quinta-feira, 7 de outubro de 2010

o fácil e o difícil - comunicado do PPV

Senhor primeiro-ministro,

Apreciámos muito certas partes do seu discurso do centenário da República. Que verdadeiro patriota não há-de regozijar-se por ouvir a voz do chefe do governo juntar-se, enfim, às de todos aqueles que1 vêm alertando contra os malefícios do facilitismo na sociedade portuguesa?

No magnífico exercício de estilo antitético, em que contrapôs o «fácil» e o «difícil», os portugueses terão apreciado comovidos a humildade da sua autocrítica. A muitos não terá escapado a subtileza da alusão ao contraste entre o seu primeiro ano de governação e todos os seguintes quando disse qualquer coisa como isto “fácil é entrar pela demagogia” (em finais de 2006) contrapondo: “difícil é governar”.

Mas, talvez por falta de tempo, faltaram algumas antíteses importantes. Com o devido respeito, permitimo-nos sugerir-lhe ainda estas.

«Fácil é agradar a minorias fracturantes, aprovando-lhes o “aborto a pedido”, o “casamento gay”, a “mudança de sexo”, o “divórcios simplex”;

difícil é governar para as pessoas concretas, governar a sério... para a maioria.»


«Fácil... é pedir dinheiro emprestado para vaidades políticas e mandar a conta às gerações seguintes;

difícil é credibilizar um país, responsavelmente, gastando do que se tem para aquilo de que se precisa.»


«Fácil... é ir dizendo a cada momento aquilo que mais convém para manter o poder;

difícil é dizer sempre a Verdade ao povo.»


E para que note como o seu notável discurso nos impressionou, aqui fica também uma pequena reflexão em face da tibieza que por vezes sentimos a rondar o nosso campo pro Vida:

«Fácil é culpar só o governo PS pelo descalabro da protecção legal à vida e à família em Portugal;

difícil é reconhecer o quanto para esse resultado concorreu o colaboracionismo de alguma hierarquia católica». Não admira que, em pleno cinco de Outubro, o Senhor primeiro-ministro até «vá à missa» do cardeal D. José Policarpo2.


Parece-nos, enfim, que mais importante do que a facilidade ou dificuldade dos caminhos, é a finalidade aonde esses caminhos nos levam. E a capacidade de conduzir os povos pelas veredas da Justiça, longe dos abismos, em direcção ao melhor destino possível, ao bem comum, seria a marca do bom primeiro-ministro... de que ainda carecemos.

Portugal pro Vida

Direcção Política Nacional


1 principalmente o programa “plano inclinado” de Mário Crespo na SIC

2 http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=95&did=122913