Entrevista de Edgar Pires do jornal «Região Sul» (RS) a Maria das Dores Folque (MDF-PPV)
RS: Quais são as principais propostas da candidatura do PPV em relação ao Algarve?
(MDF-PPV) As legislativas respeitam a todo o Portugal, onde se inclui a nossa região algarvia. Nestas eleições, decidem-se os destinos do nosso país, que se sentirão obviamente entre nós, que vivemos no Algarve. As linhas-mestras do PPV apontam para uma cultura de respeito pelo ser humano. Nesta matéria, muito há a (re)fazer. Vivemos um tempo em que o mundo laboral, a cultura materialista e a classe governativa nos conduzem a uma crescente desumanidade, em total contradição com os valores que sempre foram próprios da sociedade portuguesa. Com efeito, assistimos actualmente à marginalização dos idosos, brutalmente apartados das suas casas, de seus amigos e família e encerrados em “lares”, aguardando a morte. Assistimos a bebés que passam dias inteiros afastados de suas mães e seus pais, porque ambos os progenitores se vêm obrigados a trabalhar fora de casa. Assistimos a crianças de escola e adolescentes passando dias a fio sem a presença dos pais, crescendo em escolas que não os protegem, entregues à maldade de colegas, e desprotegidos de traficantes de estupefacientes e “predadores” da Internet. Assistimos a um crescente número de jovens usadas e descartadas por colegas e “namorados”. Assistimos a seres humanos recém-concebidos a quem lhes é tirada a vida ao abrigo de leis assassinas. Assistimos também a uma (des)educação estatal de perversão obrigatória de crianças, adolescentes e jovens (“educação sexual). O Algarve tem aqui uma palavra a dizer. As gentes algarvias são um povo dotado do espírito mediterrânico, assente nos valores de amizade, família, amor pela natureza, generosidade e fé. Estes são valores humanos essenciais para qualquer sociedade que queira sobreviver quando há dificuldades como as actuais. Neste âmbito, o Algarve tem muito a contribuir e dar a Portugal. Não nos perguntemos o que tem Portugal a dar ao Algarve mas sim o que tem o Algarve a dar a Portugal. Este é o nosso ponto de partida, esta é a proposta do PPV.
RS: Na última legislatura de dois anos, que análise faz à intervenção do governo na região algarvia?
(MDF-PPV) Uma legislatura, tanto para o Algarve como para o restante país, que apetece esquecer, mas que devemos recordar … para que não se repita.
RS: Que consequências antevê para o país com a intervenção externa?
(MDF-PPV) Uma intervenção externa só acontece quando a governação interna não presta. Quaisquer que venham a ser as consequências desta intervenção, nenhuma delas será pior do que as consequências da lei do aborto de José Sócrates. Esta sim, fatal para o ser humano que é abortado, desastrosa para a mãe e o pai desse ser humano e por último para Portugal inteiro, que fica mais pobre de vida humana, bem mais preciosa do que todos os euros ou dólares que nos possam emprestar.
RS: Qual o seu objetivo principal se for eleito deputado pelo círculo de Faro?
(MDF-PPV) Combater a ideia de que o ser humano tem de se sujeitar a valores que lhe são inferiores. Lutarei pela sigla: “humans first!”