terça-feira, 30 de setembro de 2008

A Extraordinária Ordem dos Médicos

por Nuno Serras Pereira

29. 09. 2008

1. Depois de muito estudarem, pensarem, reunirem e debaterem os membros da Ordem dos Médicos (OM) concluíram que ignoravam aquilo que todos os médicos, até hoje, sempre souberam - quando começa a vida humana. A novidade desta descoberta genial ficará certamente na história da humanidade como uma prova evidente da sagacidade dos médicos portugueses. Como não é possível saber quando a vida se inicia é deixado ao critério da consciência de cada médico pressentir, adivinhar ou decidir esse momento. Mas uma vez que a ignorância é absoluta e não há critérios objectivos para aferir da existência da vida podemos achar, opinar ou decidir que ela começa no nascimento ou aos 6 anos de idade ou aos 18 ou aos 90. Poderemos inclusive perguntar-nos se os médicos que chegaram a esta brilhante conclusão já começaram a viver ou não. Ou até se a vida alguma vez começa, se existirá ou não vida humana. Não deixa porém de ser estranho que os doutores que ignoram quando a vida começa pareçam saber exactamente quando se dá a morte. Pois se a gente não sabe se aquilo está vivo, se é um aquele, como poderemos saber o que é um aborto ou distingui-lo de uma cirurgia tumoral? Mais, como poderemos saber, quando aquilo é grande, se lhe aplicar ou não a eutanásia ou a distanásia? Aliás, se não se sabe quando se dá o início da vida como se pode saber quando acontece a morte? Há, por esse mundo fora, muitas discussões sobre os sinais da morte. Sendo assim como é que os médicos portugueses que não sabem quando começa a vida sabem exactamente quando ela termina?

2. Razão tinha o Professor Luís Botelho Ribeiro em alertar para o relativismo ético deste novo “código deontológico” que pretende ser um documento ético. Pena é que o senhor Bastonário e demais responsáveis não percebam, ou finjam não entender, que onde entra o relativismo a ética é escorraçada. Este novo código representa uma vitória “póstuma” do ex-ministro Correia de Campos, o sanguinolento.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Velada pela Vida: ressonâncias de Setembro

A força da Fé não se pode quantificar. Quando dois ou três nos reunirmos para rezar em Seu Nome Ele estará no nosso meio. Mas quando em lugar de dois ou três formos 200, como aconteceu na primeira Velada em Vila Real, então a força do Espírito torna-se visível mesmo para os não crentes!

Em Vila Real, convocadas pelo Acácio Valente, rezaram 200 pessoas, de terço e vela na mão, com vários padres e religiosas a participar também num só coração com leigos vindos de várias partes de Trás-os-Montes.

Em Guimarães, o Luís Paiva contou cerca de 85 pessoas frente ao Hospital de Nossa Senhora da Oliveira.

Em Braga, com Lisete Baltasar, rezaram 150 junto do Hospital de São Marcos.

Em Cascais/Estoril esteve o Jaime a lançar a primeira Velada com cerca de 14 pessoas e em Famalicão a Olinda Abreu com 5.

Na Póvoa de Varzim, com a Paula Silva e o Pedro Pereira estiveram em oração 44 pessoas, Graças a Deus.

Em Penafiel, juntando o grupo frente ao Hospital e os membros dos "Cursos de Cristandade" que fizeram a Velada no seu centro, por dificuldade em organizar as coisas de outra forma neste dia, estivemos em oração cerca de 100 pessoas, contadas pelo P.e Manuel Silva de Alpendorada.

Em Leiria, com a Fernanda e o Armando estiveram cerca de 120 pessoas a rezar frente ao Hospital de Leiria. Com as suas Avé-Marias levaram o Coração de Maria a envolver aquele serviço de obstetrícia. Poderia o inimigo da Vida permanecer para sempre num lugar que a Virgem guardou no Seu coração?

Em Faro e Portimão as coisas estão a reorganizar-se sob os auspícios do Movimento de Renovamento Carismático. É possível que já hoje tenha sido rezado o terço das Veladas - aguardamos confirmação.

Relativamente a Lisboa e Porto não temos números mas a oração foi, de certeza, muito vivida e calou fundo no coração de todos os presentes, que saíram animados pelo propósito de passar palavra e regressar em Outubro para reparar o imenso sofrimento causado pelo Aborto aos homens, mulheres e bebés nesta terra e a Deus.

De resto há grupos a formar-se em Bragança, Viseu, Beja, Aveiro, Coimbra e... Paris! Na verdade, chegou-nos um pedido de apoio para o arranque das Veladas em terras gaulesas, ainda tão recentemente abençoadas com a visita do Santo Padre Bento XVI e já a produzir fruto entre os leigos, sensíveis às crescentes ameaças ao Valor Sagrado da Vida Humana.

Conferência Episcopal apoia a Oração pela Vida

Dado que, graças a Deus, não há hospitais e clínicas abortistas em todas as terras de Portugal, mas há igrejas, e que nem toda a gente se pode deslocar à noite para as Veladas, aqui se divulga uma carta de exortação aos párocos para que promovam nas suas igrejas momentos de Oração pela Vida. Se alguma dúvida pudesse existir sobre os méritos desta oração, os promotores desta iniciativa, concretamente a Thereza Ameal, contam com o apoio e reconhecimento da Conferência Episcopal Portuguesa.

Esta é uma iniciativa complementar das Veladas, podendo realizar-se em qualquer local do País e que não impede, antes estimula os fiéis a participar também nas «Veladas pela Vida» sempre que se proporcione ocasião.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Veladas pela Vida - 25 de Setembro

Prosseguem, consolidam-se e alargam-se as "Veladas pela Vida". Todos os dias 25 de cada mês, pelas 21h30, reza-se o terço pelas vitimas do aborto, por Portugal, diante de hospitais, clínicas e maternidades onde o aborto é praticado:

* Lisboa - frente à Clínica dos Arcos, R. da Mãe de Água, 15-A
* Guimarães - frente ao Hospital de Nossa Senhora da Oliveira
* Braga - frente ao Hospital de São Marcos
* Leiria - frente ao Hospital de Santo André
* Penafiel - frente ao Hospital Padre Américo
* Faro, na entrada da Rua Cidade de Bolama





Pela primeira vez, realizar-se-ão Veladas nos seguintes locais:

* Porto - frente ao Hospital de S. João, junto da estação do metro
* Vila Real, frente ao Hospital de Lordelo (Vila Real - com cobertura da TVI)
* Póvoa de Varzim, Hospital S. Pedro Pescador
* Vila Nova de Famalicão, frente ao Hospital da Misericordia (CHMA)
* Cascais/Estoril, Hospital de Cascais - Condes de Castro-Guimarães, R. Dr. Francisco Avillez/Praia Tamariz, Capela Nossa Senhora da Piedade.


