quarta-feira, 4 de março de 2009

“Pastor Motard Protestante” alia-se aos Bispos Católicos e dá "Cartão Vermelho" ao Governo

cit. lusa, 11.02.2009

INTRODUÇÃO: O Pastor Cristão, líder espiritual da Riverside International Church em Carcavelos, uma igreja multi-cultural e não-denominacional, e ainda Pastor da Igreja Motard e Presidente da Associação de Motociclistas Cristãos em Portugal, Dr. Eddie Fernandes, aliou-se esta semana à causa dos Bispos Católicos Portugueses. Afirma que muitos são os Pastores Protestantes e Evangélicos que irão “chumbar” o Governo pelas suas políticas liberais e contrárias às “Leis Divinas.” O Pastor acredita que a causa dos Bispos deverá ser defendida, não apenas por todos os Católicos mas também por todos os Judeus, os Muçulmanos e qualquer indivíduo que tem fé em Deus. Nas suas celebrações Dominicais irá incentivar os fiéis a não votarem em qualquer Partido Político que defenda casamentos “gay,” a eutanásia e outras políticas liberais e “erradas” que estão a “corromper” não “apenas a sociedade Portuguesa mas todo o continente Europeu, outrora o grande defensor de valores Cristãos.”

TEXTO: Foi na sequência da sua leitura duma reportagem num jornal nacional no dia 11 de Fevereiro, após a sua sessão de treino matinal num Ginásio na linha de Cascais, que o Pastor Motard levantou-se e disse “Basta!” Este Pastor (que não é nada conservador, conhecido no mundo motard simplesmente como “Pastor Motard” ou até “Pastor Motard Protestante”, usa brinco, tem tatuagens, e traja-se de cabedal) acredita que em certas coisas tem que haver limites. Acredita ainda que a “recessão global que atirou com milhões de pessoas para o desemprego, acabou com economias que pareciam indestrutíveis, afundou impérios titânicos, deixou o planeta mais pobre que nunca e as massas sem fé e sem esperança,” aconteceu simplesmente porque o povo nada fez para dizer “Basta!” O filósofo Inglês Edmund Burke disse que “a única coisa necessária para o triunfo do mal é que os homens bons nada façam.” O Pastor saiu do Ginásio decidido que era altura de “homens bons” se unirem e fazerem alguma coisa.

Disse o Pastor, “as três principais religiões monoteístas no mundo não concordam sobre muita coisa. Apesar de todas traçarem as suas origens ao Patriarca Abraão, Pai da Fé, divergem nas suas histórias, doutrinas, filosofias de vida e formas de se alcançar a salvação. No entanto há coisas que todos, quer os que adoram a JHWH, Deus ou Alá, consideram sagradas e invioláveis para todos os povos em todos os tempos. O Governo Português não descansou até que o povo aprovasse a lei do aborto. Hoje matam-se quase 16.000 crianças por ano no nosso país. Portugal, um país em pleno inverno demográfico está a matar o seu próprio futuro. Agora o Governo, ao invés de enfrentar de forma séria e honesta a crise económica que roubou a paz, a harmonia e a alegria ao povo, persiste em fazer tábua rasa destas questões de fundo, atirando poeira para os olhos dos cidadãos com questões secundárias que ainda irão mergulhar o país em crises de ordem ética e moral por cima da material existente. A campanha eleitoral de Barack Obama baseou-se no resgatar os EUA da pior recessão da história recente. A campanha eleitoral do nosso Governo é mudar o foco de questões económicas, incluindo as grandes fraudes e as muitas violações financeiras da lei, para focalizar propostas de mudanças de leis sobre questões polémicas defendidas apenas por pequenas minorias de portugueses”, salientou o Pastor.

O Pastor acredita que há causas que transcendem as divergências religiosas. Há alturas em que as pessoas de fé, sem olhar para a cor da camisola espiritual que defendem, se devem unir para lutar pela própria sobrevivência da sociedade. “O Grande Império Romano caiu pelo desmoronar de tudo o que um povo deve considerar justo, correcto, sagrado e digno de ser defendido a todo o custo.” O Pastor adiantou, “hoje em dia a Europa e o mundo já experimentaram o sabor amargo da queda de um sistema de capitalismo descontrolado. Actualmente, muitas são as pessoas que começaram a ler novamente as ideias defendidas por Karl Marx na procura de sistemas alternativos, porque é óbvio que um sistema capitalista sem regras e sem mecanismos de controlo apenas protegem e enriquecem alguns, enquanto a vasta maioria, operários e trabalhadores comuns, acabam na miséria e na pobreza.”

Os Bispos Católicos encontraram assim um aliado neste Pastor. Mas, segundo ele, muitos outros se irão unir para defenderem apenas os casamentos heterossexuais durante as suas pregações. O Pastor irá apelar aos líderes das mais diversas comunidades religiosas para se juntarem aos líderes Católicos. O Pastor acredita que “se todos os fiéis monoteístas do país, que dizem ser ‘Pessoas do Livro,’ quer seja a Torá, a Bíblia ou o Alcorão, se unirem na defesa de valores e princípios considerados sagrados há milhares de anos, então certamente um qualquer Partido Político não irá ter sucesso ao tentar liberalizar tanto o casamento homossexual como a eutanásia ou mesmo a mais recente proposta da imposição de Educação Sexual nas escolas em Portugal.” Lembra que, tal como no caso do aborto, e da eutanásia, haverão sempre excepções a regras dogmáticas e unilaterais, mas essas estão contempladas e consagradas pelas leis existentes.

Lança um desafio aos líderes portugueses para contemplarem um debate inter-religioso sobre estas questões (aborto, casamentos homossexuais, eutanásia e a imposição de educação sexual nas escolas) por acreditar que é tempo para que os “homens bons” se levantem antes que seja tarde demais. “Poderá chegar o dia muito em breve em que os Portugueses irão acordar e descobrir que aquilo que estão a viver na pele hoje numa dimensão material irão começar a viver numa dimensão ética, moral e espiritual. Um povo sem Deus é um povo sem futuro. Estamos a assistir passivamente ao colapso da Europa” afirma o Pastor Motard Doutorado em Teologia. E conclui, “ao defender estes valores e princípios sou carimbado de retrógrado, arcaico e fanático entre outros adjectivos. Não me importo. O Jesus que amo e sirvo foi crucificado pelos valores e princípios que defendeu. Acredito ainda que uma sociedade Democrática deve incentivar e promover a livre expressão de credos e convicções. Se uns acham que têm o direito de pregar as suas ideias em nome do ‘progresso’, ‘liberdade’ e ‘tolerância’, outros devem ter o mesmo direito de rejeitar essas ideias e de pregar com a mesma liberdade e convicção que estamos a caminho do fim com a alteração de leis que têm protegido e preservado o nosso mundo há séculos”, concluiu, por agora, o Pastor.