real - Jardim da Carreira
Viseu - Hospital de São Teotónio

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Nota da Direcção Política Nacional

Sobrecarregados de responsabilidades pessoais, profissionais e pastorais, os nossos companheiros Eddie Fernandes e Acácio Valente decidiram apresentar os seus pedidos de substituição nas funções desempenhadas na Direcção Política Nacional do PPV.

Contactados pela ordem da eleição os membros suplentes que se lhes seguiam na lista eleita, e perante a impossibildade de Carmo Castro Mendes e também de Fernanda Mesquita Guimarães Mendes assumirem funções, aceitaram preencher os lugares vagos as nossas filiadas Lisete de Oliveira Primo Baltazar e Maria Leonor Ramos Semeão de Almeida Ribeiro e Castro. Desta forma e a partir de hoje, 23 de Junho de 2010, a composição da Direcção Política passa a ser a seguinte:

Luís Filipe Botelho Ribeiro

Luís António Pacheco de Freitas Paiva

Carlos Fernando da Conceição Sousa

Lisete de Oliveira Primo Baltazar

Maria Leonor Ramos Semeão de Almeida Ribeiro e Castro

As reuniões deverão realizar-se preferencialmente com uma periodicidade semanal, às terças-feiras pelas 21h30, com a possibilidade de contacto via skype, para todos poderem participar.

Guimarães, 23 de Junho de 2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

cidadania de cristãos leigos

No uso da mesma liberdade com que temos criticado, agora destacamos a lúcida intervenção de D. José Policarpo no passado dia 16 sobre a intervenção cívica dos leigos em Portugal:
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A hierarquia «abstém-se habitualmente de se imiscuir no âmbito do estritamente político», mas os cristãos leigos «não são a isso obrigados».

[...] os cristãos leigos «devem ser porta-vozes, no seio da sociedade, dos autênticos valores cristãos», mas não se devem limitar a «denunciar» aquilo que vêem como «desvios». [...] «Podemos cair, facilmente demais, na atitude de condenação da sociedade actual. Mas é possível amar o mundo sem concordar com o mundo», sugeriu.

«Pressinto que virá dos leigos a energia para esta renovação da intervenção da Igreja na sociedade», afirmou o cardeal, lembrando a declaração do Papa Bento XVI, quando esteve em Portugal em Maio, sobre a necessidade de «um laicado maduro».

artigo citado: TVI24

SCUTs

1. Seguimos com preocupação a tentativa de onerar umas SCUTs e não outras, segundo critérios políticos mais do que discutíveis;

2. Vemos como um atentado às liberdades individuais a obrigatoriedade de utilização de "matrícula electrónica" em todos os veículos;

3. Não parece socialmente aceitável que empresas concessionárias de infra-estruturas públicas muito lucrativas desenvolvam programas de redução drástica do recurso a operadores humanos (portageiros);

terça-feira, 22 de junho de 2010

o outro lado de "políticas sociais" facilitistas

Texto completo de um apelo recebido no PPV:

Exma.Sra.Ministra Drª. Maria Helena André

Em primeiro lugar peço desculpa por novamente a incomodar com um problema pessoal, mas julgo que expondo o meu problema, que não é só meu, talvez o consiga minimizar

Chamo-me Cidália Machado, sou responsável pelas papelarias MULEMBEIRA na Portela LRS e tenho uma grande dificuldade em recrutar pessoal que precise de trabalhar!

A semana passada foi colocado no Jornal Correio da Manhã um anuncio para empregado/a de balcão para as nossas papelarias. No seguimento do anúncio, ligam para a loja mas aparecer é que nem vê-los.

Numa última instância, decidi reabrir a nossa ficha no Instituo do Emprego e Formação Profissional, delegação regional de Lisboa e Vale do Tejo, Centro de Emprego de Moscavide e foi por mim recepcionada uma mensagem que avisava o seguinte:

Foi registada com nº 587708870 a oferta de emprego comunicada ao IEFP. Mais informções em netemprego.pt, através do número 808200670 ou no centro emprego IEFP, no dia 16/06/10 ás 8:59:21.

