O parlamento português prepara-se para dar hoje mais um passo no sentido do retrocesso civilizacional, consagrando a "maternidade de substituição", o aluguer de barrigas. Passando levianamente por sobre os graves impactos que tal prática acarreta para todos os envolvidos, mas especialmente para a criança e também para a "mãe de aluguer", a apresentação de propostas de vários partidos deixa supor que há um consenso parlamentar quanto à questão-base, divergindo apenas no alcance: uns aceitam a extensão desta figura a "casais" homossexuais, outros não.
Para o PPV, a própria questão-base já está mal colocada, centrando toda a discussão em torno de um suposto "direito à maternidade", mas esmagando completamente o direito da criança a ter "um pai e uma mãe". Não se deve impor a uma criança uma família com dois pais, com duas mães, com um pai e duas mães ou mesmo com três pais e três mães como recentes resultados(?) da ciência parecem indicar como biologicamente viável, embora moralmente monstruoso.
Certa classe política pode julgar-se no direito de ditar a seu bel-prazer as regras de engenharia-social para uma "nova ordem social", apesar da oposição do povo (claramente demonstrada na sondagem de opinião pública recentemente realizada no blogue daconcepcaoateamortenatural.blogspot.com). E até pode levar a sua «descolagem da realidade» ao ponto de (nos querer fazer) pensar que tal função de maternidade de substituição poderia ser exercida gratuitamente... Tal não impedirá que no futuro, a médio prazo, se acumulem as mais nefastas consequências e, com graves custos, a sociedade venha a rectificar os erros hoje cometidos. Portugal já hoje paga penosamente o preço de erros cometidos no passado em obediência à mesma lógica desviante que hoje se prepara para triunfar ruidosamente num parlamento dominado pela maçonaria, como o recente debate finalmente tem trazido a lume.
Com legislação desta anti-natureza e uma selecção tão notoriamente distorcida por critérios não-democráticos, qual seja o da fraternidade maçónica, um parlamento perde a sua base de legitimidade e a própria razão de ser, posto que em vez de representar a vontade de uma sociedade, actua publica e notoriamente à sua revelia. Com tal comportamento, é o próprio parlamento que legitima o amplo movimento de desobediência civil a que os cidadãos - ainda que inconscientemente - têm vindo a aderir e se manifesta de forma particularmente grave no abandono do país, no desrespeito pelas leis, pelos dirigentes políticos e pelas obrigações fiscais.
Luís Botelho
Guimarães, 19 de Janeiro de 2012