Quem visita Gibraltar, a porta por onde Tárique invadiu a Europa no ano de 711, hoje sob administração britânica, encontra na ponta sul, virada a Ceuta, a mesquita
Ibrahim-al-Ibrahim (coord. GPS
36.111824,-5.34566), construída com petro-dólares Sauditas. Não desejaria fazer um juízo de intenções sobre eventuais motivações e simbolismos por detrás de tal empreendimento, certamente autorizado pelas autoridades britânicas do "rochedo". Mas não se pode deixar de estabelecer uma ligação à insistência da própria "Al Qaeda", nos
seus comunicados, nas suas pretensões à recuperação do "Al Andaluz", o nome da "sua" antiga província
ibérica.
E se, para um homem ocidental, a perspectiva de "possuir" quatro mulheres
possa, em teoria, parecer uma pequena antecipação do céu (ou
do inferno...), já para as mulheres europeias não restarão muitas dúvidas de que
um tal regime familiar representaria uma degradação do estatuto que, queira-se ou não, apenas lhes foi possível aceder sob os
auspícios da civilização ocidental de matriz cristã.
Por tudo isto, seria talvez de esperar que a defesa de uma "Europa de matriz cristã"
fizesse parte do "caderno reivindicativo" das organizações de promoção dos "direitos da mulher". Estranhamente, porém, não faz. Daquilo que vamos acompanhando, e embora importante, a sua confrontação com o universo cultural tradicionalmente associado ao Islão (talvez até abusivamente) fica-se pela questão da mutilação genital feminina.
Não se compreende o silêncio de certo feminismo perante o regime corânico da
tetragamia. E, já agora, também se estranha a indiferença da imensa maioria das mulheres perante combates como aquele que o movimento pro-Vida tem vindo a travar na defesa de certos valores e refernciais cristãos ocidentais. Será que não compreendem que são estes, afinal, os verdadeiros pilares em que assenta o estilo de vida a que se habituaram e que não está de modo algum garantido que possam sobreviver a uma islamização da Europa, a consumar em quinze a trinta anos se nada for feito?
Luís Botelho