Em Setembro teremos especialmente presentes nas nossas orações as seguintes ameaças à Vida:

* A proposta de Código Deontológico da Ordem dos Médicos que abre a porta ao «relativismo ético» e, na prática, aceita o aborto no conjunto das boas práticas médicas;

* A lei do divórcio novamente aprovada no parlamento e cuja última palavra cabe ao Senhor Presidente da República;

* A actual «Lei do aborto» que tem vindo a desbaratar o valor da vida humana, ao permitir três e quatro abortos pela mesma mulher em apenas um ano de vigência, e cuja revisão se está a procurar promover através de uma petição;

* A falta de segurança nas áreas de obstetrícia dos hospitais e maternidades, evidenciada por dois casos de "roubo de bebés" ocorridos no Hospital de Penafiel;

* Os ataques contra a Moral Cristã na formação dos jovens, nomeadamente através dos programas de Educação Sexual nas Escolas;

* O «Inverno Demográfico» resultante de uma mentalidade dominante e também de legislação que enfraqueceu a Família e subverteu Valores fundantes da nossa sociedade;

terça-feira, 23 de setembro de 2008

home schooling, JÁ!

Perante a verdade histórica de que todas as ditaduras e totalitarismos se procuraram servir do Sistema Educativo como instrumento de (mais ou menos subtil) propaganda e auto-perpetuação, o tema que aqui trazemos hoje para reflexão não pode deixar de ser considerada uma questão fundamental da situação actual do exercício da cidadania em Portugal.

Em Fevereiro deste ano, num texto intitulado "opções" apresentámos como prioridade do movimento «Portugal pro Vida» e verdadeiramente um direito dos cidadãos
- a opção de educar os seus filhos segundo a sua carta de Valores;

No blogue cidadaniaPT e na publicação colectiva Nova Águia, defendemos a "Liberdade Educativa", enfrentando então alguma polémica que é ainda possível consultar na caixa de comentários do referido artigo.

Em Espanha, professores têm sustentado uma brava luta pelos seus «direitos de objecção de consciência» relativamente à tentativa de o Estado os pretender forçar a "ensinar" matérias no âmbito da "educação para a cidadania" cujo conteúdo ofende gravemente a sua consciência. Eis o tema de um outro escrito, desta feita no blogue vida-por-vida.

Ultimamente, tivemos conhecimento de uma iniciativa de pais portugueses que, no último patamar do inconformismo com a situação que se vai desenhando no campo da "educação sexual", entenderam apresentar nas suas escolas e solicitar a maior divulgação para a carta que a seguir se publica. Por coerência com o que neste domínio temos vindo a defender, recomendamos vivamente a sua leitura atenta e inspiradora dos pais portugueses sobre novas formas de protecção dos seus filhos relativamente à campanha de "corrupção da juventude" em curso.

Um certo Sócrates, na antiguidade, terá sido condenado à morte por alegadamente promover a "corrupção da juventude", quando afinal a educava, incutindo-lhe espírito crítico e ironia filosófica. Ao que parece, os "Sócrates" de hoje, fazem exactamente o contrário e (até ver!) parecem colher certo favor da multidão segundo o oráculo (encomendado?) das sondagens...

Para alguns pais, assegurado um conjunto mínimo de condições logísticas e pedagógicas, começa a ser equacionada seriamente a opção pelo "home schooling". Além de se tratar duma opção ambientalmente mais sustentável, evitando emissões brutais de CO2 dos trajectos diários de milhões de "papás e mamãs" portugueses que levam os meninos à escola, havendo em cada rua, em cada bairro, em cada freguesia um número suficiente de pais a optar por esta modalidade, também a componente de socialização dos filhos fica assegurada. E uma questão incontornável, logo a seguir, será o Direito destes pais a receber e gerir o "valor que o Estado poupa, na medida em que estes recusam os conteúdos do ensino oficial", na linha do que de forma muito clarividente e fundamentada tem vindo a ser defendido pelo «Fórum para a Liberdade de Educação».

Eis, pois, a carta que recebemos das primeiras famílias que a escreveram e entregaram já. Mutatis mutandis, convidamos todos os pais portugueses que não se identifiquem com a ideologia subjacente aos programas oficiais de "Educação Sexual" a associarem-se a este movimento de objecão de consciência, preenchendo-a e entregando-a nas escolas dos seus filhos.

Tratando-se de uma acção publicitada à escala nacional e já com precedentes noutros países, garante-se igualmente que os seus filhos não ficarão isolados na confrontação do Sistema com as suas Objecções de Consciência. E este gesto de resistência cívica pode animar muitos professores a assumir, também eles, as suas objecções de consciência, à semelhança do que já vem sucedendo na vizinha Espanha, em defesa da sua Dignidade Pessoal e Profissional.

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Exmo.(a) Senhor(a) Director(a)

Escola …………………………

Rua …………………………

Código postal - localidade…….


Localidade_______, 23 de Setembro de 2008


Assunto: ….nome filho………………….., .. ano, turma…….

.nome filho………………….., .. ano, turma…….

Exmo(a) Senhor(a) Director(a)

Temos vindo a assistir à introdução progressiva de matérias intituladas de “educação sexual” no ensino escolar português.

Em Setembro de 2007, a comunicação social fez saber que foram apresentadas e quais as conclusões de um grupo de trabalho escolhido pelo Ministério da Educação com as propostas para a estrutura final do modo como essa “educação sexual” deve passar a ser veiculada aos alunos nas escolas desde o 1º ao 12º ano de escolaridade.

Ficou evidente que se pretende que o Ministério da Educação ignore e, mais do que isso, desrespeite e contrarie o direito que os pais (ou Encarregados de Educação…) têm de ser os primeiros e principais educadores de seus filhos (ou educandos…). Aliás consagrados na Constituição da República Portuguesa (art. 36.º, n.º5) “Os pais têm o direito e o dever de educação e manutenção dos filhos”.

Em democracia a escola serve para ajudar aqueles nessa função, mas não pode sobrepor-se ou contrariar os pais no que diz respeito à educação dos seus filhos. Art. 43.º n.º2 da C.R.P. “O Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas”.

Estamos num Estado de Direito. Art. 26.º da C.R.P “A todos são reconhecidos os direitos à identidade pessoal, ao desenvolvimento da personalidade … à reserva da intimidade da vida privada e familiar”.

Os pais têm o direito à liberdade de pensamento, de ideologias e de religião, e a escola tem unicamente o dever de transmitir conhecimentos científicos e literários, jamais tendo o direito de veicular, em matérias e disciplinas obrigatórias, qualquer tendência de pensamento ou ideológica, pois nesse caso estaria a violar directa e abertamente os direitos dos pais.

Mais se acrescenta que a educação sexual envolve a estrutura total e intrínseca da pessoa humana, que nasce sexuada, e, por isso, está muito para além de uma matéria ou disciplina escolar. Envolvendo, sempre, critérios valorativos inerentes que não podem ser ignorados. Recordamos que a sexualidade tange com direitos de consciência que nenhum Estado ou ideologia pode ditar ou violentar. Tal tem sido o sentido da Jurisprudência firmada pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Esta é aliás uma visão inclusiva e moderna de uma sociedade plural.

Como pais, vimos, pois, exigir o nosso direito consagrado constitucionalmente e reconhecido na C.E.D.H e na D.U.D.H. à liberdade de educação dos nossos filhos. Não admitimos que a escola interfira, sem que haja o nosso perfeito e total conhecimento e consentimento, na educação sexual dos nossos filhos.

