quinta-feira, 21 de junho de 2012

uma falsa ideia de igualdade...

... a propósito do jogo da Ucrânia com a Inglaterra no Euro2012, em que a teimosia da UEFA em não recorrer a meios tecnológicos permitiu que um golo da Ucrânia não fosse validado, acabando esta equipa - país organizador - por perder 1-0 e ver-se eliminada de um torneio para cuja organização tantos sacrifícios houve de fazer. É injusto. E tudo porque, ao que dizem os "espertos" europeus, uma vez que não haveria meios para colocar um "árbitro auxiliar electrónico" em cada estádio, e porque uns jogos têm cobertura televisiva e outros não... em nome da "santa igualdade" levam todos com árbitros humanos, falíveis e corruptíveis, mesmo naqueles jogos em que efectivamente todos esses meios estão presentes e se permite o erro crasso público e notório... para não beliscar uma "igualdade" degeneradamente deificada.

A mesma pseudo-igualdade tem levado a velha Europa a uma decadência voluntária por se pretender levar uma ideia abstracta às suas últimas consequências, ainda que à custa da própria natureza. Assim, por uma questão de "igualdade" de acesso ao aborto por "pobres e ricas", o Estado passa a subsidiar a morte do seu próprio futuro; e a mesma pseudo-igualdade leva a que se trate como casamento, chegando a permitir a adopção de crianças, a dois homens ou duas mulheres, independentemente das consequências que tal "igualdade" venha a trazer às crianças, como um recente estudo da Universidade do Texas em Austin veio demonstrar.

Luís Botelho

quinta-feira, 14 de junho de 2012

«INVERNO DEMOGRÁFICO» o mais grave problema português

in Jornal «Sol», 1 de Junho de 2012, p. 40

Tal como o afirmamos em artigo anterior, o nosso País, juntamente com uma grande parte dos países europeus, enfrenta aquilo a que se convencionou chamar de «Inverno demográfico». Termo que simboliza a grande quebra nas taxas de natalidade - contribuindo para um decréscimo da população - e que não tem merecido a atenção devida por parte das autoridades.
Mas vejamos, de seguida, os dados concretos.
Em 2011, Portugal teve um novo mínimo histórico de nascimentos - pouco menos de 97 mil - quando deveria ter cerca de 160 mil para, pelo menos, haver a tão necessária e fundamental reposição de gerações.
Assim, e se nos permitem, uma questão simples: a quem compete proteger aquela que é a célula base da sociedade – Família - onde se permite contribuir para a dita reposição de gerações?
Na Constituição da República Portuguesa, pode ler-se, no artigo 67, que incumbe, designadamente ao Estado, a protecção da Família, cooperar com os pais na educação dos filhos; e regular os impostos e os benefícios sociais, de acordo com os encargos familiares.
Daqui se segue que, embora haja famílias sem filhos, são os filhos que tornam as famílias mais importantes, uma vez que é a capacidade de gerar filhos que a torna na célula fundamental na sociedade. Mais: é a Família que, através dos filhos, garante que a sociedade resista à natural erosão pelo tempo (gerando um número de crianças igual ou superior à de óbitos), assim como a transmissão dos valores próprios da sociedade em que está inserida.
Ora acontece que, desde há trinta anos, sensivelmente, o número de nascimentos é inferior ao necessário para garantir a fundamental reposição de gerações.
E qual é a situação actual? Esta é a pergunta que se impõe!
Para variar, pior do que se julga. Continuamos a ter discursos bonitos feitos por responsáveis do Governo, mas a situação, na prática, só tem piorado. Em 2011, como dissemos, Portugal teve um novo mínimo histórico de nascimentos, pouco menos de 97 mil, quando deveria ter cerca de 160 mil para haver reposição de gerações.
Nesta altura, pelo menos, os responsáveis deveriam ter adoptado medidas para se inverter, rapidamente, a tendência. E, há menos de um ano, o Primeiro-Ministro declarou que todas as leis passariam a ser objecto de um «visto familiar» para garantir a ausência de impactos negativos na vida familiar
Porém, a realidade tem sido bem diferente. Com o aumento do IVA na factura da electricidade, um bem de primeiríssima necessidade; o disparo dos custos dos transportes públicos; a brutal redução nos abonos de família; o aumento das taxas moderadoras; os combustíveis mais caros, etc. Pior, muito pior: pouca ou nenhuma atenção ao número de filhos no cálculo dos «rendimentos de referência» para atribuição dos benefícios sociais ou taxas moderadoras e de IRS, penalizando, de forma desproporcionada, as famílias com filhos a cargo, tanto mais quanto maior o seu número. Por outras palavras: na prática, uma política fortemente anti-natalista!
É óbvio que, desta maneira, novos mínimos continuarão a ser batidos nos próximos anos até à extinção da sociedade que descuidou totalmente o seu «elemento fundamental» que garantia a sua resistência à erosão pelo tempo!
O que há a fazer?
É simples. Criem-se os incentivos à natalidade ou, pelo menos, acabem de uma vez por todas com as penalizações à natalidade.
É verdade que muitos casais não têm uma rede familiar para ajudar a criar os seus filhos. É verdade que os filhos dão despesa, trabalho e são uma grande responsabilidade. Tudo isto é certo. E eu, como pai, sou conhecedor desta realidade. Mas um mundo sem crianças, sem filhos, que mundo é este?
Inventámos necessidades que as crianças não têm, gastamos dinheiro em roupas de marca, sapatinhos, brinquedos de todo o tipo, equipamentos absurdos para recém-nascidos e bebés mais crescidos, actividades para ocupar os meninos em vez de os deixar brincar à vontade... Tudo isto custa fortunas e as crianças não necessitam nem de um milésimo destas coisas. Por isso é que ter um filho é tão caro! As crianças precisam de uma boa alimentação, uma boa educação e tempo para desfrutar da infância e, sobretudo, de amor, muito amor. O resto é supérfluo. Não incluo aqui as crianças doentes ou com necessidades especiais, como é evidente.
Repare-se que é este «Inverno Demográfico» que Portugal atravessa há 30 anos que mais contribui para gerar no país a contracção económica, desemprego, encerramento de escolas (e como professor o digo) e maternidades e insustentabilidade dos sistemas de saúde e de segurança social.
É nossa convicção de que é possível inverter a actual tendência, tal como outros países já o fizeram, e que essa inversão constituirá – tal como o ensinamos e dizemos a todos os nossos alunos -, não só um contributo para o crescimento económico do País no curto prazo, mas também como um precioso contributo para a sustentabilidade do Estado Social no médio e longo prazos.
Vale a pena pensar nisto!

