O Portugal pro Vida é um movimento de cidadãos, maioritariamente cristãos leigos, que visa levar a «Causa da Vida» aos bancos parlamentares por direito próprio. Embora, como qualquer movimento político, devamos assumir uma posição aconfessional,assumimos plenamente a nossa inspiração na Doutrina Social da Igreja e no «Evangelho da Vida» do nosso saudoso papa João Paulo II. Defendemos e praticamos o diálogo institucional com a Igreja Católica e outras organizações religiosas. Nesse quadro temos tido a oportunidade de, em diversas ocasiões, manter contactos com a Conferência Episcopal Portuguesa, mas também com igrejas cristãs da Aliança Evangélica Portuguesa e até com a Comunidade Islâmica em Portugal.
Tivemos a alegria e a honra de receber já diversas cartas de apreço e reconhecimento pelo nosso trabalho pro-Vida, de que destacamos uma da Conferência Episcopal e outra do próprio Vaticano. Consideramos que as entidades políticas, governo e partidos, têm muito a ganhar ao incluir nos seus processos de decisão também os contributos daqueles cuja vida se centra no plano Espiritual e, por força disso mesmo, não raro vêem mais longe e mais fundo no coração dos homens. Acreditamos, enfim, que um país mais «amigo da Vida» terá mais condições para manter uma sociedade mais desenvolvida, sustentável e feliz.
Por isso, algumas das nossas primeiras bandeiras serão a luta política sem tréguas contra o aborto, a eutanásia, o "divórcio na hora", os casamentos homossexuais e as limitações do Estado à liberdade de educação. Também por isso o nosso esforço não se tem esgotado na definição de linhas de oposição à política que vem sendo seguida no nosso país, mas tem-se preocupado igualmente por apresentar uma política alternativa - necessariamente pro-Vida e pro-Família - que a prazo nos coloque a salvo do «Inverno Demográfico» no qual nos vamos dissolvendo.
Muitos cidadãos hoje não votam ou votam em branco, por não se reverem em qualquer das alternativas existentes. Queremos oferecer-lhes a possibilidade de se afirmarem pro-Vida e retomarem a sua participação cívica plena. Sabemos que por vezes as sociedades mais oprimidas ou descrentes não encontram para os seus anseios de Liberdade outro aliado senão o elemento religioso. Aconteceu há poucos meses na Birmânia (Myanmar) com os monges budistas e vai acontecendo também no Tibete. Referimos estes dois exemplos sem maioria católica para não nos acusarem de sectarismo. No mundo cristão, os exemplos ao longo da história seriam praticamente incontáveis.
Portugal vive um lento processo de progressiva asfixia democrática com o controlo progressivo do aparelho de Estado por grupos de interesses desvinculados do superior interesse do povo. E também no plano ideológico, as diferentes e respeitáveis doutrinas políticas cederam já muito terreno ora a um misto de pragmatismo a-moral e relativismo ético, ora a um laicismo dogmático - quase uma "igreja" ele próprio, com a sua liturgia, os seus doutrinadores e a sua dogmática.
Por tudo isto, cientes da hora decisiva e dramática que vivemos, foi tomando corpo este projecto dentro de vários grupos de cidadãos há anos temperados na luta pró-Vida, de diversos movimentos de leigos da Igreja Católica e também de outras igrejas cristãs. Temos um sítio na internet (http://portugalprovida.blogspot.com) onde decorre o nosso debate interno, aberto à sociedade, e anunciamos iniciativas, petições, congressos, etc. Convidamo-lo a ir até lá e participar deste processo de pensamento e acção em rede. Já somos cerca de 2000 cidadãos de todos os pontos do país e da emigração.
Mas continuamos a crescer e precisamos da sua colaboração dentro do possível. Neste momento temos a tarefa urgente e prioritária de nos constituirmos legalmente, para o que nos faltam ainda 5.500 assinaturas a reunir até ao dia 27 de Março se ainda quisermos aspirar a participar nas eleições europeias, onde seria muito bom já poder apresentar aos portugueses os nossos pontos de vista. A um qualquer, tal pode parecer tarefa impossível de realizar. Não a homens e mulheres de Fé como nós!
Dirigimo-nos, pois, a si e a cada pessoa enquanto cidadão-livre e não necessariamente ao Religioso (se for o caso) pedindo-lhe que nos ajude com o mínimo, ainda que mantenha reservas sobre o projecto. E esse mínimo será a impressão de duas (ou mais) cópias da "folha de assinaturas". Há espaço para cinco cidadãos em cada uma. Assim, essas assinaturas de "dez justos" que nos enviar por correio ficarão para nós em sinal dos dez justos que no Antigo Testamento bastariam para salvar Sodoma do fogo. «Em atenção a esses dez justos, não a destruirei.» Gn 18, 32