Deixamos aqui bem explícito que a educação sexual dos nossos filhos (educandos) é algo que nós fazemos, como pais, desde o seu nascimento, de um modo natural, integrado, progressivo, completo e respeitando as exigências das suas necessidades, do seu crescimento e da sua dignidade como pessoa.

Reservamo-nos o direito de o continuar a fazer nós mesmos, porventura com o recurso a ajudas exteriores escolhidas por nós e/ou dadas com o nosso consentimentos explícito.

Neste sentido fica, a partir deste momento, a escola proibida de dar aos nossos filhos e estes não autorizados a estar presentes, sem o nosso conhecimento atempado e consentimento explícito, em toda e qualquer disciplina, matéria, acção ou aconselhamento relativos a “educação sexual”, mesmo que sejam considerados – ABUSIVAMENTE! – obrigatórios pelo Ministério da Educação ou pela escola.

Sempre que tais situações se verificarem, exigimos ser informados, para podermos decidir acerca da participação ou não dos nossos filhos, sendo que, sempre que não houver possibilidade desse aviso, a nossa decisão é de que eles não participarão.

Na certeza de que será respeitada esta exigência a que temos direito pela consagração da liberdade ideológica e religiosa e de educação no Estado Democrático Português, apresentamos os nossos mais respeitosos cumprimentos,

De V. Exa.

Atenciosamente,


Mãe: __________________________________________________________



Pai (encarregado educação): _______________________________________


Pela Escola – recebido em: ___/ ___/ ______, _____________________


sábado, 20 de setembro de 2008

Email exemplar de apelo -Velada pela Vida em Vila Real

AMIGOS!...

Vamos realizar, em Vila Real, a 1ª Velada pela Vida!...

Uma Velada, é uma Vigília, uma Oração, em que um grupo de fiéis crentes reza ao Senhor para que Ele nos ajude a proteger a Vida Humana…

Trata-se de um acto piedoso, cuja iniciativa é exclusivamente de fiéis leigos, absolutamente comprometidos com a Palavra de Deus e seriamente empenhados na Sua evangelização; o que não quer dizer que não possamos ter entre nós, sacerdotes e irmãs religiosas… Graças a Deus temos alguns e algumas que quiseram associar-se ao nosso espírito de oração, dignificando, assim, ainda mais, esta nossa iniciativa em favor do Pai da Vida.

O que pretendemos com esta Velada pela Vida?

1 – Agradecer a Deus o Dom da Vida

2 – Rezar e cantar, como forma de Consolar o Senhor da Vida, por tanta falta de amor para com Ele. Lembremo-nos que no aborto, a 1ª vítima é Deus

Ele é o Criador da Vida!...

3 – Rezar pelas vítimas do aborto e pedir ao Senhor que nos ajude a defender a Vida, em qualquer parte do mundo, muito em especial em Portugal.

4 – Ter presente, nesta oração, todas as novas formas de ameaça à Vida: a lei do divórcio, o casamento dos homossexuais, a eutanásia, e outras…

5 – E porque o Senhor disse: “Pedi e ser-vos-á dado”, nós estamos aqui para lhe pedir, em nome de Jesus, que nos conceda a graça de ver

respeitado o dom sagrado da Vida!..

Aos meus amigos sacerdotes, peço, humilde e encarecidamente, que se integrem no espírito desta iniciativa piedosa, sensibilizando e motivando os seus paroquianos, já hoje nas missas vespertinas, a participarem neste Hino de Louvor ao Criador e, simultaneamente, nesta prece em favor da Vida Humana.

Nesta próxima Quinta-Feira, dia 25 de Setembro, precisamente às 21,30, em frente ao Hospital de Lordelo, em Vila Real, gostaríamos de ver todos os fiéis com uma vela acesa, rezando e cantando, com todo o fervor, em favor de Deus-Criador!..

NOTA: Passar a palavra é um dever de todos nós!... “Ai de mim se não evangelizar!..” diz S. Paulo…

Em nome do grupo promotor, só vos posso agradecer de todo o coração, porque, compensar-vos, só o nosso Pai do Céu… E Ele não vos vai esquecer!..

Um abraço amigo e fraterno!...

Até Quinta-feira, se Deus quiser!...

Acácio Valente
Tel. 259 340 821 Fax. 259 340 829

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

...à Esperança!

A CATÁSTROFE * - parte 2

Eça de Queirós



Ah! Se nós tivéssemos sabido!

Mas sabemos agora! Esta cidade, hoje, parece outra. Já não é aquela multidão abatida e fúnebre, apinhada no Rossio, nas vésperas da catástrofe. Hoje vê-se nas atitudes, nos modos, uma decisão. Cada olhar brilha de um fogo! Já não se vê aquela vadiagem torpe: cada um tem a ocupação de um alto dever a cumprir contido, mas valente; e os peitos levantam-se como se verdadeiramente contivessem um coração. As mulheres parecem ter sentido a sua responsabilidade, e são mães, porque têm o dever de preparar cidadãos. Agora trabalhamos. Agora, lemos a nossa História, e as próprias fachada das casas já não têm aquela feição estúpida de faces sem ideias, porque, agora, por trás de cada vidraça, se pressente uma família unida, organizando-se fortemente.

Por mim, todos os dias levo os filhos à janela, tomo-os sobre os joelhos e mostro-lhes a SENTINELA! Mostro-lha, passeando devagar, de guarita a guarita, na sombra que faz o edifício ao cálido de Julho e embebo-os do horror, do ódio daquele soldado estrangeiro...

Conto-lhes então os detalhes da invasão, as desgraças, os episódios temerosos, os capítulos sanguinolentos da sinistra história... Depois aponto-lhes o futuro - e faço-lhes desejar ardentemente o dia em que, da casa que habitam, desta janela, vejam, sobre a terra de Portugal, passear outra vez uma sentinela portuguesa! E, para isso, mostro-lhes o caminho seguro - aquele que nós devíamos ter seguido: trabalhar, crer, e, sendo pequenos de território, sermos grandes pela actividade, pela liberdade, pela ciência, pela coragem, pela força de alma... E acostumo-os a amar a Pátria, em vez de a desprezarem, como nós fizemos outrora.

[...]

Mas agora, esta geração nova é de outra gente. Esta já não diz "isto" está perdido: cala-se e espera; se não está animada, está concentrada...
E depois, nem tudo são tristezas: também temos as nossas festas! E para festa, tudo nos serve: o 1º de Dezembro, a outorga da Carta, o 24 de Julho, qualquer coisa, contanto que celebre uma data nacional. Não em público - ainda o não podemos fazer - mas cada um na sua casa, à sua mesa. Nesses dias colocam-se mais flores nos vasos, decora-se o lustre com verduras, põe-se em evidência a linda velha Bandeira, as Quinas de que sorríamos e que hoje nos enternecem - e depois, toem família cantamos em surdina, para não chamar a atenção dos espias, o velho hino, o Hino da Carta... E faz-se uma grande saúde a um futuro melhor!