Ora estando o nosso País com a crise que é visível, havendo tão grande número de desempregados, não consigo resolver o nosso grande problema de falta de pessoal. Na minha opinião, acho que os rendimentos únicos e os subsidios de desemprego levam o nosso País à grande acomudação do pessoal e ao aumento de falta de mão de obra para produzir.
" E mesmo assim o único que tenho conseguido é que passem lá pelas instalações, vindos do centro de emprego e que me peçam só para pôr o carimbo, nem sequer perguntam pelas condições que temos para oferecer. "

Em suma, Exma.Senhora Ministra do Emprego, sendo esta situação um pouco o espelho do nosso País, não conseguindo resolver o nosso problema, venho, por este meio pedir a sua preciosa ajuda, para não ter que fechar a loja por falta de pessoal.

Com os meus respeitosos cumprimentos,

Cidália Machado

Papelaria Mulembeira
contactos: 917262655 / 21 9431359.
morada:
Centro Comercial Portela, loja 33 R/C
2685-223 PORTELA LRS

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Comunicado do PPV sobre limitação de despesas dos partidos e presidenciais



A Direcção Política Nacional do PPV manifesta aos portugueses a sua posição diante do momento político:

1. Saudamos a iniciativa da Presidência da Assembleia da República com vista à redução das suas despesas de funcionamento e o convite lançado aos partidos no sentido da redução das dotações públicas para o seu funcionamento anual e nas campanhas eleitorais. O funcionamento do PPV assenta, desde o início, nos princípios da gratuidade e do voluntariado, pelo que se saúda qualquer redução das dotações partidárias, como uma oportunidade para que o debate político em Portugal passe a centrar-se mais no conteúdo das propostas em confronto e menos na espectacularidade do folclore político, exuberantemente vexatória para a maturidade cívica do povo português. Apesar disso, são infelizmente baixas as expectativas de que a actual classe política venha a mostrar-se capaz de, a si mesma, fazer «apertar o cinto». Fala mais alto a dependência da rede de interesses. Desta incapacidade de auto-reforma do actual "sistema" é ilustrativa a rejeição da nossa proposta de tratamento igualitário aos pequenos e aos grandes partidos em termos de isenções, tal como já acontece com... as penalizações. Em devido tempo, propusemos ao Tribunal Constitucional uma melhoria da "transparência" da Democracia, através da divulgação dos doadores aos partidos políticos. Aguardamos com natural expectativa esta decisão.

2. O PPV promoveu uma sondagem junto das bases para conhecer as suas preferências sobre eventuais candidatos presidenciais "votáveis".
Congratulamo-nos com o excelente nível de receptividade, traduzido nos 889 votos recolhidos. O PPV agradece a todos os participantes pela sua valiosa colaboração. Os resultados da sondagem foram estes:

António Bagão Félix, 323 votos (36%)
D. Duarte de Bragança, 174 votos (19%)
João César das Neves, 146 votos (16%)
Prof. Daniel Serrão, 85 votos (9%)
Gen. Rocha Vieira, 75 votos (8%)
Maria José Nogueira Pinto, 45 votos (5%)
Aura Miguel, 41 votos (4%)

Os resultados fazem destacar três nomes: 1. António Bagão Félix; 2. D. Duarte de Bragança; 3. João César das Neves. Decidimos, pois, contactar estas três personalidades para conhecer a sua eventual disponibilidade para a apresentação de uma candidatura e, em caso afirmativo, pedir-lhes um esboço preliminar do respectivo «programa cívico».

Guimarães, 8 de Junho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

sondagem sobre candidatos às presidenciais

Feito o balanço do actual mandato presidencial, muitos cidadãos identificados com os valores do PPV se confrontam com o problema de sancionar com o seu voto um Presidente da República que deu a sua homologação a um conjunto de Leis, em nosso entender, gravemente iníquas. Para além disso, em face das candidaturas anunciadas, resulta improvável que alguém venha a assumir no debate eleitoral a defesa de Valores que consideramos inegociáveis: Vida e Família - na perspectiva da doutrina social da Igreja.

Neste contexto, como é público, promovemos junto do "povo pro Vida" uma sondagem no sentido de encontrar a personalidade política na qual este grupo melhor se revisse. É o momento de agradecer a todos os participantes a sua valiosa colaboração. Num universo de 889 respostas positivas,
os resultados foram expressivos:

1. António Bagão Félix - 323 votos (36%)
2. D. Duarte de Bragança - 174 (19%)
3. João César das Neves - 146 votos (16%)
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4. Daniel Serrão 85 votos (9%)
5. Gen. Rocha Vieira, 75 votos (8%)
6. Maria José Nogueira Pinto, 45 votos (5%)
7. Aura Miguel, 41 votos (4%)

Identificado o grupo de três personalidades cujos resultados mais se destacaram, procurámos contactá-los no sentido de conhecer a sua eventual disponibilidade para uma candidatura. Até à data de hoje, 16 de Junho, apenas o Sr. Prof. João César das Neves nos respondeu, tendo-nos informado amavelmente estar esta possibilidade "completamente posta de parte".

