Eles pedem-nos dramaticamente para não alimentarmos a “confusão” entre a questão que está na “agenda” (programada por eles, bem entendido) – do casamento homossexual – e a “mera” possibilidade futura da adopção de crianças por parte desses novos “casais”. Mesmo tendo sido eles a criar a dita “confusão” no passado recente, assumindo reiteradamente a sua estratégia “primeiro o casamento, depois a adopção”, agora temos supostamente todos a “obrigação” de fazer de conta que não lemos nem percebemos... que os mesmos que há poucos anos consideravam o casamento uma “instituição burguesa e retrógrada”, agora lutam por lhe chegar simplesmente porque nele vêem um “meio” para atingir os seus verdadeiros fins, ou seja, poder, a coberto da lei e sem necessidade de “rebuçados”, trazer para casa... os filhos de outros. E para isto andaram os nossos “egrégios avós” a ensinar-nos, geração após geração, a não aceitar rebuçados de estranhos...
Ora as questões que nós decididamente não misturamos são as da homossexualidade per se, e a do casamento homossexual. Que alguém não seja perseguido ou individualmente discriminado em função da sua (des)orientação sexual, parece-nos justo e humano. Mas quando um coro afinado de pedófilos bem colocados pretende obter o acesso legal às crianças para adopção (quem sabe se, um dia, aos nossos próprios filhos), mais do que uma inofensiva “mariquice”, trata-se de um verdadeiro «crime organizado» que ninguém bem formado se pode abster de denunciar e combater. Se não por nós próprios, em nome dos mais débeis da sociedade, pelos nossos filhos mesmo, a quem não podemos hoje abandonar a uma tal ofensiva tão bem orquestrada quanto maliciosa – na plena acepção da palavra.
Poderá a sociedade portuguesa sobreviver à ofensiva em marcha contra as famílias, ao casamento gay, pedofilia, aborto livre, eutanásia e manipulação de embriões humanos? Respondemos com certo anúncio: «Poder, pode. Mas já não será a mesma coisa!» Será ainda verdadeiramente “sociedade” aquela em que os mais fracos se acham sós diante de todos os predadores e perigos de exploração a que naturalmente os sujeita a «lei do mais forte»? A lei do “logo se vê”? A «lei da selva»?...
Perguntarão os mais optimistas – ou inconscientes – mas que mal virá por isto ao mundo, pelo menos para mim, para nós os que hoje temos o poder de decidir isto? Entre outros... ocorre-nos esta possibilidade (quase certeza) de que um dia, não muito longínquo, substituindo-nos no estatuto de “mais fortes”, de “decisores”, de “cidadãos (in)conscientes”, terão as crianças de hoje a oportunidade de, como os nossos governantes estão a um passo de fazer, também elas por sua vez nos abandonarem... com meia manta no meio dum monte!
Luís Botelho Ribeiro