E há uma consolação, uma alegria íntima, em pensar que à mesma hora, por quase todos os prédios da cidade, a geração que se prepara está celebrando, no mistério das suas salas, de um modo quase religioso, as antigas festas da Pátria!


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* Como este pequeno texto de Eça nos sugere tantos paralelos entre essas antigas esperanças de 1808 e a crescente onda de esperança, a "saúde a um futuro melhor" que, ante o triste espectáculo do país político ajoelhado diante da força da internacional "cultura da morte", as Veladas pela Vida hoje representam para o Portugal eterno, o Portugal que tem Fé e na Fé sustenta a sua força!...

Do abatimento...

A CATÁSTROFE * - parte 1

Eça de Queirós



Eu moro à esquina do Largo do Pelourinho, justamente defronte do Arsenal. [...] quando herdei da minha tia Petronilha, comprei esta casa, defronte do Arsenal. [...]
De resto, eu tencionava alugar o prédio e ir habitar, com os meus, uma casinha pequena, alegre e fresca, que tinha apetecido para os lados do Vale do Pereiro, Mas quando vieram as nossas desgraças e o exército inimigo ocupou Lisboa, a necessidade de economia, os tempos tão difíceis, forçaram-me a abandonar esse plano de viver no campo, e ainda aqui estou, neste triste segundo andar do Largo do Pelourinho, defronte do Arsenal.

Em má hora vim eu para aqui. Porque creio que esta vizinhança do Arsenal me tem feito sentir com uma intensidade maior todas as amarguras da invasão. [...] Ainda que o primeiro terror passou, que a cidade vai retomando pouco a pouco a sua fisionomia ordinária, que circulam as tipóias e os tramways, pesa todavia o que quer que seja de doloroso sobre a cidade: o ar está carregado de qualquer coisa subtil e opressivo, como uma atmosfera intolerável que circula nas praças, penetra nas casas, muda o gosto à água, faz parecer menos claro, deposita na alma uma tristeza contínua, obcecante.

Às vezes, quando uma pessoa sai, e ocupada nalgum negócio, distraída por ele, se esquece do grande desastre que nos envolve, basta, a uma esquina, a presença de um uniforme inimigo, para fazer imediatamente recair na alma, com um peso de penedo, a ideia da derrota e do fim da Pátria. Não sei o que é, mas, por exemplo, desde que no alto de algum edifício flutua a bandeira estrangeira, parece que este azul já não é o nosso céu, e tem alguma coisa de uma bruma lutuosa.

Contudo, noutros prédios, noutros bairros, basta a gente isolar-se em casa, para se subtrair a esta desolação ambiente!

Já que não há Pátria, há Família: fecham-se as portas, reúnem-se todos na sala, em volta do candeeiro doméstico; conversa-se. A recordação das desgraças oferece como um alívio pungente e a perspectiva da esperança ilude como uma felicidade passageira; lembram-se os amigos, os conhecidos que morreram bravamente na batalha; às vezes a recordação de um facto heróico dá como a sensação da honra conservada; depois, em redor do candeeiro, baixo, numa palpitação de todo o ser, há uma pequena conspiraçãozinha em família!

E o sonho da desforra faz suportar a realidade da catástrofe...

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Mas a mim, nem sequer me é dado este isolamento: porque a não ser que feche as janelas, que me enterre numa treva constante, que viva à luz do gás quando o sol de Julho faísca lá fora, não posso deixar de ver diante de mim, como um memento odioso à porta do Arsenal, a sentinela estrangeira pisando a Pátria...

E é justamente essa sentinela que me indigna: decerto outros uniformes estrangeiros, todos esses oficiais dos couraçados no ancoradouro, passam a toda a hora, na insolência brilhante das suas fardas espectaculosas... Pois bem, esses não me irritam... Há naquele vaivém de oficiais alguma coisa de apressado, de inquieto, que me dá a ideia de uma ocupação transitória, de esquadras que vão levantar ferro, de humilhações que vão partir para sempre.

Mas aquela sentinela, eterna, que me parece sempre a mesma, tem um ar de estabilidade, de perpetuidade que me faz o coração negro. Cada passada que ela dá com a sua dura sola, cai-me com um eco lúgubre na alma, e no seu monótono passeio, de guarita a guarita, dá-me a ideia de que nunca deixará de haver, sobre a terra portuguesa, uma sentinela estrangeira.

[...] Há sobretudo um tipo de soldado que me indigna: é o rapagão robusto, sólido, bem plantado sobre as pernas, de cara decidida e olhos reluzentes; penso sempre: foi este que nos venceu! Não sei porquê, lembrando-me do nosso soldado, bisonho, sujo, encolhido, enfezado do mau ar dos quartéis e da insalubridade dos ranchos - vejo nesta superioridade de tipo e de raça toda a explicação da catástrofe.

Antigamente, antes da invasão, raras vezes pensei em observar a sentinela do Arsenal: lembra-me, porém, de a ter visto, por acaso, ao chegar à janela: se chovia, era certo descobri-la encolhida na guarita, fixando um olho apagado e triste sob o caudal de água; se fazia calma, era o seu andar, o seu derreado de ombros que me impressionavam... era a moleza lenta do passo, uma expressão contínua e evidente de tédio e fadiga; e depois, ao fim de duas horas de serviço, era um derreamento maior, um embrutecimento, uma maneira lorpa de fixar tudo [...] que tornavam visível a falta de nervo, de vigor, de fixidez disciplinada, de firmeza, de persistência. E esta visão do nosso soldado, parece-me então alargar-se a abranger toda a cidade, todo o País! Foi esta sonolência lúgubre, este tédio, esta falta de decisão, de energia, esta indiferença cínica, este relaxamento da vontade, creio, que nos perderam...

Ainda hoje me soam aos ouvidos as acusações tantas vezes repetidas do tempo da luta: não tínhamos exército, nem esquadra, nem artilharia, nem defesas, nem armas!... Qual! O que não tínhamos era almas... Era isso que estava morto, apagado, adormecido, desnacionalizado, inerte... E quando num Estado as almas estão envilecidas e gastas - o resto pouco vale...

[...]

Ninguém acreditava na resistência possível e, diante do perigo, o egoísmo erguia-se feroz e brutal. O ódio ao inimigo era violento - menos pela perda possível da Pátria livre do que pelos desastres particulares que traria a derrota: um, tremia pelo seu emprego, outro, pelo juro das suas inscrições. Até aí o Estado dera o pão ao País, e na perda do Estado, via-se o fim do pão de cada dia. [...] E, de resto, cada um, sentindo a fraqueza egoísta da sua alma, julgava instintivamente o País tomado do mesmo abatimento. A ideia de um levantamento em massa, da criação de uma guarda móbil, de milícias, era recebida com um encolher de ombros: para quê? Não se pode fazer nada! Somos esmagados!

[...]

De repente, do lado da Rua do Carmo, veio um rumor: era como que uma melopeia ritmada, que se sentia, que vinha no ar, que se aproximava; luzes de archotes, destacando-se no caiado das casas, apareceram à esquina do Rossio, e um grupo desembocou, marchando vivamente, ao compasso de um hino patriótico, cujo ritmo o impelia, num passo largo:

Guerra, guerra, a guerra é santa,
Pela santa independência...