José Carvalho

N. B. – Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo as normas do (des)Acordo Ortográfico.
(sublinhados do PPV)

quarta-feira, 16 de maio de 2012

um de nós: eu também faço parte?




O partido «PPV - Portugal pro Vida» associa-se com alegria ao "life day 2012" e apoia esperançadamente a iniciativa europeia «Uno di noi / One of us». Esperamos recolher muitas assinaturas a favor desta causa, em paralelo com a iniciativa popular nacional que também vimos apoiando «pro referendo-Vida». Desde Guimarães, sede do PPV e Capital Europeia de Cultura 2012, temos o gosto de enviar ao «Movimento per la Vita» o cartaz com que nos associamos à interpelante iniciativa «eu também faço parte?» da Comissão Nacional pro Referendo Vida. Dirigimo-nos, assim, aos milhares de europeus que este ano visitam Portugal e Guimarães.
Direcção Política Nacional do PPV

The «PPV - Portugal pro Vida» political party is happy to endorse the "life day 2012". We also support with great and good hope the european iniciative «Uno di noi / One of us». We expect to gather many signatures for this petition, in parallel with the national referendum initiative we're currently pushing foward «pro referendo-Vida». From the city of Guimarães, so-called "nest-city", Portugal's birthplace, also PPV's headquarter and European Capital of Culture 2012, we're happy to share with the «Movimento per la Vita Italiano» our banner of the «eu também faço parte? / Am I also a part of it?» thought-provoking campaign, called by the da «Comissão Nacional pro Referendo Vida». We are thus addressing thousands of european visitors to Portugal and Guimarães.
PPV - National Political Board

Associação Portuguesa de Famílias Numerosas reclama medidas de apoio à natalidade

Lisboa, 15 mai 2012 (Ecclesia) – A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) propõe que o Dia Internacional da Família, que hoje se assinala, seja também ocasião para defender o direito à vida, num país marcado por uma “taxa de natalidade reduzidíssima”.
Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, aquele organismo recorda que “em cada hora, nascem em Portugal menos seis crianças do que seria necessário para garantir a renovação de gerações”
“Em vez de encarar este problema de frente, apoiando fortemente a paternidade e maternidade, o Estado Português continua a penalizá-las, tanto mais quanto maior o número de filhos, em franco contraste com o que acontece, há anos, na esmagadora maioria dos países europeus”, lamenta a APFN.
Esta questão levou os representantes daquela entidade de utilidade pública a encontrarem-se esta manhã com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.
Em declarações ao site da associação, o presidente Fernando Castro sublinha que a ideia da reunião não foi “pedir privilégios para as famílias numerosas mas sim equidade e justiça para todas as famílias com filhos a cargo”.
Uma questão particularmente sensível prende-se com a falta de peso que a existência de filhos parece ter, na hora de pedir contas às famílias.
“Neste momento, para o cálculo da taxa do IRS e para a isenção das taxas moderadoras, os filhos contam zero, enquanto que para o abono de família valem apenas como meia pessoa”, aponta o presidente da APFN.
Durante o referido encontro, os responsáveis da associação deram a conhecer ao chefe do Governo o livro “100 famílias, 100 razões, 10 propostas”, que reúne mensagens dos agregados que integraram uma campanha intitulada “Quem são as famílias numerosas?”.
“Somos 5, queremos ser tratados como 5”, foi o slogan mais ouvido durante a iniciativa, que decorreu entre 1 de janeiro e 9 de abril de 2012.
"Estamos cientes das dificuldades financeiras que o país atravessa, sabemos que nem todas as medidas podem avançar agora e ao mesmo tempo, mas é urgente corrigir as leis que prejudicam todas as famílias com filhos a cargo”, reforça Fernando Castro.
Aquele responsável critica ainda a falta de ativação do “visto familiar”, anunciado há um ano pelo Governo, bem como a inexistência de qualquer “programa para o seu cumprimento”.
O “visto familiar” foi idealizado para funcionar como um mecanismo de defesa dos interesses da Família, já que determina que todas as medidas do Governo não serão aprovadas em Conselho de Ministros sem uma prévia avaliação do impacto que têm sobre a vida dos agregados.
JCP

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Fim do Euro preocupa. E o fim dos europeus?

 
D. Nuno Brás lamenta que os europeus se preocupem mais com a possibilidade de acabar a moeda única do que com a sua própria existência e futuro. Só assim entende que em vários países se esteja a liberalizar cada vez mais quer o aborto quer a eutanásia.

"Não deixa de ser interessante quando estamos muito aflitos que o euro vai desaparecer, ou que a União Europeia vai desaparecer, depois não ficamos nada aflitos, antes pelo contrário, fazemos estas leis e estas normas. Eu creio que aqui se vê muito bem o que é que conta para a Europa neste momento - é o dinheiro, é o ter, os valores estão completamente invertidos", refere o bispo-auxiliar de Lisboa.

Para D. Nuno Brás a Europa tem de alterar o rumo porque corre o risco de desaparecer: "Eu espero que Portugal e a Europa toda, a dada altura, ponham a mão na consciência e percebam que assim caminhamos para o desaparecimento da Europa. Agora, não me parece que seja inevitável. Espero eu, quando chegar aos 70 anos, que já existam leis que proíbam claramente a eutanásia e o aborto. Espero que sim, que a humanidade seja capaz de caminhar para uma viragem de razoabilidade. Temos de ser pessoas de esperança".

Já a jornalista Aura Miguel considerou particularmente alarmante, e um sinal evidente da decadência da Europa, o caso holandês onde a legislação desvaloriza cada vez mais a vida na sua fase final: "na Holanda, como sabem, agora é de tal maneira liberalizada a eutanásia que muitos idosos estão a fugir para lares na Alemanha porque têm medo de entrar no Hospital e matarem-nos. Andam com cartões a dizer: por favor não me matem".

