por Nuno Serras Pereira
20. 02. 2008
Os portugueses são um povo clarividente e inteligente. Têm sempre razão quando votam e votam sempre o melhor.
Começaram por votar em quem não queria que eles concebessem filhos. E os eleitos achando-se legitimados pelo voto popular estenderam e promoveram a contracepção em todo o país.
Depois os portugueses, povo sagaz e arguto, votaram naqueles que queriam que no caso de eles conceberem filhos ao matassem antes do nascimento. E os eleitos satisfeitos com o que consideravam uma validação promoveram alegremente o homicídio em forma de aborto.
Mais tarde os portugueses, povo cuidadoso e democrático, votaram nos que queriam introduzir uma propaganda obscena e lúbrica nas escolas de seus filhos, de modo que os elegidos acharam-se no direito de lhes roubar a inocência pervertendo-os desde a mais tenra idade.
Em seguida os portugueses, povo perspicaz e esperto, votaram em todos os que queriam fazer experimentações na sua progénie. E os eleitos com a proverbial presunção da legalidade conferida pela nação promoveram a reprodução artificial seleccionando eugenesicamente os filhos, escangalhando-os, clonando-os, congelando-os, queimando-os, etc.
Algum tempo depois os portugueses, povo penetrante e astuto, votaram naqueles que queriam estropiar mais eficazmente seus filhos expandindo a liberalização do crime abominável do aborto. E os escolhidos abriram abortadouros financiados pelo Estado para evitar que diminuísse o número dos que poderão escapar com vida.
Dentro em pouco os portugueses, povo sábio e entendido, votarão naqueles que querem matá-los através da eutanásia e do suicídio assistido. E os eleitos solícitos e diligentes far-lhes-ão a vontade de muito bom agrado.
Por fim os eleitos regozijar-se-ão por não haver mais portugueses para votar.