Eram talvez uns vinte e parecia, de cima, da janela, pelos chapéus altos, serem rapazes das escolas ou de alguma das associações que então abundavam na cidade.
Continuaram ao longo do Rossio, agitando os braços, erguendo a voz, num apelo à multidão escura. Mas nenhum gesto lhes respondeu; toda a massa se apinhava a ver passar aqueles entusiasmos solitários; lojas apagaram-se logo, fecharam num susto da bernarda; e naquele silêncio frio, que vinha da indiferença da gente e da mudez das fachadas, parecia que o canto se extinguia por si mesmo, que o entusiasmo se abatia, como uma bandeira a que falta a brisa, caindo ao longo do mastro! Quando chegaram perto do Teatro de D. Maria, o hino quase cessara, os archotes apagavam-se... Aquilo sumiu-se, perdeu-se entre a massa escura de gente, como um efémero esforço de heroísmo numa vasta indiferença pública.

Recolhi-me para dentro, pensando, com a garganta apertada, que estávamos para sempre perdidos.

[...]

E pensar que durante anos nos podíamos ter preparado! E pensar que, à maneira da Inglaterra, podíamos ter criado corpos de voluntários, fazendo de cada cidadão um soldado, e preparando assim de antemão, um grande exército nacional de defesa, armado, equipado, enérgico e tendo recebido, no hábito da disciplina, o orgulho da farda...

Mas de que vale agora pensar no que se podia ter feito!... O nosso grande mal foi o abatimento, a inércia em que tinham caído as almas! Houve ainda algum tempo em que se atribuiu todo o mal ao Governo! Acusação grotesca que ninguém hoje ousaria repetir.

Os Governos! Podiam ter criado, é certo, mais artilharia, mais ambulâncias; mas o que eles não podiam criar era uma alma enérgica ao País! Tínhamos caído numa indiferença, num cepticismo imbecil, num desdém de toda a ideia, numa repugnância de todo o esforço, numa anulação de toda a vontade... Estávamos caquéticos! O Governo, a Constituição, a própria carta tão escarnecida, dera-nos tudo o que nos podia dar: uma liberdade ampla. Era ao abrigo dessa liberdade que a Pátria, a massa dos portugueses tinha o dever de tornar o seu país próspero, vivo, forte, digno da independência. O Governo! O País esperava dele aquilo que devia tirar de si mesmo, pedindo ao Governo que fizesse tudo o que lhe competia a ele mesmo fazer!... Queria que o Governo lhe arroteasse as terras, que o Governo criasse a sua indústria, que o Governo escrevesse os seus livros, que o Governo alimentasse os seus filhos, que o Governo erguesse os seus edifícios, que o Governo lhe desse a ideia do seu Deus!

Sempre o Governo! O Governo devia ser o agricultor, o industrial, o comerciante, o filósofo, o sacerdote, o pintor, o arquitecto - tudo! Quando um País abdica assim nas mãos de um Governo toda a sua iniciativa, e cruza os braços, esperando que a civilização lhe caia feita das secretarias, como a luz lhe vem do Sol, esse País está mal: as almas perdem o vigor, os braços perdem o hábito do trabalho, a consciência perde a regra. O cérebro perde a acção! E como o Governo lá está para fazer tudo - o País estira-se ao sol e acomoda-se para dormir. Mas, quando acorda é - como nós acordámos - com uma sentinela à porta do Arsenal!

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* Transcrição de excertos do texto editado pela "Livros do Brasil", 2000; trazida à internet em tempo de comemorações dos 200 anos da fuga da família real portuguesa para o Rio de Janeiro e... d'A Catástrofe, propriamente dita, da tomada de Lisboa pelo exército francês sob o comando de Junot; transcrição motivada por não menores catástrofes em curso na sociedade portuguesa, em grande medida consentidas pela anemia cívica e passividade gerais.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

revisão do «Código deontológico da Ordem dos Médicos»

Ex.mºs Senhores Dirigentes da
Associação dos Médicos Católicos Portugueses

Após um contacto telefónico com o Dr. António Maia, vosso delegado em Braga, e várias tentativas infrutíferas para contactar o Dr. António Sarmento do Porto (parece-me que o número que me foi dado está provavelmente errado), entendi que o melhor a fazer seria escrever-lhes, solicitando a vossa melhor atenção.

Em Agosto, participando num jantar com vários médicos do Porto e Guimarães, apercebi-me com surpresa do seu superficialíssimo conhecimento sobre o processo em curso de revisão do Código Deontológico da Ordem dos Médicos. Segundo as notícias vindas a público, durante este mês de Setembro o documento-proposta da Comissão Executiva da Ordem está em discussão pública, e deverá ser votado em Outubro. Ora esta matéria é de capital importância não apenas para os médicos mas para toda a sociedade portuguesa. É do maior interesse público o código ético-deontológico pelo qual se regem os seus médicos!

A nossa questão é a seguinte - não será dever da Associação dos Médicos Católicos, estudar aquela proposta e, caso a mesma caucione as declarações do Sr. Bastonário no sentido de que a mesma abria no código actual uma brecha de "relativismo ético", no mínimo emitir uma recomendação de voto aos seus associados? Dizemos "no mínimo" porque, na verdade, nos parece que - a tornarem-se possíveis as consequências anunciadas pelo Sr. Bastonário - os Médicos Católicos deveriam mesmo apresentar uma proposta alternativa, de modo a que aos médicos portugueses fosse, em Outubro, dada uma real possibilidade de escolha.

Por outro lado, temos razões para acreditar que se estará a preparar uma "aprovação em bloco" das alterações a introduzir. Com isto, pode suceder que alguém pretenda aproveitar o facto de algumas das alterações parecerem inteiramente inócuas e até justificáveis à luz de alguma evolução do contexto de exercício da profissão médica... para fazer passar, "à boleia" dessas, as tais mudanças fracturantes que abram o caminho à liberalização da prática do aborto, por via da admissão de qualquer "critério pessoal" sobre o Início da Vida.

E perguntamos nós, os pacientes portugueses*: uma Ordem dos Médicos não serve justamente para definir também limites e critérios para a boa prática da Medicina? Optando a O.M. por este caminho, não tardará muito que a Vox Populi desenterre a velha catilinária:
«Quosque tandem, Petrus Nunes, abutere patientia nostra?»