A questão do aborto e da eutanásia foi levantada no debate desta quarta-feira à noite, na Renascença, a propósito da "Cimeira Global Pró-Vida" que sexta-feira e sábado vai reunir, em Lisboa, responsáveis de vários países. Portugal estará representado no encontro pela Comissão Nacional Pró-Referendo à Vida que já reuniu quase metade das 75 mil assinaturas necessárias para convocar uma consulta popular visando o "reconhecimento da inviolabilidade da vida humana, desde a concepção até à morte natural".
 
O juíz Pedro Vaz Patto, outro dos participantes no debate, admitiu que Portugal até possa vir a referendar de novo o aborto, mas para isso são necessárias algumas garantias ...  “ ... parece-me que para além de requerer o referendo é necessário que haja garantias de que o resultado não seja igual ao último, a começar pela indiferença das pessoas que levou muitos a nem sequer votar”.

“Garantir que o resultado seja diferente supõe uma mudança de mentalidade que infelizmente eu ainda não vejo na sociedade portuguesa", acrescentou.

O Juiz Vaz Patto recorreu, ainda, ao exemplo da Polónia para mostrar que não há leis irreversíveis: "Neste âmbito da legislação relativa ao aborto tem-se um bocadinho a ideia de que há uma irreversibilidade,  quando há uma alteração no sentido da liberalização não se volta atrás, mas não tem sido assim em todos os países. A Polónia, por exemplo, onde no tempo do comunismo o aborto foi banalizado ao extremo, hoje tem uma lei bastante restritiva e ainda recentemente foi feita uma proposta no sentido da proibição total do aborto que por muito pouco não foi aprovada".

sábado, 28 de abril de 2012

      Um dissidente chinês e activista dos Direitos Humanos, Guangcheng, que conseguiu fugir da sua prisão domiciliária em Pequim e refigiar-se junto dos Americanos, tendo denunciado casos de esterilização sistemática e de abortos forçados de mulheres chinesas no âmbito da política do filho único, levada a cabo pelos comunistas há mais de 45 anos, depois de no final da década de 50, terem morto à fome mais de 50 milhões de chineses, devido à política económica do Grande Salto em frente.
     E é a este tipo de gente que os nossos governantes querem continuar a entregar os destinos de parte das empresas-chave da nossa economia?  -E a defesa dos Direitos Humanos? -É letra morta?
   Com este leque de governantes muito sapientes, que querem resolver o problem da gigantesca dívida externa, vendendo o património nacional, temos que dizer, BASTA!
   Reduzam os mordomias dos actuais e antigos titulares de cargos políticos para 40%  (afinal não defendem a igualdade?), ponham a malta do RSI a trabalhar no campo, limpeza e plantio das Matas Nacionais, plantio das espécies autóctones, caso do carvalho, castanheiro, etc...., e veremos que é possível reduzir o famigerado défice.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Impunidade exemplar

O jornal "Correio da Manhã" de 4-03-12, trazia na primeira página a informação de que o ex-presidente da república, ex-primeiro ministro, ex-ministro sem pasta e descolonizador exemplar, Mário Alberto Soares, foi apanhado pelos radares da Brigada de Trânsito a 199 Km/h na A8, junto da Marinha Grande. Quando abordado pelos soldados da BT, como é seu hábito, reagiu mal, foi "mal educado", recusou-se a pagar a multa de 300,00€, alegando que quem tinha de a pagar era o Estado (como se este fosse o responsável pela condução). Em face desta negação, e como é das Leis da Natureza, "a corda partiu pelo ponto mais fraco", o motorista que ficou sem carta de condução. Esta situação, fez-me lembrar outra passada há uns dois anos na A1, em que um juíz conselheiro (creio que o Presidente do Supremo) foi apanhado em excesso de velocidade e o penalizado, foi o motorista que ficou com a carta suspensa durante seis meses..., não sei se terá pago alguma multa, mas...
Tanto num caso como no outro, verifica-se que o responsável moral, é (ou foi) uma alta figura do Estado Português, que em vez de dar um bom exemplo, não só desrespeitou uma Lei que era obrigado a cumprir, como agiu de forma impune, algo que não é permitido ao Português comum. Porquê?
Neste caso, como noutros, Mário Soares empurra para cima de outros, aquilo que lhe não agrada, criando a idéia de que está acima da Lei. É bem verdade "somos todos iguais mas uns são mais iguais que outros" in O triunfo dos porcos de George Orwell.
Num artigo de opinião no Correio da Manhã de 29-01-12, Eduardo Cintra Torres, falava na construção do mito pessoal, que o "descolonizador exemplar" estava trabalhando, com a ajuda, inclusivé, da RTP, que supostamente deveria ser pública e não funcionar a favor deste ou daquele.
Em face destes comportamentos (entre muitos mais), típicos de um regime em que as características de democracia são letra morta, levantam-se diversas questões, entre as quais, a seguinte:
Como pode Portugal avançar de forma sustentável na senda do Progresso e na defesa dos Direitos Humanos, quando vemos tantos governantes, de vários quadrante, bajularem esta figura? -Como pode um País desenvolver-se, sendo governado por um rebanho de carneiros?
-Não será tempo de mudarmos, de optarmos por outros políticos, por outras políticas?

terça-feira, 3 de abril de 2012

Subsídios: «Mais uma penalização sobre as famílias»

texto integral aqui TVI24

Conf. Nacional das Associações de Família critica alterações aos subsídios de maternidade, paternidade e adopção

A Confederação Nacional das Associações de Família defende que as alterações propostas pelo Governo ao cálculo dos subsídios de maternidade, paternidade e adopção são penalizadoras e aconselhou o Executivo a deixar ver as famílias «como alvo a abater».

De acordo com a proposta apresentada segunda-feira aos parceiros sociais, o Governo de Pedro Passos Coelho pretende harmonizar a forma de cálculo dos subsídios de maternidade, paternidade e adopção com o subsídio de doença, deixando de ser considerados para tal os subsídios de férias e de Natal.

