Um recente inquérito aos consumidores apelava (demagogicamente?) ao Direito (ou seria liberdade?) de Consumir a qualquer dia da semana - Domingo incluído. Vinda do mundo do "capital", dir-se-ia que, à primeira vista, esta iniciativa dificilmente pode ser enquadrada na lógica da ofensiva "laicista" global. Mas será realmente assim?
Do que não restam dúvidas é de que esta é também uma "questão fracturante". E não o é apenas por colocar frente-a-frente um suposto "novo direito do consumidor" (que não constava da cartilha original) e um direito dos trabalhadores ao seu descanso semanal. É-o realmente por, perante uma sondagem online do Rádio Clube do Minho, já não ser possível mobilizar a favor do direito ao outrora sagrado descanso semanal... mais do que 51% dos inquiridos. A pergunta colocada era esta: «Concorda com a abertura dos hipermercados ao Domingo à tarde?»
Claro que tudo isto acontece depois de uma petição (com forte suporte financeiro, mensagem capciosa e marketing agressivo na rádio, nos hipermercados, etc.) ter tido ampla cobertura mediática aquando da entrega de 250 mil assinaturas, no parlamento. E o comércio tradicional - quem o defenderá?