Muito atentamente,
Luís Botelho Ribeiro


* não confundir "pacientes portugueses" com "portugueses pacientes/passivos"...

terça-feira, 16 de setembro de 2008

inverno demográfico - 27 de Setembro, Assembleia da República

A APFN está a organizar um Seminário sobre o tema "Inverno demográfico: o problema. Que respostas?", no próximo dia 27 de Setembro, no auditório do edifício novo da Assembleia da República, em Lisboa, com o programa abaixo indicado.
Neste Seminário, será efectuada a estreia em Portugal do documentário "Inverno demográfico: o declínio da família humana", legendado em português, em que especialistas mundiais debatem esta questão nas diversas vertentes, quer quanto às causas, quer quanto às consequências, muitas vezes menosprezadas.
Sem se conhecer bem as consequências nem as distintas causas, nunca se poderá encontrar as soluções para minorar os efeitos.
Serão ainda apresentadas as projecções para a população residente em Portugal nos próximos anos, contemplando já os valores observados até 2007.
Pelo importante conjunto de individualidades que aceitaram participar neste Seminário, de vários quadrantes políticos e sociais, a APFN espera que esta sua iniciativa contribua decisivamente para que, também em Portugal, este assunto passe a ter a importância na agenda política e social que merece, como acontece na esmagadora maioria dos países europeus e tem sido cada vez mais insistido pela União Europeia, quer Comissão, quer Parlamento.
As diversas individualidades participantes intervirão a título pessoal, não vinculando partidos políticos nem associações a que pertencem, a não ser que expressamente o refiram.
A entrada é livre, não sendo necessário efectuar-se inscrição.
O documentário "Inverno demográfico: o declínio da família humana" estará, em breve, disponível para venda ao público através da internet, podendo a sua apresentação ser visualizada em http://www.invernodemografico.org .



10:00 - 11:30 Abertura

  • Presidida por Guilherme Silva, em representação do Presidente da Assembleia da República
  • Eduardo Hertfelder (IPF) - Projecção do documentário “Inverno demográfico: o declínio da família humana"Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, em representação do Primeiro-Ministro
11:30 - 11:45 Intervalo
11:45 - 13:00 Desafio demográfico na Europa
  • Edite Estrela
  • José Ribeiro e Castro
  • José Silva Peneda
  • Raul Sanchez (ELFAC)
Debate moderado por Augusto Madureira
13:00 - 14:30 Intervalo para Almoço

14:30 - 15:45 Desafio demográfico em Portugal

  • Assunção Cristas
  • Eduardo Brito Henriques
  • Maria Rosário Carneiro
  • Zita Seabra
Debate moderado por Manuela Silva

15:45 - 17:00 Desafio demográfico e sustentabilidade económica e social

  • Isabel Jonett
  • Manuel Carvalho da Silva
  • Paula Bernardo
Debate moderado por Pedro Carvalhas

17:00 - 17:15 - Intervalo

17:15 Encerramento
  • Guilherme Oliveira Martins - “Inverno demográfico: o desafio do século XXI”
  • Conclusões

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

petição sobre "Lei do Aborto" ultrapassa as 1000 assinaturas

Ultrapassámos as 1000 assinaturas! (457 online e 560 em papel)

Esperamos agora que, passado o período de férias, se consiga atingir o objectivo inicial das 4000 assinaturas para submissão na Assembleia da República.

Com os nossos agradecimentos ao amigo Zé de Portugal, pela imagem da campanha, aqui renovamos o apelo a todos os bloggers pro Vida para que ajudem na divulgação da petição, colocando nas abas laterais o seguinte código HTML:

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

live and let live

Por que razão não se haverá também de aplicar este conhecido princípio aos bebés por nascer? Em nome de todos os concebidos por nascer, emprestemos a nossa voz a este apelo vital:

Vivei e deixai-nos viver...

... deixai-nos
continuar a viver!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Alterações climáticas

Fazemos aqui eco dum apelo que tem circulado por email e, cremos bem, vai de encontro às preocupações pro-Vida, entendidas neste caso como pro-Humanidade, cuja sobrevivência as Alterações Climáticas têm vindo a ameaçar crescentemente. Com pequenas correcções e adaptações, aqui fica o apelo que faz também seu o
Portugal pro Vida.

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Alerta Climático: nações submergindo

«Imagine o mar subindo ao seu redor comendo as praias, invadindo as casas, destruindo plantações e contaminando as fontes de água potável. Você mora numa ilha e ela está desaparecendo sob o mar, sua única esperança é emigrar para outro país onde você não será legalmente reconhecido como um refugiado legítimo. Isso não é um pesadelo mas sim a realidade de milhares de pessoas que vivem em ilhas e zonas costeiras de várias partes do mundo, principalmente no Oceano Pacífico e Índico.

Justamente por isso, os governantes de países-ilhas estão a tomar uma atitude dramática: eles irão pedir para o Conselho de Segurança da ONU lidar com o aquecimento global como uma ameaça à paz e segurança internacional.

Essa é uma jogada ousada pois o Conselho de Segurança da ONU não se vê como responsável pelo aquecimento global. Porém, o apelo dos países-ilhas se justifica pois as mudanças climáticas colocam em risco a vida de milhares de pessoas, assim como uma guerra. Eles estão mostrando que os desastres ambientais estão a acontecer agora, ao invés de algo que só irá afectar futuras gerações. Os países insulares irão enfrentar o poderoso lobby dos grandes poluidores, por isso eles precisam do nosso apoio. Assine a petição no link abaixo, ela será apresentada pelos embaixadores dos países-ilhas durante sua visita à ONU na próxima semana:

http://www.avaaz.org/po/islands_climate_warning?cl=124968943&v=2120

O Círculo Polar Ártico está derretendo tão rapidamente que pela primeira vez na história, é possível atravessá-lo de barco. Furacões e outros fenómenos extremos estão aumentando em intensidade e quantidade. As nações-ilhas cujos pontos mais altos estão a poucos metros do nível do mar estão em situação desesperada tendo que preparar planos de evacuação para garantira a sobrevivência de sua população. Veja o depoimento do Presidente do Palau, uma pequena ilha do Pacífico, Sr. Remengesau:

"O Palau perdeu um terço do seus corais por causa das mudanças no clima decorrentes do aquecimento global. Nós também perdemos a maioria da nossa produção agrícola por causa da seca e marés fortes. Não são perdas teóricas ou científicas – são perdas dos nossos recursos naturais e fonte de sobrevivência... Nós, nações insulares, não estamos correndo contra o tempo. O tempo já acabou. E o nosso caminho poderá ser uma janela para o seu futuro e o futuro do nosso planeta”.

Além das ilhas, países como Bangladesh, com uma população de 150 milhões, corre o risco de perder uma grande parte de seu território. A experiência das comunidade mais vulneráveis servem como um aviso para um futuro provável de todos nós, já que a maior parte de população mundial vive na zona costeira. Se algo não for feito, cidades inteiras irão submergir, praias paradisíacas irão desaparecer e milhões de pessoas serão forçadas a emigrar.

Quanto mais assinaturas conseguirmos entregar para a ONU semana que vem mais chances teremos de proteger o nosso futuro comum. Assine agora e encaminhe este email para seus amigos:

http://www.avaaz.org/po/islands_climate_warning?cl=124968943&v=2120

A campanha dos países-ilhas por sua sobrevivência é uma campanha nossa também. Nossas escolhas têm um impacto sobre o futuro do planeta portanto temos o dever de agir com consciência e responsabilidade. Temos a oportunidade de nos unir àqueles que estão enfrentando as consequências agora, para que daqui a alguns anos, não sejamos nós a vítimas.