«Isso é mais uma penalização sobre as famílias, porque diminui a percentagem de comparticipação e essa diminuição é sobretudo penalizadora para as pessoas que têm menos recursos, porque isso afecta a sua qualidade de vida», disse à Lusa Amândio Alves, da Confederação Nacional das Associações de Família (CNAF).

Por outro lado, a CNAF entende que estas medidas poderão ter como consequência a diminuição do número de filhos por agregado familiar, salvaguardando que ter um filho é «um investimento muito grande por parte das famílias» e que, quantos menos incentivos o Estado der, maior será a quebra demográfica.

«Penso que já é altura de o Governo e de os políticos deixarem de tratar a família como um alvo a abater e passarem a acarinhar a família», disse à Lusa Amândio Alves, da Confederação Nacional das Associações de Família (CNAF).

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Infelizmente, não são essas as prioridades do governo PSD - CDS.

PPV - pelos portugueses, pelo futuro de Portugal

Aos cidadãos pro-vida de Portugal,         

(em particular, aos filiados no PS, PSD, CDS e MEP)
Nos últimos tempos, antigos filiados do PSD e do PS, do CDS e do MEP nos têm procurado para com o PPV desenvolver acção em prol de valores comuns, chegando ao ponto da adesão formal. Cada vez mais pessoas sentem que este é o momento de arregaçar as mangas e agir em prol da causa da Vida mas apercebem-se de que a cidadania pro-Vida  se encontra bloqueada no PSD (vd. estratégia aprovada no último congresso) e vexada no CDS, onde acaba de ser chumbada no Conselho Nacional de 30.03.2012 uma proposta de posição comum contra as iniciativas fracturantes do Bloco de Esquerda / ILGA, na sequência da iniciativa da carta, subscrita em Fevereiro por 12 Conselheiros Nacionais.
A demissão da vida política, designadamente por parte dos católicos, não é uma opção, tendo o Vaticano vindo a exortar sucessivamente os fiéis leigos a envolver-se activamente no terreno da política, advertindo-os para os perigos do seu abandono a pessoas sem qualquer respeito por critérios promotores do bem comum e valores constituintes da matriz cristã de Portugal e da Europa.
Sabemos que a opinião pública sobre a militância partidária cai frequentemente numa generalização abusiva em moldes negativos e injustos para quantos tentam intervir construtivamente na Polis. Reconhecemos igualmente que,independentemente da firmeza das suas convicções e valores éticos, apenas uma pequena parte dos cidadãos sente vocação para a acção política directa.  Embora seja teoricamente possível desenvolver fora do enquadramento partidário alguma acção cívica a favor da Causa, a nossa experiência dos últimos anos vem demonstrando que, particularmente desde a criação do PPV em 2009, só a acção organizada e concertada pode atingir o grau de eficácia necessário para atingir os nossos objectivos.
Por isso, lançamos um forte apelo a todos os cidadãos de boa vontade que vêem a dimensão do combate civilizacional que se trava e compreendem a necessidade de uma nova humanização da sociedade portuguesa. No PPV defendemos Valores inegociáveis; não andamos sem rumo nem perdemos tempo com «política de corredor»; norteia-nos e inspira-nos a Doutrina Social da Igreja; elegemos a dignidade da Vida e da Família como pilar da nossa acção política.
Aderir ao PPV significa defender a Vida, a dignidade do homem e da família, promover o bem-comum, defender Portugal.
O PPV tem a porta aberta para todos os que desejam levantar o estandarte da Causa da Vida em Portugal.

Junte-se a nós! Adira ao PPV!

Cidadãos pro-Vida de Portugal, uni-vos!

Portugal pro Vida - Direcção Política Nacional
Guimarães, 31 de Março de 2012

sexta-feira, 30 de março de 2012

KAFKIANO: a adopção em Portugal - duas histórias

Recebemos de pessoa idónea e devidamente identificada um testemunho na primeira pessoa que dispensa comentários e aqui divulgamos como alerta público. Oxalá seja ainda possível um desenlace diferente para uma história de adopção que, infelizmente, a idade da criança torna problemática.

Recentemente recebemos um outro pedido de ajuda de uma candidata a mãe adoptiva que, embora invisual, dispunha de uma boa rede de apoio familiar. Terá sido liminarmente rejeitada em função da sua deficiência. Será legalmente sustentável esta postura - discriminatória embora alegadamente "no superior interesse da criança" - quando é dado o acesso à adopção por pessoas com limitações mais graves a um ou vários outros (e mais graves) níveis?

