Ao ler um
texto acerca dos “campos da morte” nazis (VP de
20130522), não pude deixar de pensar que os holocaustos nunca são iguais.
Muito
recentemente o Papa Francisco manifestou o seu apoio à petição europeia “Um de
nós” e exortou todos a manterem viva a atenção para um tema tão importante como
o respeito pela vida humana desde a sua concepção até à morte natural. Sem o
expressar directamente, o Papa lembrava um holocausto que está a ocorrer e que
a maioria de nós, incluindo cristãos, procura esquecer; olhamos para o lado!
Mas nós
estamos demasiado silenciosos. Martin Luther King disse “O que mais preocupa não é o grito dos
violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais
preocupa é o silêncio dos bons”.
No final da
II Guerra Mundial, o General Eisenhower ordenou que fosse feito o maior número
possível de fotos das vítimas dos campos de concentração e fez com que a
população das cidades vizinhas fosse aqueles campos e até mesmo enterrassem os
mortos. Ninguém queria acreditar naquilo que os olhos viam! Nós também não
podemos acreditar que eles não soubessem de nada. Olhar para o lado é muito
comum na história da humanidade.
Desde 2007
realizaram-se em Portugal mais de 80 mil abortos* "por opção da
mulher", dos quais perto de 13 500 foram repetições, revela um estudo da
Federação Portuguesa Pela Vida (FPV) feito com base nos dados oficiais
disponíveis.
E qual o
encargo que estes abortos significam para o erário público?
As mulheres
trabalhadoras que abortam recebem 100 por cento do subsídio social, enquanto
uma mãe que está de baixa para dar assistência ao filho só recebe 65 por cento
do salário!
Informação
publicada no "Correio da Manhã" os custos com os abortos atingiram
até 2012 os 100 milhões de euros, relativos a subsídios sociais e despesas com
deslocações. E somos nós que pagamos isto com os nossos impostos.
O que
devemos fazer? Agir, nada mais!
Está a decorrer
em Portugal, por uma iniciativa popular, uma recolha de assinaturas para
requerer à Assembleia da República a convocação de um Referendo Nacional
incidindo sobre a seguinte pergunta: «Concorda que a legislação portuguesa
garanta a inviolabilidade da vida humana, desde o momento da concepção até à
morte natural?».
Não tem sido
fácil obter autorizações para recolha de assinaturas, mesmo junto a locais de
culto católico, sendo mais gritante o que se passou recentemente em Fátima onde
o Reitor do Santuário proibiu recolha de assinaturas pró-referendo à porta do recinto
do Santuário de Fátima, por se tratar de um assunto que não é estritamente
religioso! Será que Francisco I ultrapassou os limites estritamente religiosos
da sua missão?
Termino com
uma citação de Francisco I: “A Igreja precisa de zelo apostólico, não de
cristãos de salão”.
Carlos
Fernando da Conceição Sousa
* neste momento (Julho2013) teremos já ultrapassado os 110 mil abortos.