Como esperança,

Ben, Iain, Alice, Paul, Graziela, Pascal, Ricken, Brett e Milena – a equipe Avaaz

PS: Veja os resultados das nossas campanhas da Avaaz: https://secure.avaaz.org/po/report_back_2

PS2: Os países que estão apoiando a resolução para a ONU são: Fiji, Maldivas, Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru, Palau, Papua Nova Guiné, Filipinas, Samoa, Seychelles, Ilhas Solomon, Tonga, Tuvalu, Vanuatu, apoiados pelo Canadá e Turquia. Veja a região da Micronésia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Micron%C3%A9sia

PS3. Mais informações:

MUDANÇA CLIMÁTICA: Avizinha-se uma onda de refugiados na Oceania:
http://mwglobal.org/ipsbrasil.net/nota.php?idnews=4103

Ilha habitada desaparece sob águas da costa da Índia:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u15766.shtml

Derretimento no Ártico atingiu nível crítico, dizem cientistas:
http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2008/08/28/derretimento_no_artico_atingiu_nivel_critico_dizem_cientistas-547990224.asp

ONU adverte sobre riscos da mudança climática para África e Ásia:
http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL736488-6174,00-ONU+ADVERTE+SOBRE+RISCOS+DA+MUDANCA+CLIMATICA+PARA+AFRICA+E+ASIA.html

Desenvolvimento meta-económico

Na sequência de anterior post, observaram-nos justamente que os aspectos económicos da Vida não são de desprezar, mesmo reconhecendo a primazia a Valores mais altos. Não era de "desprezo pelo económico" (ou, para usar a fórmula mais clássica embora não necessariamente equivalente de contemptus mundi) o sentido que se pretendia dar à citação da importante Carta Encíclica "sollicitudo rei socialis". Se quisessemos sintetisar o nosso objectivo poderiamos escrever algo como isto "há Vida para além do económico". Nada de muito original, portanto.

No entanto, uma ideia essencial de um PPV que não se quer "single issue party" é esta de que as opções fundamentais no campo meta-económico (ou no campo económico mas determinadas essencialmente por considerandos não economicistas, tais como os Valores da Vida, o respeito pelo Ambiente, etc.) acabam cedo ou tarde (e por vezes demasiado tarde para a escala de análise dos eleitorados) por se repercutir no económico, no tesouro do Estado e na bolsa dos cidadãos concretos. E eis que mais um estimulante artigo do Prof. César das Neves vem apontar precisamente para algumas destas repercussões. Terá saído ontem no Diário de Notícias e pode ser consultado no blogue "o Povo". Com a devida vénia ao autor e ao editor do blogue, republicamos aqui um dos mais significativos excertos onde se aborda a questão do Inverno Demográfico, cada vez mais na ordem do dia:

Excerto de artigo de opinião do Prof. João César das Neves, publicado no DN a 8 de Setembro:
«[...] Foi no consulado de José Sócrates que, pela primeira vez no Portugal moderno, o número de óbitos ultrapassou o de nascimentos, em 2007. Assim, excluindo movimentos migratórios, a população nacional está em acelerada decadência. Este facto estrutural é, sem dúvida, o mais influente e crucial da situação actual. As suas consequências culturais, sociais, psicológicas, económicas, mesmo históricas e nacionais, serão enormes. Até naqueles temas mais mesquinhos, financeiros ou tecnológicos, que costumam preocupar o Governo, os impactos se sentirão.
Todos conhecem bem o drama do financiamento da Segurança Social, que resulta directamente daqui. Mas há muito mais. Deve compreender-se que quando a população está em queda muito do que sabemos da sociedade muda de natureza e inverte a orientação. O que significa "crescimento económico" se a população cai? Valerá a pena fazer investimentos produtivos num mercado em contracção? Para quê novos aeroportos ou ferrovias com menos gente?
Com a população a descer, o preço dos imóveis cairá por ausência de procura e o sector da construção terá de se reconverter para a demolição de casas crescentemente devolutas. Até a Bolsa terá dificuldade em subir num país em decadência. Os custos fixos ganham importância e o Orçamento do Estado aumenta o peso. Na agricultura abundam os baldios, faltam os braços para trabalhar, como as bocas para comer. Tudo tem de ser reconvertido para a desertificação: menos polícias e militares, com menos cidadãos para proteger; menos contribuintes, mas também menos fiscais de finanças.
Este cenário não é inevitável. Mas daqui a umas décadas, se os nossos descendentes sentirem na pele os terríveis efeitos da degradação demográfica e queda da fertilidade, será difícil compreender a ligeireza e irresponsabilidade de um primeiro-ministro que hoje introduz assim o tema da procriação no debate político.
»

desenvolvimento somente económico?

«Um desenvolvimento somente económico não está em condições de libertar o homem; pelo contrário, acaba até por o escravizar ainda mais. Um desenvolvimento que não abranja as dimensões culturais, transcendentes e religiosas do homem e da sociedade ainda contribui menos para a verdadeira libertação, na medida em que não reconhece a existência de tais dimensões e não orienta para elas as suas metas e prioridades.»


In "sollicitudo rei socialis", Carta Encíclica de João Paulo II, Ed. Secretariado Geral do Episcopado, Março 1988, pág. 102

Paz em Angola

É digna de saudação a declaração de aceitação dos resultados eleitorais por parte da UNITA. Esta prova de maturidade democrática, tão contrastante com o ocorrido em 1992 e mesmo com declarações de outros líderes derrotados, proferidas hoje mesmo, augura uma progressiva entrada num regime de normalidade institucional que o sofrido povo de Angola já merece.

Saibam os líderes políticos estar à altura da Esperança neles massivamente depositada pelo povo. E retribuam a confiança recebida em Justiça, Desenvolvimento, Paz e Transparência. E saibam também resistir às insidiosas pressões de certas agências internacionais no sentido da liberalização do aborto, sob o diáfano manto (e a cassete) do "planeamento familiar". Se outras vozes o não fizerem também, confiamos que a Igreja de Angola saberá dizer a palavra certa no momento certo.

E será ouvida!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

LEI DO DIVÓRCIO

por Acácio Valente
O Sr. PRESIDENTE DA REPÚBLICA OUVIU-NOS!...

Há três semanas atrás, num artigo de opinião sobre esta questão, publicado em diversos jornais, alertei para o gravíssimo erro que o Governo e o Parlamento estavam a cometer, ao fazer aprovar o Decreto nº 232/x, relativo ao divórcio…

A ser aprovada a lei, trata-se de um crime hediondo contra a Família, o matrimónio, o cônjuge vítima (normalmente a mulher) e os filhos indefesos…

Desta vez os nossos clamores e as nossas denúncias foram ouvidos e atendidos pelo nosso Presidente da República que vetou a lei, devolvendo o diploma, novamente, à Assembleia da República para ser reapreciado e substancialmente revisto…

O Presidente defende, e bem, a manutenção do divórcio culposo, afirmando que o desaparecimento da culpa, como causa do divórcio, não faria diminuir a litigiosidade conjugal e pós-conjugal, existindo, mesmo, boas razões para crer que se iria passar, exactamente, o inverso…

E continua, Cavaco Silva, evocando um exemplo muito frequente no nosso país, que numa situação de violência doméstica, em que o marido agride a mulher ao longo de anos, seria possível ele obter o divórcio, independentemente da vontade da vítima de maus tratos. E mais!.. O marido agressor poderia exigir do outro o pagamento de montantes financeiros, caso tenha sido ele a contribuir exclusivamente para as despesas familiares!..