ser pro-adopção é também ser pro-Vida

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«Para que conste do processo de adopção por mim iniciado em 30 de Abril de 2008:
Dirigi-me à Segurança Social de S********* no dia 30/04/2008 com os documentos necessários e com os impressos preenchidos após vários dias de pesquisa na Internet e várias tentativas de saber onde poderia proceder ao processo de candidatura.
Fui submetida à entrevista social e visita domiciliária a 27/09/2008.
Fui submetida à entrevista Psicológica em data que não posso precisar.
Recebi em 15/05/2009 o certificado de selecção de candidata a adoptante por decisão do Centro Distrital de Segurança Social de S*********.
Desde então, tenho aguardado ansiosamente o contacto da equipa de adopção e tenho-me mantido em contacto regular com a equipa de adopção quer por e-mail quer por telefone.
Recebi por altura da Páscoa de 2011 uma solicitação via telefónica, na qual fui informada da existência de uma criança para adopção que não correspondia ao meu perfil mas poderia interessar-me. Recusei visto não me sentir segura nem capaz de ser mãe da referida criança.
Em Outubro de 2011 fui novamente contactada por telefone no sentido de tomar conhecimento do processo de uma criança que correspondia ao meu perfil, tendo sido informada que a selecção do meu processo tinha partido da equipa de adopção da Segurança Social de V********* (EASSV).
Prontamente foi marcada uma reunião no Centro Distrital de Segurança Social de S*********.
Esta decorreu se não estou em erro, a 15/10/2011 onde tive acesso ao processo da menor para a qual o meu processo tinha sido seleccionado.
De imediato acedi uma vez que senti que «esta é a minha filha» e senti-me capaz de abrir as portas da minha casa e da minha vida à criança em questão. Foi-me também permitido ver algumas fotos da menor em questão.
Fiquei à espera de novo contacto para articular e efectivar a adopção.
Depois de várias tentativas telefónicas da minha parte e de apresentar 2 datas possíveis (por motivos profissionais) para me deslocar a V********* (última semana de Novembro ou última semana de Dezembro, embora eu fosse peremptória em dizer que a primeira seria melhor visto permitir à menor passar o Natal em família) foi-me apenas dada a possibilidade de estar com a criança dia 18 de Janeiro de 2012. Por várias vezes reportei ao Centro Distrital de Segurança Social de S********* o desejo de receber a criança «para o ano Novo», uma vez que me foi dito ser melhor para a criança que passasse o Natal na instituição onde está há 3 anos.
A 16/01/2012 foi tentado contacto telefónico comigo e seguiu-se um e-mail com a morada e o nome das técnicas que me receberiam em V*********.
Às 9.30 do dia 18/01/2012 estava eu na sala de espera da equipa de adopção tendo sido recebida pelas 10.15. Seguiu-se uma pequena conversa sobre o que seriam os próximos dias no contacto com a criança pelo que nos dirigimos depois para a instituição de residência da menor. Foi-me dito que a criança tinha de ser tratada como muito pequenina dado ter uma vivência muito pobre.
Foi-me possível contactar com a menor ainda no período da manhã sempre acompanhada das técnicas da EASSV e uma técnica da instituição.
A criança apresentou-se muito limpa e cheirosa, toda vestida de cor de rosa excepto meias e botas castanhas, com o cabelo solto com 4 ganchos 2 de cada lado, sorridente e trazendo na mão 3 desenhos por si efectuados para a mãe, um com a representação da mãe (onde escreveu: para a melhor mãe do mundo tendo-me eu abstido de qualquer comentário até me ter sido chamada a atenção por uma das técnicas para o que estava escrito e nessa altura disse-mas olha que ainda não conheces outra! Por ter presumido que ela ainda não tinha conhecido mais nenhuma mãe adoptiva) e outros 2 com a Hello-Kitty. Nem a propósito, confeccionei em trapilho reciclado (que é mais leve e macio) uma malinha da Hello-Kitty e, tendo sido eu advertida que a criança era muito vaidosa, algumas pulseiras e elásticos para o cabelo que ela logo colocou e não largou o resto do dia. Ao aperceber-me que estava sol, adquiri numa loja uns óculos de sol vermelhos com morangos.
As apresentações decorreram como esperado tendo eu manifestado desejo de conhecer a criança e ela ter mostrado interesse em conhecer-me tendo feito perguntas às quais tentei dar resposta de acordo com a idade da criança (10 anos) e tendo eu também inquirido a criança nos mesmos termos. Nessa altura senti pela segunda vez «esta é a minha filha»
Ela perguntou o que eu fazia (uma vez que sou médica internista e trabalho numa unidade de cuidados intensivos) ao qual respondi que tinha uma sala com 5 camas onde se encontravam doentes muito doente a precisar de ajuda e de máquinas para respirar, ter o coração a bater e fazer «xixi» e não fazia consultas como o médico de família dela. Perguntou o nome dos avós, manifestou surpresa quando lhe disse a minha idade. Gostou de saber que a avó faz anos próximo dela. Perguntei se sabia o que se comemorava dia 10 de Junho para além do aniversário da avó. Não estava à espera que me respondesse mas disse-lhe que se comemorava o dia de um senhor que faleceu há muitos anos, escrevia poemas e se chamava Luís de Camões, mas que isso não era importante ela saber agora. Falei-lhe de um poema sobre uma Leonor ao que a criança respondeu haver na instituição uma Leonor. Falámos de animais, tendo ela revelado que o seu animal preferido é o golfinho e em atalho de foice perguntei-lhe se gostava de peixes ao que me respondeu que não. Como percebi que se referia ao peixe como alimento, corrigi a questão perguntando se não gostaria de ter um peixe de aquário ao que respondeu afirmativamente. Perguntei ainda, e a propósito de higiene dentária e visitas ao dentista, assuntos que foram abordados no decorrer da conversa, se ela sabia que os tubarões teem a sorte de ver os seus dentes substituídos quando estão estragados uma vez que os dentes de trás s deslocam para diante sempre que necessário. Novamente não o fiz pressupondo que a criança sabia nem para me vangloriar do meu conhecimento. Recebi por parte de uma das técnicas a seguinte interjeição: vejam lá como é que a mãe sabe estas coisas! Tendo eu dito, que tenho hábitos de leitura e aproveitei para saber pela menina se era verdade o que estava escrito no processo (que a ela é preguiçosa e não gosta de ler). A resposta da criança foi «mas eu não tenho livros!». Perguntei-lhe se via bem, respondeu que sim, mas nunca tinha ido ao oftalmologista! Disse-lhe que tínhamos de visitar o «tio Sérgio» logo que possível (o meu colega oftalmologista). Reparei também que a criança se expressa com vocabulário adequado (no processo dela está escrito que tem um vocabulário desajustado para a idade) mas tem dificuldade em articular as palavras pois tem o maxilar pequeno e consequentemente demasiados dentes na boca, facto que impede a fonação. Por isso evita falar, não por timidez e lhe faltar vocabulário! Tudo isto não foi correctamente diagnosticado embora tenha solução que não é nem simples nem isenta de custos.
Pelas 12.30, seguiu-se o almoço da criança na instituição enquanto eu fui procurar hotel tendo-me sido recomendado que procurasse um onde fosse possível a passagem a duplo quando a criança ficasse comigo à noite. Foi-me dito também que seria necessário o carro nas deslocações pelo que tive também o cuidado de procurar hotel com garagem. Manifestei também a necessidade de me deslocar aos correios a fim de pagar a A25 pelo que me foi dito que isso agora não era importante e que os correios em V********* têm andado muito congestionados, a mesma resposta me foi dada quando questionei onde poderia comprar uma cadeira para transportar a criança. Esta questão tinha sido abordada inúmeras vezes quando telefonei para Centro Distrital de Segurança Social de S********* mas ninguém me soube dar a informação do peso e altura da criança em questão. Optei então por não comprar a cadeira em B********* onde resido e escolher a cadeira com a criança já em V*********. Fui ainda avisada que me deveria encontrar às 14 horas na Segurança Social de V*********. Entretanto, consegui também comer qualquer coisa.
Pelas 14.30, após meia hora de espera na rua visto estarem as cadeiras da sala de espera todas ocupadas, chegaram as mesmas técnicas e fomos de novo à instituição para ir buscar a menor para passear.
Apresentaram-me a criança vestida com a mesma roupa com a qual tínhamos estado de manhã na instituição pelo que perguntei se não seria melhor ela trazer um casaco. A técnica da instituição respondeu que não era necessário!
Perguntei à criança onde queria ir. Pelo caminho reparei que a criança caminha sempre «fugindo para a esquerda» por não usar correcção ortopédica para pé plano já diagnosticado mas não constante do processo (embora seja dado a entender que a criança cai muitas vezes e é «desastrada». Mostrou vontade de ir ao recém inaugurado parque infantil onde procurámos peixes no lago e onde ela andou de baloiço recusando a minha ajuda para «ganhar balanço» e subiu a uma torre de cordas. A meio da subida adverti-a que poderia não conseguir descer até porque vestida de saia não havia tanta mobilidade. De imediato aquiesceu ao pedido e desceu não mostrando qualquer sinal de contrariedade. Em momento algum perdi de vista a menor nem a deixei sozinha. Aproveitamos para ir conversando e fomos depois a uma loja comprar verniz e brilhantes para pintar as unhas (ao contrário da mãe ela gosta de pintar as unhas das mãos e não as dos pés), uma caixa para colocar lápis que teria de ser pintada pelas duas (nós) e perguntei se poderíamos também usar «técnica do guardanapo» que a menor desconhecia o que era. Prontifiquei-me para a ensinar. Falou-me também que sabia fazer malha (ensinada pela irmã Margarida) explicando que usa «uma agulha» e já tinha feito um cachecol. Mostrou-me então a igreja dos terceiros (ao principio não entendi mas não questionei, depois li a inscrição: igreja de S Francisco dos terceiros!) onde vai às vezes à missa e informou-me que a catequese, quer de adultos quer de crianças decorre na Sé que fica perto dali. Identificou correctamente as árvores presentes e os 3 reis magos e foi ela que me explicou quem levava o quê, mostrando-me os utensílios que os mesmos tinham nas mãos. Manifestei o desejo de a visitar a Sé mas tal foi impedido pelas técnicas pois isso poderia ser feito num outro dia.
