in revista CAIS, Outubro de 2012
Um dos últimos temas que
foi lançado sem prévia discussão pública, nomeadamente durante a
campanha eleitoral para as Legislativas de Junho de 2011, e que pelo
seu teor ético-religioso, é um tema fracturante, foi a adopção de
crianças por homossexuais.
Este assunto, à
semelhança de outros, deve ser abordado do ponto de vista
ético-moral, do ponto de vista psico-afectivo e do
ponto de vista legislativo, o qual se deve subordinar àquele,
sob pena de se legislar em função de quem tem mais poder/força,
perdendo-se o sentido de Justiça que deve animar toda e
qualquer Legislação, a fim de proteger, sempre, os interesses dos
mais fracos, daqueles que em muitos casos não se podem defender.
A questão da adopção
de crianças por pessoas homossexuais relaciona-se de algum modo com
a muito discutida possibilidade de adopção de crianças por pares
homossexuais a qual, como é sabido, ficou expressamente proibida
pelo próprio governo Sócrates. Para o PPV, tanto uma como a outra
devem ficar subordinadas ao que habitualmente se designa por
"superior interesse da criança". Sendo assim, o sujeito da
questão deve ser a criança a ser adoptada e não o adulto ou
adultos homossexuais.
Do ponto de vista
legislativo, tudo é possível, como é o caso do aborto, cuja
legalização, no entender do Portugal pro Vida
(e de todo aquele que defende os Direitos Humano na praxis
diária, pois o direito à Vida é o primeiro, e sem o qual os outros
não fazem sentido), foi dar o direito sem restrições, de tirar a
Vida a um Ser Humano..., porque sim. No caso da adopção,
consideramos que foi descurada a defesa dos interesses da criança,
na medida em que não é o mesmo ser criado por um homem e uma mulher
(pai e mãe), ou ser criado por dois ou por duas.
Do ponto de vista
psico-afectivo, como já está demonstrado pela prática noutros
países, a criança tende a crescer com os sentimentos e os afectos
confusos, sentindo a falta de uma relação com o elemento (homem ou
mulher) em falta, o que poderá ocasionar um adulto com diversos
problemas do foro psíquico, que não raras vezes, termina com o seu
suicídio. De referir que irá notar que os seus colegas têm um pai
e uma mãe, mesmo que não vivam simultâneamente com os dois, o que
já é um drama actual
Do ponto de vista
ético-moral, dado que o Portugal pro-Vida nos
seus Princípios, se identifica com a Doutrina Social da Igreja e
sabendo-se qual a sua posição sobre este assunto, também é
contra. A Moral contém um conjunto de princípios que visam a defesa
da Dignidade do Ser Humano, não só no material, mas também no
plano psíquico e afectivo, embora as Religiões acrescentem a defesa
da Alma, para que esta tenha uma Vida Eterna junto de Deus. Ora este
comportamento põe em causa o saudável crescimento da criança ao
nível da Moral, que condiciona o crescimento nos outros níveis.
Em face do
exposto e da evolução que as sociedades ditas civilizadas têm
tido, onde o Ser Humano cada vez mais não passa de um número e as
experiências que não têm em conta a Moral, têm originado mais
conflitos sociais (e mais graves), consideramos que este é mais um a
juntar aos flagelos do divórcio e do aborto (entre outros).
Vale a pena
aumentar mais a instabilidade social? -Acreditamos que não!
Portugal pro Vida, 7 de Setembro de 2012