Aguardaremos ainda alguns dias pelas respostas do Sr. Dr. Bagão Félix e do Senhor D. Duarte de Bragança.

DEFENDA A SUA FAMÍLIA, DEFENDA A SUA CASA

Portugueses,

Hoje, 10 de Junho, é dia de Portugal, dia dos portugueses espalhados por todo o mundo. É o dia de um grande povo, portanto.
Hoje vivemos tempos difíceis. Mas também estas dificuldades do presente serão ultrapassadas se conseguirmos unir-nos.
Unidos, já conseguimos em oito séculos e meio de história vencer crises porventura maiores.

Há hoje um pequeno grupo de dirigentes do nosso país que se aproveita dum certo estado de
anemia cívica para fazer avançar a sua agenda, para proteger os seus interesses que pouco ou nada têm que ver com o superior interesse nacional. De pouco adiantam os nossos legítimos sentimentos de reprovação se não conseguirmos demonstrar que estamos atentos, determinados e organizados para encontrar e apresentar alternativas que valorizem a vida humana em Portugal e defendam a família, condição de continuidade deste grandioso projecto político, cultural e espiritual, sempre renovado a cada geração, chamado PORTUGAL.

É preciso afirmar:

- A quebra da natalidade e o ataque à Família são as principais causas do envelhecimento populacional, do inverno demográfico que enfrentamos e da crise que se instalou no ocidente;

- Com o aumento do numero de dependentes de prestações sociais, a população activa terá cada vez mais dificuldade em arcar com os custos da "Segurança Social";

- As famílias portuguesas são a verdadeira "Segurança Social" perante o crescente flagelo do desemprego;

- A situação social tenderá a agravar-se com as políticas impostas por dirigentes irresponsáveis: liberalização do aborto, degradação do casamento civil (divórcio unilateral, casamento homossexual), deseducação sexual obrigatória nas escolas;

- Pelo PEC, a irresponsabilidade despesista do Estado vai ser paga com o empobrecimento das famílias;

- Uma política centralista continuará a drenar as energias demográficas e criativas do interior do país para as duas metrópoles litorais (caso do spill-over effect, portagens nas SCUT, TGV...)


Se está inconformado e quer ter uma intervenção consequente, afirmando os valores da Vida e da Família, afirmando sem complexos a matriz cristã da Europa e de Portugal, colabore neste campanha singela. Ao longo das próximas semanas, coloque uma bandeira num local de sua casa (ou do carro) bem visível da rua.

Esta bandeira poderá ser impressa a cores (ficheiro anexo), ou - melhor ainda - pintada manualmente em família sobre a base em anexo. Desta forma procuraremos envolver directamente nesta jornada de mobilização cívica e patriótica aqueles mais novos que, dentro de poucos anos, arcarão com as mais duras consequências dos erros de hoje.

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1ª Semana

AFIXAMOS A BANDEIRA DO CONDADO PORTUCALENSE - cruz azul sobre fundo branco.
Esta bandeira representará o princípio fundacional de Portugal, Terra de Santa Maria, alargando-se para sul e mar fora, a partir da primeira capital em Guimarães.

Diante dos perigos dos campos de batalha, os primeiros portugueses não hesitaram em colocar-se sob a protecção da Cruz. Ainda hoje os jogadores da selecção nacional de futebol a ostentam sob o escudo das quinas.

Afirmemos Portugal naquilo que temos de melhor: humanismo cristão, sentido de família, abertura ao outro.

domingo, 13 de junho de 2010

pelas crianças, tudo


Caros Amigos, cidadãos e cidadãs,

As crianças de Lisboa e do Sul do País não podem ficar sem um Hospital Pediátrico autónomo e tecnologicamente evoluído.

O Ministério da Saúde pretende que as crianças que hoje acorrem ao Hospital de Dona Estefânia passem a ser tratadas num "Hospital Geral de Adultos".

