quarta-feira, 10 de julho de 2013

Holocaustos

Ao ler um texto acerca dos “campos da morte” nazis (VP de 20130522), não pude deixar de pensar que os holocaustos nunca são iguais.
Muito recentemente o Papa Francisco manifestou o seu apoio à petição europeia “Um de nós” e exortou todos a manterem viva a atenção para um tema tão importante como o respeito pela vida humana desde a sua concepção até à morte natural. Sem o expressar directamente, o Papa lembrava um holocausto que está a ocorrer e que a maioria de nós, incluindo cristãos, procura esquecer; olhamos para o lado!
Mas nós estamos demasiado silenciosos. Martin Luther King  disse “O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.
No final da II Guerra Mundial, o General Eisenhower ordenou que fosse feito o maior número possível de fotos das vítimas dos campos de concentração e fez com que a população das cidades vizinhas fosse aqueles campos e até mesmo enterrassem os mortos. Ninguém queria acreditar naquilo que os olhos viam! Nós também não podemos acreditar que eles não soubessem de nada. Olhar para o lado é muito comum na história da humanidade.
Desde 2007 realizaram-se em Portugal mais de 80 mil abortos* "por opção da mulher", dos quais perto de 13 500 foram repetições, revela um estudo da Federação Portuguesa Pela Vida (FPV) feito com base nos dados oficiais disponíveis.
E qual o encargo que estes abortos significam para o erário público?
As mulheres trabalhadoras que abortam recebem 100 por cento do subsídio social, enquanto uma mãe que está de baixa para dar assistência ao filho só recebe 65 por cento do salário!
Informação publicada no "Correio da Manhã" os custos com os abortos atingiram até 2012 os 100 milhões de euros, relativos a subsídios sociais e despesas com deslocações. E somos nós que pagamos isto com os nossos impostos.
O que devemos fazer? Agir, nada mais!
Está a decorrer em Portugal, por uma iniciativa popular, uma recolha de assinaturas para requerer à Assembleia da República a convocação de um Referendo Nacional incidindo sobre a seguinte pergunta: «Concorda que a legislação portuguesa garanta a inviolabilidade da vida humana, desde o momento da concepção até à morte natural?».
Não tem sido fácil obter autorizações para recolha de assinaturas, mesmo junto a locais de culto católico, sendo mais gritante o que se passou recentemente em Fátima onde o Reitor do Santuário proibiu recolha de assinaturas pró-referendo à porta do recinto do Santuário de Fátima, por se tratar de um assunto que não é estritamente religioso! Será que Francisco I ultrapassou os limites estritamente religiosos da sua missão?
Termino com uma citação de Francisco I: “A Igreja precisa de zelo apostólico, não de cristãos de salão”.

Carlos Fernando da Conceição Sousa

* neste momento (Julho2013) teremos já ultrapassado os 110 mil abortos.