O actual poder político não se convence duma realidade muito simples - os deputados são nossos "empregados" e respondem perante os cidadãos dentro e fora dos períodos eleitorais.
Se os cidadãos lhes pedem contas por uma lei que faz mais de 17.000 vítimas mortais a cada ano, não podem tratar esta petição com os vagares de quaisquer outras que não dizem respeito a questões de Vida ou morte. Mas foi isso o que aconteceu com a nossa petição apresentada em 14 de Janeiro.
Daí que os cidadãos, que representamos, tenham declarado incompetentes os parlamentares da actual legislatura, uma vez que não trataram a questão com a especial prioridade que merecia, nem sequer dentro dos prazos (por eles mesmos definidos) para as petições em geral!...
E se é com incompetentes que tratamos, declaramos irremediavelmente quebrada a relação de confiança em que deve assentar o exercício da representação política. E, nessa medida, tal como qualquer "cliente" que exige a devolução dos documentos ao advogado* que não lhe prestou com zelo o serviço requerido, assim apresentámos ao parlamento em 22 de Abril(!!!) um requerimento para a devolução da nossa petição, incluindo as 5.149 assinaturas que a suportavam.
A petição é nossa!
Mas eis que até para atender um pedido tão simples como este...
... o Parlamento demora semanas e ainda continuamos à espera!...
Como não declarar bloqueada a nossa democracia parlamentar e morta a actual legislatura?
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A questão da analogia entre a representação parlamentar e a representação jurídica está aliás na ordem do dia, com o Sr. Bastonário da Ordem dos Advogados a advogar a necessidade de declarar a sua incompatibilidade:
«Marinho Pinto desafia A.R. a "ter a coragem" de criar incompatibilidade para advogados», clique aqui