Isto representa um retrocesso técnico, ético e civilizacional sem paralelo no Mundo.

Os Responsáveis do País e de Lisboa devem evitar este erro, exigindo a construção de um novo Hospital para as Crianças de Lisboa e Sul do País, perto do futuro hospital geral de adultos (Hospital de Todos os Santos-Marvila/Chelas), mas totalmente pediátrico, autónomo e servido por profissionais inteiramente dedicados à criança doente, ao contrário do que pretende o Ministério.

Alertamos também para que não se sacrifique o actual espaço do Hospital Dona Estefânia aos interesses imobiliários mas que este se mantenha dedicado à criança e às instituições que a apoiam, conforme o desejo da Rainha fundadora que há 150 anos o doou à Cidade.

Alguns políticos terminarão os mandatos, mas os seus erros continuarão a penalizar as crianças doentes de hoje e das futuras gerações.

Nós, cidadãos, pais, avós, familiares, âmago da sociedade civil, não desistiremos desta causa:
"A defesa intransigente dos superiores interesses da criança"

Plataforma Cívica em Defesa de um Novo Hospital Pediátrico para Lisboa

Veremos...

in Jornal i, 9 de Junho de 2010, pág. 19

Apoiemos a Plataforma Resistência Nacional

A Liberdade triunfará!

(triunfa sempre)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Será que o Sermão da Montanha é politicamente viável?

por Dietrich Bonhoeffer, in Ética, ed. Assírio & Alvim

(destaques do PPV sobre o texto publicado no sítio do SNPC)

Ao ver a multidão, Jesus subiu a um monte.
Depois de se ter sentado,
os discípulos aproximaram-se dele.
Então tomou a palavra e começou a ensiná-los, dizendo:
«Felizes os pobres em espírito,
porque deles é o Reino do Céu.
Felizes os que choram,
porque serão consolados.
Felizes os mansos,
porque possuirão a terra.
Felizes os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.
Felizes os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
Felizes os puros de coração,
porque verão a Deus.
Felizes os pacificadores,
porque serão chamados filhos de Deus.
Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça,
porque deles é o Reino do Céu.
Felizes sereis, quando vos insultarem
e perseguirem e, mentindo,
disserem todo o género de calúnias contra vós,
por minha causa.
»

Mt 5, 1-11

Jesus Cristo é (...) a única fonte de que nos advém o conhecimento da essência e da lei da história, tal como Deus as pensou e quis. Bom é o agir adequado à realidade de Jesus Cristo; o agir adequado a Cristo é agir adequado à realidade. Esta proposição - corretamente entendida - não é uma exigência ideal, mas uma enunciação que dimana da própria realidade.

Dois grandes mal-entendidos acerca desta proposição atravessam toda a história e o momento atual da cristandade. O primeiro vê em Jesus Cristo o fundador de uma nova ideologia ética que se deve aplicar à realidade histórica. O segundo vê nele apenas o Deus que diz sim a todo o real. No primeiro caso, assistimos a um eterno conflito entre as necessidades do agir histórico e a «ética de Jesus». No segundo, afirma-se como cristão o real sem conflitos.

Onde uma «ética de Jesus», por exemplo na forma de um Sermão da Montanha assim interpretado, surge separada da fé na encarnação de Deus em Cristo e na reconciliação do mundo com Deus por meio de Cristo, nascem acontecimentos fanático-revolucionários, ou a renúncia a «aplicar esta ética» à ação histórica, isto é, a privatização da ética cristã. A «ética de Jesus» ou fracassa em grande parte perante o mundo histórico - como aconteceu, por exemplo, nos movimentos dos entusiastas do período da Reforma - ou retira-se para o âmbito extraordinariamente restrito da vida privada do indivíduo, como por exemplo no pietismo ou ainda no liberalismo de um Friedrich Naumann, mas não introduz numa concreta responsabilidade histórica. Daí os lugares comuns hoje difundidos em toda a cristandade, segundo os quais com o Sermão da Montanha não seria possível fazer política e quejandos.

