sábado, 2 de maio de 2009

Marçal Grilo a favor da Liberdade Educativa


É muito mais fácil destruir do que construir. Esta verdade geral aplica-se às escolas físicas, com aquela cuja demolição se ilustra, mas também à escola pública enquanto instrumento da prossecução do Bem Comum.

Aquilo que os actuais dirigentes do Partido Socialista parecem estar a fazer à escola pública e à juventude portuguesa - tornando obrigatório um modelo de "(des)Educação Sexual(ista)" desenhado em última instância pela multinacional do aborto: IPPF, International Planned Parenthood Foundation - parece um acto consciente de destruição dos direitos de consciência dos pais e dos estudantes portugueses.


Estranhamos igualmente a posição do Partido Comunista, que gosta de se auto-representar como paladino da luta pela liberdade (antes de 1974), e da resistência aos monopólios e ao grande capital internacional. Em matéria de "saúde sexual e reprodutiva" o PCP parece meter os princípios na gaveta e emparceira alegremente com a APF, braço português da referida IPPF. Como tal, querendo ou não, colabora de facto com um certo imperialismo da "nova (i)moralidade" montada a partir do célebre relatório Kissinger onde se advogava a limitação da natalidade no 3º mundo como condição para a manutenção da hegemonia americana no mundo a longo prazo.

Coisa estranha de se ver, portanto: o PCP a colaborar numa estratégia de defesa da hegemonia americana no mundo. Enfim! Teias que a vida tece...

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Ideias bem diferentes das do actual P.S. tem um seu anterior (embora recente) Ministro da Educação, pessoa de grande craveira, respeitada à esquerda e à direita - o Prof. Marçal Grilo. Em recente entrevista à revista "pais & Filhos" (pág.s 45 a 47 do n.º 217, Fev.2009) podemos acompanhar o seu pensamento, de resto em linha com o que de melhor se está a fazer no mundo e a maioria Sócrates, pelo modo como pretende impôr a Educação Sexual à revelia dos pais, deliberadamente ignora:

«A escola ideal é a que melhor se adapta à comunidade em que está inserida»

«Um país enriquece-se com a diversidade escolar, porque o que é diferente tem de ser tratado de forma diferente»

«O modelo não deve ser emanado do Ministério da Educação! A questão é precisamente essa! As escolas devem ser autónomas.»

«(antigamente) o estado é que decidia o que se deveria saber, e como se devia aprender. Hoje a percepção é muito diferente. [...] Defendo uma grande liberdade das instituições escolares para adoptarem o modelo que entenderem.»

«O ideal é um modelo que chamo de "menos ministério e mais escola", isto é, menos capacidade do poder central para conduzir as escolas como uma espécie de marionetes comandadas à distância.»

«(uma escola funciona bem) quando tem um ambiente agradável e disciplina, quando existe uma relação saudável entre pais e professores e quando os estudantes se sentem bem.»

«É fundamental a definição de objectivos no início do ano: o que se pretende atingir e quais são as expectativas de professores, alunos e pais.»

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Como facilmente se percebe, este é um pensamento completamente antagónico ao que preside às propostas que, no caso específico da Educação Sexual, o poder Sócrates pretende tornar obrigatórias na escola portuguesa, contando com a passividade dos pais na defesa dos seus direitos constitucionalmente garantidos. Perante os enormes défices de qualidade de educação na escola portuguesa, pretender colocar (como propõem as propostas PS e PCP) todas as disciplinas numa posição quase subsidiária diante do "grande objectivo" de educação multi-disciplinar para a sexualidade é uma inversão completa de prioridades e dos valores que devem presidem à educação. Onde está a Formação Integral da Pessoa? Porque nem se fala de uma disciplina de Desenvolvimento Pessoal? Porque não se Educa para a Verdade, para a Responsabilidade e para a Plena Cidadania? È lamentável e degradante ver um Estado soberano(?) a agir como um vulgar agente comercial duma multinacional produtora de preservativos... limitando-se a estimular aquilo que, na terminologia do marketing, se designa como a «procura primária».

Pela dignidade do Estado e pelos Direitos dos Jovens e Pais portugueses, havemos de denunciar esta estratégia de «corrupção da juventude». Na antiguidade, um certo ateniense de nome Sócrates terá sido injustamente condenado à morte sob a acusação de promover a "corrupção da juventude". Dá a ideia de que os processos foram trocados nalguma agência europeia de "Euro-unjust" e quem de facto está a tentar por todos meios realizar e levar ao mais alto grau essa estratégia de corrupção dos Valores será... o bando de um outro Sócrates.

É mais fácil destruir do que construir. Mas há uma terceira via que, neste momento, podemos seguir para travar esta ofensiva contra a Escola e o Futuro do país: resistir!