Esta visão contabilística do matrimónio, em que cada um dos cônjuges é aconselhado a manter uma conta corrente das suas contribuições para os encargos da vida conjugal e familiar, é uma vergonha monstruosa e inadmissível!..

Ora, segundo a Lei, depois da devolução do diploma, a Assembleia da República pode confirmar o seu voto por maioria absoluta dos deputados, caso em que o Presidente da República é obrigado a promulgar o diploma, no prazo de oito dias, a contar da sua recepção.

Meus amigos… Este parlamento e este governo já não nos surpreendem… De tudo são capazes!.. Há, já, vozes descaradas, e sem respeito algum pela mais alta figura da Nação, a forçarem esta pouca vergonha, este despudor e esta monstruosidade!..

Vamos organizar-nos, fazendo tudo para que esta lei não seja aprovada… Ela representaria o fim da Família, do matrimónio e o caminhar da sociedade para o abismo!..

Em nome das 18.000 pessoas do nosso distrito/diocese, que subscreveram a moção contra o aborto, e como principal responsável do Grupo Cívico “VIDA SEMPRE!..”, venho convidar toda a sociedade civil que não se revê nesta intentona levada a cabo por estes órgãos da soberania, bem como todos os leigos e grupos paroquiais que têm o dever de defender a Vida, para que no dia 25 de cada mês expressemos a nossa indignação, a nossa determinação e a nossa vontade indomável, levando a cabo uma Velada pela Vida e por Portugal, mesmo em frente ao Hospital de Vila Real, em Lordelo.

Vamos recitar e meditar o Terço por intenção de todas as vítimas do aborto.

Estive no arranque desta iniciativa, em 25 de Maio, mesmo em frente à famigerada clínica dos Arcos em Lisboa, e foi um sucesso!.. A Comunicação Social esteve presente e divulgou o acontecimento…

Estive, agora, neste 25 de Agosto em Guimarães, e foi igualmente um sucesso!..

Uma grande parte das cidades de Portugal aderiram já a esta iniciativa, promovida pela Federação dos Grupos Pró-Vida, e em todas elas foi um sucesso, com a participação de inúmeras pessoas…

Estou seriamente convencido de que em Vila Real vai ser um sucesso ainda maior, a julgar pelo nosso empenhamento, já demonstrado em anteriores iniciativas…

Por isso, no dia 25 de Setembro, às 21, 30, em frente ao Hospital de Vila Real (Lordelo), vamos todos aparecer, trazendo uma vela que durante a oração permanecerá acesa.


A Bem da Vida e do Homem…


quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Bispo de Beja preside a "Velada pela Vida"

A «Velada pela Vida» realizada em Vila Nova de Milfontes no passado dia 25 de Agosto, contou com a participação de numerosos fieis, que acompanharam a meditação dos mistérios pelo próprio Senhor D. António Vitalino, Bispo de Beja. Sendo a primeira vez que um Bispo preside pessoalmente a uma "Velada pela Vida", os cristãos que pretendam saudar a coragem e disponibilidade demonstradas pelo Sr. D. António Vitalino, podem enviar as suas mensagens para: bispo@diocese-beja.pt.

onda de violência contra comunidades cristãs na Índia

Fonte: agência ecclesia

Oito mil indianos estão abrigados nos centros de assistência, onde aguardam ajuda do governo para voltar às suas casas no estado de Orissa. Os desalojados são vítimas da onda de violência desencadeada por extremistas hindus, contra as comunidades cristãs, na Índia.
[...]

Segundo o porta-voz da Conferência Episcopal Indiana, Pe. Babu Karakombil, os ataques não têm precedentes no país. Segundo o porta-voz, quatro mil e trezentas casas, 50 igrejas e cinco conventos foram destruídos no distrito de Kandhmal. O Pe. Karakombil contou ainda que os cristãos hesitam em voltar às suas casa, com medo de novos ataques. Na semana passada, o porta-voz liderou uma delegação de religiosos que pediu ao primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, uma intervenção forte contra a violência.

O Pe. Karakombil disse ainda que os líderes religiosos e comunitários devem trabalhar pela paz, e lembrou que a lei deve ser aplicada. O porta-voz afirmou que há relatos de cristãos que chegaram a ser torturados para se converterem ao hinduísmo.

Viver a um ou a dois, ser feliz ou infeliz

Excelente texto de José Manuel Fernandes, reproduzido no blogue "o Povo"

«O direito a cada um "procurar a felicidade" é muito diferente da ideia de que um Parlamento ou Estado devem legislar a partir da sua ideia de felicidade individual. Até porque ela é isso mesmo: individual
Num dos mais luminosos textos políticos de todos os tempos, a Declaração de Independência dos Estados Unidos, Thomas Jefferson escreveu que todo o homem tem direito "à vida, à liberdade e a procurar a felicidade". Inspirada nos conceitos de John Locke, uma das figuras maiores do iluminismo escocês, a frase adopta o conceito de "procura da felicidade" como fazendo parte dos direitos humanos essenciais, alargando o sentido mais estrito do direito à propriedade.

[...]

Já Maggie Scarf, de acordo com as sínteses disponíveis sobre o seu livro, não procura definir felicidade ou condições para a felicidade, antes parte de estudos em que se pede às pessoas para dizerem como se auto-avaliam e de dezenas de entrevistas que ela própria realizou. Aquilo a que chama "boas notícias para o casamento" é ter encontrado formas de ser feliz na relação a dois que se afastam de um outro estereótipo (este também criticado por Pais Ribeiro), o que associa o casamento sobretudo a paixão e relações sexuais intensas. Ela comparou (e utilizou estudos que comparam) a felicidade pressentida por casais que atravessaram momentos complicados e resistiram e casais que, nessas alturas, optaram pelo divórcio. Ora a sua conclusão, de acordo com The Economist, é que os casais que tentaram e conseguiram ultrapassar as suas crises tendem a dizer-se hoje muito felizes, sendo que a sua resposta à pergunta sobre se "o divórcio torna as pessoas mais felizes" é simples: "raramente". Os estudos que cita indicam que a maioria dos parceiros que se mantiveram unidos se considera feliz enquanto apenas um em cada cinco dos parceiros que se divorciaram conseguiu encontrar depois uma nova relação mais feliz. Independentemente das análises académicas e dos estudos empíricos, algo ressalta contudo das reflexões anteriores: a de que é mesmo importante que o Estado se abstenha de definir as condições em que, sobretudo numa relação a dois, se é mais feliz, pois criará por certo mais infelicidade. E, legislando sobre o casamento e o divórcio, abstendo-se de ir por aí (algo de que não se abstinha, por exemplo, a explicação de motivos da vetada lei do divórcio), se centre antes nas condições do bom exercício da justiça e no seu dever de proteger os mais fracos. Os deputados vão voltar a ter uma hipótese de o fazer quando a lei do divórcio voltar ao Parlamento.
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