Seguimos então para um centro comercial onde a menor sabia onde se situavam as lojas de roupa de criança, os locais de restauração e o cinema. Perguntei qual o último filme que tinha visto e respondeu que não se lembrava. Entrámos numa loja de artigos de criança (Zippy) e logo à entrada fartámo-nos de rir quando uma menina dos seus 7 anos pediu à mãe que lhe comprasse acessórios e não roupa. Fomos escolher a cadeira para o carro mas infelizmente não pudemos adquiri-la por não estar ainda com o código de barras pois tinha acabado de chegar à loja. Disse-lhe que a tia está grávida e ela disse que adora bebés e gosta de lhes pegar ao colo pelo que a convidei a escolher uma roupa para um bebé coisa que fez sem hesitações. Demorámos algum tempo na loja para efectuar o pagamento e por eu ter insistido em levar a cadeira tendo a funcionária da loja efectuado todas as diligências nesse sentido. Entretanto a criança foi vendo os artigos expostos. Ao sair da loja, o alarme tocou. Verificámos que um par de elásticos da Hello-Kitty estava dentro da mala que eu confeccionei para ela. A menina mostrou-se muito aflita mas eu disse-lhe que «secalhar tinha caído» mas fiz questão de lhe dizer que nós cá em casa fazemos de tudo um pouco e o que ela precisasse faríamos depois, não era preciso «trazer» sem autorização. Este episódio decorreu sem que nenhuma das 3 técnicas presentes se tivesse dado conta (?) e o assunto não foi mais falado. E se tivessem percebido, arranjaria eu maneira de dar volta à questão pois uma mãe nunca denuncia uma filha! Mãe serve para educar e estar atenta.
Comprámos um par de brincos para cada uma na Bijou Brigitte, os dela cor-de-rosa com uma borboleta. Coloquei com alguma dificuldade os brincos nas orelhas da criança visto já não usar brincos há tanto tempo que os «furos» se encontravam parcialmente fechados. Alertei-a para os perigos de ser ela a retirar os brincos e que não deveria dormir nem pentear-se com eles colocados.
Fomos então lanchar. Perguntei várias vezes à criança o que queria para o lanche e a resposta foi sempre «não sei». Disse-lhe que a mim me apetecia um gelado e fomos à loja da Olá escolher. Sem qualquer hesitação escolheu um waffle com uma bola de gelado de marshmallow e toping de caramelo (sim, a pergunta do senhor da loja foi: qual o topping que a menina quer?). O lanche dela vinha munido de faca e garfo que a criança trocou entre as mãos várias vezes como nós, os canhotos temos necessidade de fazer toda a vida. Perguntei-lhe se usava bem a tesoura (no intuito de saber se seria necessário uma tesoura para canhotos como o meu primo João ou não, como no meu caso) ao que respondeu que sim. Ofereci ajuda para cortar o waffle mas ela recusou.
Entretanto lembrei-me que me faltavam toalhitas desmaquilhantes e tivemos de ir ao Pingo Doce. Encontramos uma exposição de cactos pelo que ela se lembrou que eu gostava e acabámos por comprar um. Já perto da caixa, e depois de «me ter ajudado a descer de escada rolante-que eu tenho verdadeiro pavor- e a escolher as toalhitas pelo seu odor», perguntou se poderia levar umas pastilhas para as amigas do lar. Resposta afirmativa, claro! Quando nos foi perguntado se desejávamos um saco, a criança respondeu de imediato que não, pois 3 coisas podemos bem levar nas nossa malas. E assim foi.
Dirigimo-nos então de novo à instituição, começava já a escurecer e pelo caminho encontramos um gato preto (a criança disse-me que adora gatos) pelo que conversamos sobre as pessoas que abandonam gatos em B********* onde resido enquanto outras pessoas os alimentam depois. Entretanto ela foi-me falando das amigas que «já tinha ido com uma família». Perguntei se sabia se estava tudo a correr bem ao que me respondeu «pelo menos ainda não voltaram!»
Já na instituição perguntei se podíamos pintar agora as unhas ao que as técnicas me responderam que a menina tinha de ir tomar banho e jantar tendo a criança dito por duas vezes que já tinha tomado de manhã e ainda era cedo para o jantar. Despedimo-nos com beijos na cara coma promessa que o que tinha ficado por fazer se faria no dia seguinte.
Eu e as técnicas passamos pela Segurança Social onde nos reunimos e foi-me perguntado como eu me sentia e se eu tinha alguma questão. Respondi que me sentia cansada (V********* é uma cidade acidentada e eu tenho uma espondilite anquilosante para além de que estava a convalescer de uma ciatalgia) mas não tinha nenhuma questão a colocar. Mandaram-me para «casa» reflectir ficando novo encontro marcado para as 10 horas do dia seguinte (perguntaram qual a hora que daria jeito ao que eu respondi, até pode ser ás 8) no mesmo local.
No dia seguinte, fui recebida perto das 11 horas e fui informada que não iria ver a criança! O meu perfil psicológico (o constante no processo) não corresponde ao meu comportamento! Pois eu fui a ÚNICA candidata em 10 anos de serviço daquela equipa que em momento algum se mostrou nervosa nem perguntou como devia comportar-se e ainda por cima não quis saber como tinha corrido o primeiro dia! Eu fazendo perguntas à criança (por exemplo o que se comemora dia 10 de Junho) tinha-lhe induzido um stress emocional elevado de tal forma que à despedida a menina nem lhes deu o «abraço do costume». (Não houve no entanto qualquer interpretação à frase repetida 2 vezes pela criança e, volto a citar «mas eu já tomei banho hoje de manhã e ainda é cedo para o jantar»)
Eu sou uma mãe «aérea», desatenta às verdadeiras necessidades da criança que são colo e carinho!
Eu não tinha sido capaz de dar o salto que estavam à espera desde Outubro (?), não estabeleci contacto visual com a criança (?), não demonstrei emoções (?), não verbalizei sentimentos (?) e isto tudo são factores de risco que indicam que o processo vai correr mal e visto terem uma elevada taxa de insucesso, seria melhor parar o processo por ali! Que eu sirvo bem para tomar conta dos filhos dos amigos mas não para mãe! Que o dia anterior não tinha passado de uma tarde de compras com os amigos!
Para a criança (cito palavras de uma técnica) «qualquer família serve desde que seja uma família!».
Fui ainda questionada se em algum momento do dia anterior tinha sentido o «click» ao que respondi que o «click» já tinha sido em Outubro, no dia anterior tinha sido a confirmação!
Fui também «acusada» de ser desmazelada porque já devia ter trazido a cadeira da criança instalada no carro e isso só reflectia que nunca tinha pensado levar a criança comigo! Os motivos pelos quais isso aconteceu já foram aqui amplamente explicados.
Ao inicio ainda pensei que teríamos um dia de pausa, quando eis senão quando fui informada que devia voltar para casa e que o destino deste processo agora ia caber às colegas de S*********, bem como «agora há pressa em acelerar a adopção da criança», no máximo «uma semana». Que eu devia procurar ajuda psicológica junto de quem eu entendesse mas talvez essa ajuda não viesse no «tempo» daquela criança. Também me disseram que seria contactada pela equipa de S********* ainda naquele dia (19/1) à tarde para marcar nova avaliação psicológica, facto que não ocorreu. Nessa altura comecei a chorar e expliquei que não tenho facilidade em expressar sentimentos junto de quem não conheço mas aquela era a minha filha! Uma das técnicas disse que achava muito bem que eu chorasse! A outra não se deu ao trabalho de se manifestar, mas as 2 perguntaram se eu precisava de algum papel ou qualquer coisa para apresentar no trabalho…
Ao chegar a casa foi-me perguntado pela minha mãe que estava de lágrimas nos olhos: «então a nossa menina não vem?». Não houve palavras para responder!
Voltei então para B********* e na manhã seguinte estive 2 horas a tentar entrar em contacto telefónico com o Centro Distrital de Segurança Social de S*********. Quando o consegui já tinha escrito um e-mail que enviei em simultâneo e nele sim, consegui manifestar o que sentia! A técnica que me atendeu disse que só tinha sido informada da situação ao final do dia anterior e perguntou-me quando eu tinha disponibilidade de ir ao Centro Distrital de Segurança Social de S*********, ao que respondi «hoje à tarde». Não por minha vontade, ficou agendada a minha deslocação dia 24/1, terça-feira.
Decidi então escrever este pequenino resumo do que foi um dia passado com a minha filha em V********* embora não haja de todo palavras para descrever sentimentos e emoções e aproveito desde já para repetir que «esta é a minha filha» e não qualquer outra.
Reforço ainda, que não desistirei deste processo até serem esgotadas todas as alternativas nem serem contactadas todas as entidades que possam estar envolvidas em processos de adopção, mas não estarei disponível para me sujeitar a qualquer outro que me proponham, pelo menos a curto prazo. A ser necessário, farei nova exposição detalhada a explicar os motivos que me parecem óbvios.
Grata pela atenção
Uma mãe
S********* 25/1/2012»

