«Papa condecora Cavaco e Sócrates já depois de promulgado o casamento gay», in Expresso 28.08.2010
«Bento XVI realça a "fé católica" de Cavaco Silva e o "empenho em exercer o cargo de Presidente".»
«O primeiro-ministro, José Sócrates também foi agraciado [... com as] insígnias da Ordem de São Gregório geralmente atribuídas a 'laicos beneméritos" da Igreja Católica.»
in Correio da Manhã, 28.08.2010
Providencialmente, o Expresso acrescenta que «a troca de condecorações entre Portugal e o Vaticano foi acordada entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros e a Secretaria de Estado do Vaticano durante a preparação da visita papal ao País.» Assim, ficamos a saber que estas condecorações são meras trocas de galhardetes diplomáticos, e não expressam um verdadeiro reconhecimento pelo bem feito à Igreja. São como que uma festa oferecida ao "filho pródigo" não quando este volta a casa mas enquanto ainda anda por lá «vivendo dissolutamente» (Lc 15).
A atribuição a José Sócrates, neste contexto, de uma condecoração normalmente destinada a "leigos beneméritos" da Igreja não parece nem mais nem menos bizarra do que a agraciação de Barack Obama com o prémio Nobel da Paz... com a diferença de que, determinada pela Igreja, dispomos de uma categoria aonde enquadrar as razões de uma decisão na aparência tão bizarra: a dos Mistérios da Fé.