Predominante é aqui a conceção de uma realidade histórica subsistente em si e «dotada de leis próprias», de uma ética cristã pela sua origem e pela sua essência estranha à realidade, que a tal realidade se deveria impor. Esquece-se, pelo contrário, o facto decisivo, o único que permite conhecer a estrutura do real, a saber, a encarnação de Deus, a entrada de Deus na história, a assunção da realidade histórica na realidade de Jesus Cristo. Esquece-se que o Sermão da Montanha é a palavra daquele que se não contrapõe à realidade como estranho, como reformador, como fanático, como fundador de religiões, antes experimentou a essência do real no seu corpo e falou a partir do real como nenhum outro homem sobre a terra. O Sermão da Montanha é a palavra de quem é pessoalmente o senhor e a lei do real. Compreender e interpretar o Sermão da Montanha como a palavra do Deus feito homem - eis o mais importante quando se levanta a questão do agir histórico, e aqui deve então depreender-se que o agir adequado a Cristo é um agir adequado à realidade. (...)

O Sermão da Montanha como proclamação do amor de Deus feito homem chama o homem ao amor para com o outro homem e, justamente por isso, a renegar tudo aquilo que o impede no cumprimento desta tarefa, em resumo, chama-o a renegar-se a si mesmo. Ao renunciar à sua felicidade, ao seu direito, à sua justiça, à sua dignidade, à força e ao êxito, ao renunciar à sua vida, o homem torna-se disponível para amar o próximo. O amor de Deus liberta o olhar do homem ofuscado e transviado pelo amor de si e torna-o capaz de reconhecer de modo claro a realidade, o próximo e o mundo, torna-o assim e só assim pronto a assumir uma autêntica responsabilidade.

Por isso, o Sermão da Montanha põe o homem também diante da necessidade de agir historicamente de modo responsável. Vira-se para o indivíduo, não para que este seja algo em si mesmo, mas antes para que seja aquele que é à luz de Deus, a saber, alguém que se encontra em situação de responsabilidade histórica.

Mas porque o indivíduo está já, desde sempre, em situação de responsabilidade, a antiga questão de se o Sermão da Montanha se dirigia ao indivíduo como tal, mas não ao indivíduo em situação de responsabilidade para com outros, levanta-se de modo erróneo. O próprio Sermão da Montanha situa o homem em situação de responsabilidade em face dos outros e não conhece nenhum indivíduo como indivíduo. Nem ele se contenta com prepará-lo para desempenhar a sua tarefa na comunidade, antes o solicita diretamente a agir de modo responsável. Chama-o àquele amor que se manifesta agindo responsavelmente para com o próximo e que nasce do amor de Deus, o qual inclui em si toda a realidade. Assim como o amor de Deus pelo mundo não conhece limitações, assim também o amor humano que dimana do amor de Deus não está limitado a determinados âmbitos da vida e a determinadas relações. Tudo nele está incluído. O Sermão da Montanha como palavra do amor de Deus que reconcilia o mundo vale em toda a parte e sempre, ou então não nos diz verdadeiramente respeito. A vida idílica no lago de Genezaré, que de resto não foi assim tão idílica, não teve mais a ver com o amor de Deus pelo mundo do que as cidades industriais e as grandes potências políticas da nossa época. A crucifixão de Jesus Cristo é a prova mais rigorosa de que o amor de Deus está igualmente próximo e igualmente longe de todos os tempos. Um amor limitado em qualquer sentido não deveria ter acabado na cruz. Jesus morre porque Deus amou o mundo inteiro. E somos chamados a entrar neste mesmo amor por todo o mundo, selado pela Cruz de Jesus. (...)

Uma das abstrações do pensamento pseudo-realista é indicar a auto-afirmação como a única lei da ação política e a negação de si como a única lei do agir cristão e ver nelas uma oposição em que uma tese exclui a outra, uma dupla moral. Encontramo-nos aqui em face da compreensão da realidade mundana e da realidade cristã segundo a lógica dos princípios, que passa por cima da realidade da encarnação de Deus e que, por isso, não apreende nem a realidade mundana nem a realidade cristã. Que o amor de Deus pelo mundo abarque também atividade política, que a forma mundana do amor cristão possa, por isso, assumir igualmente a forma daquele que luta pela auto-afirmação, pelo poder, pelo êxito e pela segurança é algo que se pode compreender só onde se toma a sério a encarnação do amor de Deus. Manifestam-se aqui, pois, também os limites ou, melhor, os bastidores da lei da auto-afirmação na atividade política.

Agir politicamente significa assumir responsabilidades – o que não é possível fazer sem poder. O poder põe-se ao serviço da responsabilidade.