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Ex. senhor professor Luís Botelho Ribeiro,
No passado dia 14 de Janeiro [de 2011] fui à Segurança Social da cidade de
B*****, onde me atendeu uma técnica responsável pela adopção. Essa
técnica disse logo que, como invisual, não podia adoptar uma criança. 
Dito pela técnica sem eu nada lhe explicar:
Quando se dá uma criança para adoptar a primeira coisa que se pensa é
no bem-estar físico e psicológico, coisa que ela nem avaliou a ver se
havia ou não condições.
Atendeu-me no corredor da segurança Social, com outras pessoas a ouvir;
Não me entregou os papeis porque era perda de tempo, porque nunca me
dariam uma criança;
Não havia crianças suficientes para satisfazer os pedidos.
Quando a questionei sobre as reportagens que davam na televisão disse;
“Não dê ouvidos ao que dizem os meios de Comunicação Social, porque
não é verdade”;
Questionei-a sobre algumas crianças que conheço adoptadas - disse que
não era bem assim.
Nem perguntou sobre o meu rendimento nem sequer lhe interessou o facto
de lhe poder dar casa, alimentos, higiene e roupa. Voltou a dizer que
o que importava era o bem-estar físico e psicológico.
Então disse lhe e se eu engravidasse as condições não eram as mesmas?
Ela disse: a criança era sua fazia o que queria.
Agora pergunto se o  mais importante para uma criança é o bem-estar
físico e psicológico? Isso não se atribui a uma boa alimentação, a
educação, a uma habitação e principalmente o amor.
Senti-me completamente humilhada.
Se não há crianças para adoptar ou não as deixam adoptar, não lhes
deixam dar um colo. Porque fazem tanta campanha para ajudar as
instituições?
Acho que fui vitima de discriminação. Tenho a minha mãe a dar-me todo
o apoio, disposta a ajudar a realizar o sonho de ser mãe e tratam-me
assim. Penso que isso é uma grande injustiça. Legalizaram o aborto em
vez de deixarem essas pobres crianças nascer e dar felicidade a alguns
pais que não podem ter filhos por amor de Deus. Ainda dizem que não há
pena de morte em Portugal “Será que matar inocentes não é pena de
morte”? É pior do que a que ainda persiste em alguns países, porque
nesses países há pena de morte para pessoas que se podem defender. Mas
esses pobres inocentes não podem dizer: “Eu não tive culpa de ser
gerado”.

