1. O PPV congratula-se com o pedido de demissão apresentado pelo primeiro-ministro responsável pela liberalização do aborto em Portugal, pela legalização do casamento homossexual, pela banalização do divórcio, pelos mais violentos cortes jamais aplicados em políticas sociais tão consensuais na sociedade portuguesa como o "abono de família" e as "bolsas de estudo", ao mesmo tempo que mantinha intocável o «subsídio de maternidade» para as mulheres que, recusando ser mães, decidem abortar. Esperamos que, a bem do futuro do nosso país, o processo político agora iniciado seja concluído de forma rápida e conclusiva com uma nova maioria parlamentar, agora favorável às famílias portuguesas, com coragem para enfrentar os problemas económicos e sociais criados ou agravados pelos governos de José Sócrates, desde logo anulando imediatamente todas as suas medidas anti-Vida e anti-família.
2. Perante o cenário criado, o PPV dispõe-se a apresentar-se a eleições legislativas antecipadas se for essa a decisão do senhor Presidente da República, levando aos portugueses um programa de restauração de uma «política de valores», de promoção da Vida e da Família, reconhecendo o esforço de quantos com sacrifício próprio - e apesar do governo - lutam pela sustentabilidade demográfica e social de Portugal.
3. Repudiamos a postura da chanceler alemã Angela Merkel para com Portugal nos últimos tempos, especialmente na sequência do pedido de demissão de José Sócrates. Recorrendo a um argumentário típico de qualquer usurário, e presumindo um direito - que não lhe reconhecemos - de ingerência na política interna portuguesa, esquece deliberadamente alguns factos da maior importância e de sua exclusiva responsabilidade:
- o seu apoio a José Sócrates prolongou desnecessariamente a sobrevivência política deste, atrasando gravemente a recuperação da credibilidade do estado português, inapelavelmente indexada à credibilidade (ou falta dela) do primeiro-ministro demissionário. O último "balão de oxigénio" oferecido na recente visita de vassalagem a Berlim, foi apenas o último acto de uma já longa tragédia;
- a obstinação no seu apoio a Sócrates acumulada com o "mau perder" hoje (24.03) evidenciado perante o seu afastamento, deixam por demais evidente o seu interesse em manter no lugar o político que, tão volátil noutras decisões, neste caso manteve os seus compromissos inconfessados com a economia alemã. Vendendo o futuro do seu povo em troca de alguns milhões de marcos alemães para comprar TGVs alemães, Sócrates manteve a sua obstinação até ao fim, indiferente ao seu próprio «povo à rasca», a braços com os cofres do Estado vazios e as contas para pagar aos credores;
- a falta de subtileza e sentido de decência leva a mesma chanceler Angela Merkel (que os portugueses não reconhecem nem elegeram) a apressar-se a chamar o líder da oposição e presumível sucessor de Sócrates, repetindo-lhe o seu "Diktat".
Perante tudo isto, o PPV sente-se na obrigação de vir a público afirmar a sua convicção de que há responsabilidades a partilhar comunitariamente pelas dívidas contraídas por Portugal, e por outros países em dificuldades, para financiar projectos que, em larga medida, não serviam os seus interesses mas sim os de quem precisava de nos "impingir" as suas tecnologias, incapaz de as rentabilizar com base apenas no respectivo mercado interno.
Não é moralmente aceitável - e por isso não acontecerá - que duas ou três novas gerações em Portugal tenham o seu futuro comprometido porque nas décadas de 1990 e 2000 a classe política portuguesa se vendeu aos interesses de terceiros, esquecendo os legítimos interesses e aspirações do seu próprio povo.
Os portugueses podem contar com o PPV para a construção de um futuro de esperança para Portugal no quadro da Europa e da Lusofonia.
PPV - Direcção Política Nacional
Guimarães, 24 de Março de 2011