terça-feira, 6 de setembro de 2011

Fernando Castro (APFN) na RTPn em 29.08.2011


Entrevista a Fernando Castro conduzida por Sandra Felgueiras:

As projecções demográficas [da Segurança social] estão a ser aldrabadas.

Estão a fechar-se escolas [...] quem está a fechar escolas é a população que não tem filhos [...] E o governo limita-se a atirar três pazadas de terra em cima dos cadáveres em que as escolas se tornaram.

E obviamente isso vai gerar desemprego nos professores. E eu nao percebo como é que há professores a reclamarem que há falta de emprego.  Há falta de emprego porque há falta de crianças. E continuo a ver uma quantidade de professores a fazer publicidade e propaganda por políticas e cultura anti-natalista.

Portanto enquanto não se resolver o problema de base que [...] é a falta de natalidade, não vamos resolver problema estrutural nenhum nem inverter este ciclo (síntese da entrevistadora)

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Pergunta: E ao nivel da natalidade, tudo o que vemos é corte do abono de familia, o cheque-bebé nunca chegou a entrar em vigor. A esse nivel o que é que falta fazer?

Fernando Castro: «Falta apagar todas as leis idiotas que foram criadas nos ultimos anos - leis essa q foram da mais dura que pura politica anti-natalista que existe.

Por exemplo:
1) A lei do aborto - o que se fez não foi liberalizar o aborto, foi financiar o aborto. Quem quer abortar [o número de vezes que quiser] não paga taxa moderadora e as açoreanas até vêm abortar a Lisboa com viagem [e estadia] paga para si e para um acompanhante [além do direito a subsídio de maternidade e licença por 30 dias]

2) Fez-se o «divórcio express». Há uns anos fizemos um inquérito para saber quantos filhos querem ter é que as mulheres em idade fértil - ao contrário da Alemanha e da Áustria, as mulheres querem em média ter 3.1 filhos. Perguntadas sobre o que é que precisavam para ter esses filhos, a primeira resposta foi «ter a ajuda do companheiro» - para ter essa ajuda é preciso que o tenham, que ele esteja lá. Mas quando o governo liberaliza ainda mais o divórcio e cria um sistema fiscal [anti-nalatista o resultado só pode ser este]. Quanto mais liberal, mais fácil é o divórcio, com menos responsabilidade as pessoas partem para o casamento como é normal.

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Esta lei do «casamento gay» já é disparatada. Com adopção de crianças ainda seria mais. [...] As crianças precisam de ser educadas por uma família natural. E nem é por uma figura masculina e outra feminina, é pelo Pai e pela Mãe. É preciso começar por tentar reduzir o numero de crianças que não são educadas pelos seus pais. Quando não é possível, tem de se procurar a essas crianças um lar com condições tão próximas quanto possível da família natural.

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Acho disparatado que, no que diz respeito aos livros escolares, ninguém vai receber absolutamente nada. Portugal continua a ter uma política disparatada [e anti-natalista] no que respeita aos livros escolares.

Nenhuma família em Portugal devia ser obrigada a pagar os livros escolares. O que se passa é uma gigantesca aldrabice, uma enorme negociata, que faz com que nas famílias um irmão nunca possa passar os seus livros para um irmão mais novo.

pergunta: Essa é uma reivindicação já antiga. O que falta para mudar isso?

Fernando Castro: Falta vontade política. [...] O governo de uma vez por todas tem de decidir: estou ao serviço da educação, estou ao serviço das famílias, estou ao serviço das crianças, estou ao serviço do país - ou estou ao serviço da indústria [editorial] educativa?


è bom que o estado acabe de vez com esta negociata, com este disparate que faz com que os livros não possam ser reutilizáveis. Confrange ver por vezes os deputados e membros do governo anunciar a criação de um "banco de livros escolares". Não façam nada disso. Limitem-se a alterar a lei que faz com que [hoje] os livros [e todo e qualquer material impresso] não sejam reutilizáveis. Acabem de vez com a história de os livros serem criados para serem destruídos pelos alunos.

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Nota final: citações / respigos sujeitos a involuntárias imprecisões; para conhecer o discurso exacto do entrevistado, deve ser visionada a entrevista integral, clicando na figura acime ou aqui.