Nota pessoal: Ainda luto por este sonho, mas está difícil de o alcançar.
Mas estou disposta a levá-lo em frente, porque tenho vontade de o alcançar.
Posso morrer numa gravidez, porque posso não aguentar o parto.
Disse isso à técnica, mas ela mesmo assim não me incentivou.


quinta-feira, 1 de março de 2012

Um feto e um recém-nascido são moralmente equivalentes

Seis páginas. Eis o espaço de que necessitaram dois investigadores nas páginas da revista 'Journal of Medical Ethics' para defender que matar um recém-nascido não difere em nada, do ponto de vista moral, de practicar um aborto. [...] E a partir dessa premissa, defendem que as mesmas razões que "justificam" o aborto de um feto servem também para o infanticídio...
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...ou não!
Para nós também será moralmente equivalente, levando à conclusão contrária à dos autores:

- nem um nem outro são compagináveis com a Declaração Universal dos Direitos do Homem e devem ser banidos em todo o mundo 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Doutrina do Prof. Pedro Pais de Vasconcelos - vale a pena revisitar

Segundo a doutrina perfilhada pelo Prof. Doutor Pedro Pais de Vasconcelos, A. tem legitimidade para se opor como pai ao aborto de B., uma vez que estará a defender a vida do filho ainda não nascido, isto é o direito à vida do nascituro, sendo este o mais importante direito de personalidade (art. 24.º, da CRP), decorrente da suprema dignidade da pessoa humana que impõe à Ordem Jurídica o reconhecimento da personalidade jurídica (a qualidade de ser pessoa).
A. estará, também, a defender o seu direito pessoal à paternidade de acordo com o princípio de igualdade do pai e da mãe, agindo, por isso, ao abrigo da tutela geral da personalidade (art. 70.º, nº1 do CC). Assim, A. pode requerer judicialmente as providências adequadas às circunstâncias do caso, com o fim de evitar a consumação da ameaça (arts. 1474.º e 1475.º, do Código de Processo Civil).

In http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=oFYGu1yj85Q%3D&tabid=530

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Papa apela à defesa da vida humana

Bento XVI destacou a importância da fé para superar sofrimento e doença

Cidade do Vaticano, 05 fev 2012 (Ecclesia) – Bento XVI apelou hoje no Vaticano à defesa da vida humana, “em todas as fases e condições da existência”, associando-se à jornada convocada pelos bispos italianos, por esta causa.
“A verdadeira juventude realiza-se no acolhimento, no amor e no serviço à vida”, disse o Papa.

in http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=89428

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

PSD admite avaliar e rever a lei do aborto


Deputado do PSD diz que partido tem legitimidade para fazer “ajustamentos” à lei. Em Espanha despenalização vai acabar

O PSD admite a necessidade de avaliar a lei do aborto, numa altura em que o debate foi reaberto em Espanha com a decisão do governo de Mariano Rajoy de mexer na legislação para “preservar o direito à vida”. Em Portugal, PSD e CDS afastam, para já, uma revisão à lei, mas alertam para a necessidade de avaliar a forma como está a ser aplicada.

por Luís Claro, iOnline

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Os socialistas católicos lamentaram nesta quinta-feira a posição do PS contra a revisão da lei do aborto, recordando que, no referendo de 1998, o agora líder parlamentar Carlos Zorrinho se juntou à campanha pelo “não”.
http://www.facebook.com/l/9AQGFFONRAQFFJu95oqRucdXBv1Vvtpufh8uCVPyHPzFWkg/www.publico.pt/Pol%25C3%25ADtica/socialistas-catolicos-lamentam-que-zorrinho-esteja-contra-revisao-da-lei-do-aborto-1532008

adopção gay - o bloco prossegue a ofensiva

Adopção por casais homossexuais regressa ao Parlamento a 24 de Fevereiro

O Parlamento vai debater a adopção por casais de pessoas do mesmo sexo no próximo dia 24, de Fevereiro por iniciativa do Bloco de Esquerda. O partido pretende que seja eliminada a proibição de casais do mesmo sexo adoptarem crianças, como está previsto na actual lei, e que exista igualdade de tratamento no registo civil "para a adopção, apadrinhamento civil e procriação medicamente assistida

in http://dezanove.blogs.sapo.pt/300783.html

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O PPV, pelos direitos das crianças sempre! Se pensa e sente como nós, junte-se a nós. Faça ouvir a sua voz. Obrigue os partidos da situação a adoptar... uma posição COERENTE com o sentir dos seus eleitores de base.