segunda-feira, 22 de junho de 2009

vida intra-uterina (National Geographic)

clicar na figura para ver pequeno documentário (3 min 28")
(segue-se tradução para português )


Lorne Townend: As ecografias 4D foram desenvolvidas pelo Prof. Campbell. Ele foi o pioneiro ao longo de 30 anos.

Prof. Stuart Campbell: Bom, eu não sou engenheiro, não sou um homem dos computadores. Por isso não inventei propriamente a máquina. Não aperto porcas e parafusos, coisas assim. Porém quando alguém tem uma ideia (neste campo), habitualmente vem falar comigo. Quando um novo desenvolvimento está em curso, normalmente eu estou
envolvido nisso. Numa ecografia convencional (2D), obtém-se um imagem de corte, seccionada. Não se consegue perceber como algum feto se está a comportar em relação a outro. A ecografia 3D dá-nos uma perspectiva tri-dimensional do feto ou fetos dentro do útero mas não há movimento. Com 4D vê-se a imagem tridimensional do feto e de outros que o rodeiem mas com o movimento. E é por isso que a tecnologia 4D é tão apaixonante. Neste programa visualizei 3 casais, gémeos, trigémeos, quadrigémeos, e segui-os ao longo de toda a gravidez.

voz-off: As mães estão prestes a ver as pequenas e delicadas criaturas que vão crescendo dentro delas.

Prof. Stuart Campbell: É mesmo fascinante ver um feto humano dentro do útero em todas as suas fases de desenvolvimento. Eles surpreendem-nos constantemente. Pode-se ver um feto a dar passos, como que a andar dentro do útero. Vê-se movimentos sincronizados das mãos como se o feto estivesse a sondar o espaço à sua frente, a desenvolver a sua própria percepção do espaço, tentando perceber onde está "tudo".
Mas a maior surpresa que alguma vez tive foi quando vi pela primeira vez um feto abrir os olhos. Nunca pensei que eles fizessem isso porque está escuro dentro do útero.

voz-off: Subitamente, os olhos abriram-se, as pálpebras separaram-se pela primeira vez.

















Lorne Townend:
Das coisas que mais me surpreendem são algumas das interacções entre gémeos. Os ultra-sons 4D realmente captam os empurrões e pontapés trocados entre eles - e por vezes parecem mesmo estar a brincar entre eles.

voz-off: Frequentemente o primeiro gémeo pode empurrar ou desviar o outro.

















Lorne Townend:
Conseguimos registar brincadeiras entre os fetos e mesmo um caso de gémeo desaparecido (vanishing-twin syndrome). Um dos casos que filmámos foi um conjunto de trigémeos em que um deles de facto tinha morrido umas semanas antes.
E havia um espaço vazio. Isso foi absolutamente único.


voz-off: Algumas mães confirmam que têm um gémeo desaparecido (vanishing twin) observando-o assim numa ecografia 4D.

Prof. Stuart Campbell: Eu penso que no futuro haverá toda uma nova ciência e far-se-á muita investigação, especialmente sobre a fase embrionária (early pregnancy), sobre o comportamento fetal. É uma coisa um pouco "Big Brother", sabe como é... Mas isto é o progresso, penso eu!